Chelsea
Na manhã seguinte, eu fingi que Brody não existia. Ele tinha mandado um monte de mensagens e feito várias ligações, mas eu ignorei todas. — Bom dia — disse Henry, passando por mim e dando um beijo no meu cabelo. Valerie entregou a geleia para ele. — Como está? Melhor? Ele mandou alguma coisa? — eu olhei para Henry, depois para a pilha de panquecas e baixei a cabeça, fingindo que não tinha escutado nada, mas respondi, dando de ombros: — Sim, obrigada. — Tem certeza? — Perguntou Valerie. Eu assenti. Eu tinha que ir à agência e falar com Declan. Precisava de um novo emprego e encerrar formalmente com Brody. Se tudo desse certo, eu conseguiria algo novo rápido. Eu poderia esquecer de Brody, mas não faria o mesmo com as crianças. Talvez Brody deixasse me despedir de verdade. NãoEu contei a Henry que precisava ir no set de filmagens do estúdio de Brody para encontrá-lo. Eu sabia que estava fora de mim. Depois do que aconteceu com Shawn, eu, Valerie e Henry conversamos. Eu contei a eles o que tinha acontecido. Na verdade, contei a Valerie o que tinha acontecido.— Perdão — disse ela, me abraçando —, eu deveria proteger você, mas acabo permitindo que meu irmão faça isso. Perdão, Chelsea. — Pediu ela. Eu a garanti de que estava bem. Henry se aproximou e disse que precisávamos fazer alguma coisa. O vídeo estava se espalhando, e se mais pessoas que me conhecessem o vissem, eu perderia tudo num minuto. — Shawn se aproveitou disso para atraí-la para o carro. Não o siga de novo. Eu vou fazer o melhor para que ele fique longe de você, ok? — Garantiu ela. Eu assenti.Eu dei a ideia de ir no estúdio. Valerie ac
— Não gosto de que me coloque como uma vilã aqui — disse Grace, abrindo um sorriso cruel. Brody estava sentado à frente dela, numa cadeira de visitantes. Ela estava do outro lado da mesa, recostada à cadeira de couro. — São apenas negócios, querido. Eu posso apagar o vídeo, mas quero algo em troca. Não há vilões e heróis. Não é instinto de defesa. Eu sou apenas uma mulher que sabe de negócios e dou a cartada certa no momento certo. — Ela entrelaçou os dedos e olhou para mim, me oferecendo um olhar enojado.Eu estava no canto da sala, com Henry.— Você poderia ter destruído a minha vida! — eu disse. — E compartilhar um vídeo íntimo de alguém é crime. Eu poderia chamar a polícia e destruí-la.— Mas não vai. Não quer ter mais essa verg
BrodyEra tarde quando cheguei em casa. Haviam se passado duas semanas. Eu tinha assinado o contrato de Grace, e Chelsea tinha retornado à casa. Trixie estava um pouco melhor agora. Ela costumava gritar comigo, dizendo que eu estraguei tudo. Quando eu lhe contei que Chelsea voltaria a ser sua babá, ela ficou tão feliz…Talvez fossem onze horas. Eu coloquei o carro na garagem e segui para o vestíbulo, e então, vi, de longe, alguém deitado no sofá da sala de estar. Eu me aproximei e notei que era Chelsea. Ela estava dormindo, tranquila, vestindo uma camisola curta e quase transparente.Merda…Eu me perguntei se devia ou não acordá-la. Ela dormia calmamente. Eu toquei seu ombro. Ela se mexeu um pouco. Notei o sopro gelado vindo das janelas francesas, as cortinas farfalhando.— Chelsea — eu sussurrei, chacoalhando o ombro dela. — Che
ChelseaEu não consegui dormir. Todas as vezes que tentava fechar os olhos e adormecer, Brody aparecia em meus pensamentos. Eu sabia que não devia pensar nisso; sabia que o que aconteceu mais cedo não devia se repetir, mas meu cérebro parecia inquieto. Eu não conseguia pensar em outra coisa que não fosse Brody.Eu virei na cama mais uma vez, e então, ouvi a porta rangendo, mas não era a minha. Eu a tinha deixado entreaberta e conseguia ouvir passos leves.A porta abriu, e eu percebi que era a porta de Brody.— O que está fazendo aqui? Não consegue dormir? — Eu levantei da cama e andei para perto da porta na ponta dos pés, tomando cuidado para não fazer barulho.— Não — respondeu Trixie. Ela estava agarrada a um animal de pelúcia. Eu comecei a espiar entre o batente e a porta. Ela estava parada na frente
Eu respirei fundo e a fitei.Chelsea estava calada, como se pensasse. Eu não conseguia disfarçar o meu desejo. Não conseguia disfarçar as batidas errôneas do meu coração, e não havia uma forma diferente de ter o que eu queria: ela. Sexo para mim sempre significou algo natural. Nunca foi difícil. Eu já encontrei mulheres deslumbrantes, claro, mas nenhuma havia feito o que Chelsea me faz. Nenhuma conseguia causar tanto em mim. Isso me assustava. Me enlouquecia, na verdade, porque eu perdia o controle, e perder o controle significa não estar sob controle, não ter poder sobre uma situação.Chelsea me fazia fraco cada vez que me negava, mas eu não me sentia irritado, me sentia tentado. Tentado a descobrir o motivo por trás de suas recusas, o modo como isso me abalava. Talvez eu não significasse nada para ela, mas o que eu devia fazer? Eu me sentia at
Eu havia acordado sobre o peito de Brody. Meus olhos abriram e encaram o peito dele, sua pele, seu rosto. Era um erro. E eu devia ficar longe dele. Devia fazer o que era certo e dar um fim nisso; qualquer coisa. Levantei e tomei cuidado para não acordá-lo. Eu saí de seu quarto e me dirigi para o meu. Quando fechei a porta, recostei-me e cobri o rosto com as mãos. Eu estava perdendo o controle. O que seria de mim se isso continuasse? Já aconteceu uma vez. Eu quase perdi tudo. Quase fui exposta. Eu não devia ceder a Brody. Não devia. Mesmo que me sentisse atraída, eu devia ignorar esse sentimento e fingir que Brody não importava para mim. Era o certo a se fazer.Duas horas depois, Trixie me chamou para brincar. Eu a ajudei a forrar a grama do jardim com uma toalha, e Trixie trouxe bonecas e alguns petiscos que pedi para a cozinheira fazer. Brody se aproximou, o sorriso no rosto era simpático.<
BrodyCharlie olhou para mim por cima do ombro e segurou o sorriso. Uma mulher passou por ele, oferecendo um sorriso amigável, o que ele reconheceu como "me foda, por favor". Talvez fosse cedo demais para estar aqui. Música alta, bebida e pessoas se esfregando e curtindo alucinadamente não era o meu tipo de diversão. Mas eu precisava estar ali.Por que diabos Chelsea preferiu vir acompanhada de Henry?Ela estava me provocando. Eu sabia que sim. Era uma espécie de jogo? Trepávamos e então ela se fazia de difícil? Bom, eu gostava da ideia de caçar. Meu instinto bruto me dizia que precisava colocá-la contra a parede e fodê-la como nunca, até perceber que não estava brincando.— Então, está mesmo fodendo a sua babá? — Perguntou Charlie, soprando a fumaça do charuto. Ele avaliou duas mulheres de vestidos exagerados demais,
ChelseaA campainha estava tocando, e eu me dirigi à porta para atender. Henry me acompanhou. Eu abri a porta e vi um Brody raivoso do outro lado. Eu franzi as sobrancelhas e o encarei.— O que está fazendo aqui? — Eu perguntei. Brody me encarou e então, entrou, pegando o meu braço. — O que…— Precisamos conversar. — ele disse, a voz autoritária explodindo. Ele me puxou e me levou para longe. Henry estava prestes a pegar a minha mão, mas Brody disse, rosnando:— Sozinhos.Brody me levou para o banheiro e nos trancou. Quando teve certeza de que estava bem fechado, me colocou contra a parede, diminuiu a distância entre nossos corpos e esmagou minha boca com a sua, segurando meu rosto e colocando a mão debaixo do meu vestido. Eu quis empurrá-lo para longe. Ele estava claramente fora de controle, mas Brody rosnou quando tentei afastá-