Brody
Era tarde quando cheguei em casa. Haviam se passado duas semanas. Eu tinha assinado o contrato de Grace, e Chelsea tinha retornado à casa. Trixie estava um pouco melhor agora. Ela costumava gritar comigo, dizendo que eu estraguei tudo. Quando eu lhe contei que Chelsea voltaria a ser sua babá, ela ficou tão feliz… Talvez fossem onze horas. Eu coloquei o carro na garagem e segui para o vestíbulo, e então, vi, de longe, alguém deitado no sofá da sala de estar. Eu me aproximei e notei que era Chelsea. Ela estava dormindo, tranquila, vestindo uma camisola curta e quase transparente. Merda… Eu me perguntei se devia ou não acordá-la. Ela dormia calmamente. Eu toquei seu ombro. Ela se mexeu um pouco. Notei o sopro gelado vindo das janelas francesas, as cortinas farfalhando. — Chelsea — eu sussurrei, chacoalhando o ombro dela. — CheChelseaEu não consegui dormir. Todas as vezes que tentava fechar os olhos e adormecer, Brody aparecia em meus pensamentos. Eu sabia que não devia pensar nisso; sabia que o que aconteceu mais cedo não devia se repetir, mas meu cérebro parecia inquieto. Eu não conseguia pensar em outra coisa que não fosse Brody.Eu virei na cama mais uma vez, e então, ouvi a porta rangendo, mas não era a minha. Eu a tinha deixado entreaberta e conseguia ouvir passos leves.A porta abriu, e eu percebi que era a porta de Brody.— O que está fazendo aqui? Não consegue dormir? — Eu levantei da cama e andei para perto da porta na ponta dos pés, tomando cuidado para não fazer barulho.— Não — respondeu Trixie. Ela estava agarrada a um animal de pelúcia. Eu comecei a espiar entre o batente e a porta. Ela estava parada na frente
Eu respirei fundo e a fitei.Chelsea estava calada, como se pensasse. Eu não conseguia disfarçar o meu desejo. Não conseguia disfarçar as batidas errôneas do meu coração, e não havia uma forma diferente de ter o que eu queria: ela. Sexo para mim sempre significou algo natural. Nunca foi difícil. Eu já encontrei mulheres deslumbrantes, claro, mas nenhuma havia feito o que Chelsea me faz. Nenhuma conseguia causar tanto em mim. Isso me assustava. Me enlouquecia, na verdade, porque eu perdia o controle, e perder o controle significa não estar sob controle, não ter poder sobre uma situação.Chelsea me fazia fraco cada vez que me negava, mas eu não me sentia irritado, me sentia tentado. Tentado a descobrir o motivo por trás de suas recusas, o modo como isso me abalava. Talvez eu não significasse nada para ela, mas o que eu devia fazer? Eu me sentia at
Eu havia acordado sobre o peito de Brody. Meus olhos abriram e encaram o peito dele, sua pele, seu rosto. Era um erro. E eu devia ficar longe dele. Devia fazer o que era certo e dar um fim nisso; qualquer coisa. Levantei e tomei cuidado para não acordá-lo. Eu saí de seu quarto e me dirigi para o meu. Quando fechei a porta, recostei-me e cobri o rosto com as mãos. Eu estava perdendo o controle. O que seria de mim se isso continuasse? Já aconteceu uma vez. Eu quase perdi tudo. Quase fui exposta. Eu não devia ceder a Brody. Não devia. Mesmo que me sentisse atraída, eu devia ignorar esse sentimento e fingir que Brody não importava para mim. Era o certo a se fazer.Duas horas depois, Trixie me chamou para brincar. Eu a ajudei a forrar a grama do jardim com uma toalha, e Trixie trouxe bonecas e alguns petiscos que pedi para a cozinheira fazer. Brody se aproximou, o sorriso no rosto era simpático.<
BrodyCharlie olhou para mim por cima do ombro e segurou o sorriso. Uma mulher passou por ele, oferecendo um sorriso amigável, o que ele reconheceu como "me foda, por favor". Talvez fosse cedo demais para estar aqui. Música alta, bebida e pessoas se esfregando e curtindo alucinadamente não era o meu tipo de diversão. Mas eu precisava estar ali.Por que diabos Chelsea preferiu vir acompanhada de Henry?Ela estava me provocando. Eu sabia que sim. Era uma espécie de jogo? Trepávamos e então ela se fazia de difícil? Bom, eu gostava da ideia de caçar. Meu instinto bruto me dizia que precisava colocá-la contra a parede e fodê-la como nunca, até perceber que não estava brincando.— Então, está mesmo fodendo a sua babá? — Perguntou Charlie, soprando a fumaça do charuto. Ele avaliou duas mulheres de vestidos exagerados demais,
ChelseaA campainha estava tocando, e eu me dirigi à porta para atender. Henry me acompanhou. Eu abri a porta e vi um Brody raivoso do outro lado. Eu franzi as sobrancelhas e o encarei.— O que está fazendo aqui? — Eu perguntei. Brody me encarou e então, entrou, pegando o meu braço. — O que…— Precisamos conversar. — ele disse, a voz autoritária explodindo. Ele me puxou e me levou para longe. Henry estava prestes a pegar a minha mão, mas Brody disse, rosnando:— Sozinhos.Brody me levou para o banheiro e nos trancou. Quando teve certeza de que estava bem fechado, me colocou contra a parede, diminuiu a distância entre nossos corpos e esmagou minha boca com a sua, segurando meu rosto e colocando a mão debaixo do meu vestido. Eu quis empurrá-lo para longe. Ele estava claramente fora de controle, mas Brody rosnou quando tentei afastá-
BrodyChelsea se afastou de mim assim que chegamos na boate. Ela pegou o braço de Henry e começou a dançar e se divertir, me deixando de lado. Eu sabia que a deixei irritada pelo que fiz mais cedo, mas não conseguia ignorar a onda inebriante de raiva que me atingia. Eu não conseguiria me segurar por muito tempo.Henry parecia gostar disso; ele gostava de me provocar, gostava de se sentir superior, mas eu sabia que não era. Por que Chelsea não podia ver isso simplesmente? Ele não era uma boa pessoa. Não era! Ele queria trair sua noiva com a melhor amiga, e estava explícito para Chelsea que cada riso bobo e palava que Henry dizia tinha apenas uma intenção: afundar seu pau sujo nela. Mas eu não iria deixar isso acontecer. Eu iria protegê-la. Chelsea não iria ver a menos que Henry se mostrasse, mas como eu poderia fazer isso?Eu me aproximei do bar em
ChelseaEu não conseguia reagir. Estava paralisada diante daquilo e não sabia o que devia fazer. Mas consegui convencer Brody e Henry a entrarem no apartamento. Eu levei Brody para a cozinha e deixei Henry no sofá. Peguei uma almofada de gelo na geladeira e levei para ele. O rosto de Henry estava muito machucado. Em seguida, me dirigi para o banheiro e vomitei. Meu estômago não parava de girar. Voltei para a cozinha e notei Brody sentado, cobrindo o rosto.Aproximei-me, e ele notou que eu estava por perto. Brody olhou para mim. Ele parecia transtornado, mas não dizia nada.— Acho melhor você ir embora — eu disse baixinho.— Eu não vou deixar você sozinha com ele — respondeu Brody. Eu juntei as sobrancelhas e me aproximei. — Ele colocou alguma droga na sua bebida. Eu vi. Ele afirmou que iria tocar em você, Chelsea. Ele quer que pareça que
BrodyEmbalos na cama e risadas me fizeram abrir os olhos e acordar. As cortinas estavam abertas, e eu reconheci as gargalhadas de Trixie rapidamente, e também a mulher que estava ao seu lado enquanto ela pulava na cama. Chelsea segurava um bolo, e uma vela brilhava.— Feliz aniversário, papai! — Comemorou Trixie. Eu senti o latejar na cabeça e sua comemoração se transformar num tormento. Minha cabeça doía pra caralho.— Trixie — disse Chelsea. — Pode nos deixar por um momento? Seu pai precisa descansar. — Chelsea disse, e Trixie parou de pular e abraçou ela e foi para o chão. Trixie correu para fora do quarto, ainda de pijama. Eu franzi as sobrancelhas, e olhei para Chelsea. — Faça um pedido. — Ela aproximou o bolo pequeno de chocolate.Eu tinha esquecido totalmente que hoje era o meu aniversário, o que me fez sorrir de canto.&