POV: HENRY
Fiquei parado, vendo os médicos e enfermeiros levarem Lauren para dentro, o sangue ainda fresco em minhas mãos. Uma enfermeira disse algo sobre eu não poder ultrapassar dali, mas sua voz parecia distante. Meu coração batia tão forte que eu mal conseguia pensar.
— Henry, venha. Você precisa se limpar. — Eu ouvi Lucian dizer ao meu lado. — Vou pedir ao motorista para trazer roupas limpas para você.
Me virei para ele com um olhar frio, cerrando os punhos.
— Eu não vou a lugar algum. — Minha voz saiu cortante. — Ela está grávida!
Lucian soltou um longo suspiro, medindo as palavras antes de falar.
— Supostamente. O médico pode ter deduzido pelo sangramento. — Ele disse com cautela. — Pode ser muitas coisas, Henry. Você precisa
POV: HENRY— Será providenciado. — O médico confirmou. — Gostaria de vê-la agora?— Claro. — Eu respondi sem pensar duas vezes.Antes de seguir, me virei para Lucian, que apenas acenou com a cabeça.— Não se preocupe, vou para sua casa cuidar do Theodor e organizar tudo com as empregadas. — Ele garantiu. — Concentre-se na senhorita Becker.Passei a mão no rosto, sentindo o peso do choque ainda em meu corpo. A imagem dela, pálida e coberta de sangue, continuava me assombrando.— Obrigado… por tudo. — Eu murmurei, ainda tentando assimilar tudo que havia acontecido.Lucian me olhou com um misto de diversão e cumplicidade.— E por que, exatamente, você estava na minha casa tão tarde? — Eu qu
POV: LAURENLevei um momento para processar tudo. A pergunta dele me pegou de surpresa, e meus olhos se encheram de lágrimas. Medo, dor e receios se acumulavam no meu peito.— O meu bebê? — Eu balbuciei com os lábios trêmulos.Henry suspirou, se aproximando, secando a lágrima que rolava pelo meu rosto com um toque firme e cuidadoso.— O bebê está bem e seguro, protegido aqui dentro. — Ele tocou minha barriga com a outra mão, me pegando de surpresa. Seus dedos deslizaram suavemente, acariciando a pele como se quisesse sentir cada batida da nova vida crescendo ali. — O deslocamento aumentou o sangramento. Lauren, por que não me contou que não estava bem? Por que não me disse que precisava descansar?Minha garganta se fechou. O peso das emoções era esmagador.
POV: LAURENSeu tom carregava peso, responsabilidade, e talvez um resquício de incerteza.— É o certo a fazermos. — Ele continuou agora olhando diretamente para mim. — Seguir com o casamento e fazer isso dar certo.Balancei a cabeça, sem acreditar no que ele estava dizendo.— Você acha que é... — Eu comecei a rebater, mas uma batida suave na porta interrompeu o que eu ia dizer.Henry se levantou rapidamente, ajustando minha posição na cama com cuidado antes que o médico entrasse acompanhado de uma enfermeira e um aparelho médico.A conversa não tinha terminado.Mas naquele momento, a tensão entre nós parecia ser apenas uma fração do que ainda estava por vir.— Sra. Carter, que bom que despertou. Como se sente? &mda
POV: HENRYBecker hesitou, e isso foi suficiente para que eu semicerrasse os olhos e analisasse cada nuance de sua expressão. Havia algo que ela ainda não me dizia. Seu corpo tenso, os dedos trêmulos, a forma como evitava me encarar diretamente. Era medo de se machucar novamente?— Lauren. — Me aproximei, sentando-me na lateral da cama. Segurei suas mãos entre as minhas, sentindo sua pele fria e delicada. Seus olhos se arregalaram, passando do contato para o meu rosto. — Não sou o seu ex-marido. Não tenho a intenção de machucá-la ou abandoná-la quando mais precisar.Seus olhos brilharam com lágrimas contidas. Seus lábios tremeram sob a pressão dos próprios dentes. Não gostei daquilo. Desfiz o aperto deslizando o polegar sob seu queixo, erguendo seu rosto para mim.— Acabou de selar o pior
POV: LAUREN— Ele acha que é o pai. — Eu murmurei, perdida em meus próprios pensamentos, cobrindo a boca com uma mão trêmula.Tudo o que Henry disse, suas ações e cuidados, suas palavras ainda ecoavam na minha mente. “Nos dê uma chance de ser algo além do contrato.”Lágrimas deslizaram silenciosamente pelo meu rosto enquanto me encostava no travesseiro, minha mão instintivamente acariciando minha barriga. O peso da mentira que carregava se tornava insuportável.— Você ainda pensaria assim se soubesse que meu bebê não é seu filho? — minha voz soou baixa e hesitante no quarto vazio. — Ainda gostaria de tentar se soubesse da verdade?Um soluço escapou, e mordi a boca por dentro para me conter. Abracei minha barriga, um desejo sufocante de proteger m
POV: LAUREN— Você não pode permitir que ele se iluda com essa ideia.Engoli em seco, desviando o olhar. Eu sabia que precisava dizer a verdade. Mas o medo da reação de Henry e do que isso significaria para mim e para o meu bebê me paralisava.E se, depois de saber, ele simplesmente nos deixasse para trás?— Eu sei, tá bem? — Eu respondi ríspida demais, olhando para o teto. — Eu não queria que ele descobrisse assim e muito menos que tirasse conclusões precipitadas, mas… Carter assumiu o papel tão facilmente, Kate. Havia felicidade na sua voz e na sua postura. Você precisava ver na ultrassom, ele quase chorou emocionado, aceitando meu filho como se fosse dele.Kate segurou minhas mãos, suavizando a expressão.— Amiga, eu entendo que você não que
POV: HENRYPor algum motivo, Lauren parecia nervosa com aquela pergunta. Seu corpo ficou rígido, os olhos desviaram para o lado e sua respiração vacilou. Algo a incomodava, mas ela não dizia.— Theodor, Lauren ainda está cansada. — Minha voz saiu firme, chamando sua atenção. — Ela passou por um grande susto e precisa repousar. Isso é tudo muito novo para todos nós.Theo abaixou um pouco os ombros, mas sua expressão não perdeu a doçura.— Fada… — Ele a chamou baixinho, mexendo os dedinhos nervosos. — Você não quer que seu bebê seja meu irmão? Por isso não quer responder?Lauren arregalou os olhos, como se a pergunta a tivesse atingido em cheio. Seu peito subiu e desceu rapidamente, e seus olhos marejaram.— The
POV: HENRYOfeguei ao sentir seu toque firme, sua mão quente envolvendo minha nuca, me mantendo imóvel diante do olhar penetrante que parecia atravessar minha alma. Meu coração batia rápido, meu corpo reagia à proximidade dele de uma maneira que eu não queria admitir.Por que Henry estava agindo assim? O que ele realmente queria comigo?— Henry… por que insiste tanto nisso? — Minha voz saiu baixa, quase hesitante. Eu tentei me afastar, mas ele apenas apertou um pouco mais sua mão em minha nuca, me mantendo exatamente onde queria.Seu sorriso surgiu no canto dos lábios, cheio de mistério e algo mais que me fazia perder o fôlego.— Você faz perguntas demais, Becker. — Sua voz era um murmúrio rouco e carregado de algo perigoso. — E, ainda assim, foge de responder as que eu