POV: HENRY
Estacionei no subsolo da empresa e saí do carro, sentindo a rotina da corporação me envolver novamente. O ambiente ao meu redor era familiar, mas, naquele dia, havia uma tensão no ar que parecia pesar sobre mim.
Mal fechei a porta e já vi Mia me esperando do outro lado, braços cruzados, olhar impaciente. Suspirei, já esperando a cena que viria a seguir.
— Precisamos conversar. — Ela disse se aproximando, sua voz carregava um tom de cobrança.
Passei a mão pelo paletó, ajeitando-o sem pressa, antes de lançar um olhar entediado para ela.
— Se for sobre minha vida pessoal, Mia, não tenho tempo para isso. — Eu falei de forma direta, seguindo em direção ao elevador. — Se precisar de uma reunião comigo, agende um horário com minha secretária.<
POV: HENRYO silêncio da noite me envolvia quando estacionei em frente à mansão. Era tarde, mais do que o habitual, e mesmo exausto após um dia infernal, algo dentro de mim me impulsionava a voltar para casa com uma ansiedade inexplicável. Um aperto no peito que eu não conseguia ignorar. Sentia a necessidade de ver minha família ali, de confirmar que tudo estava no lugar.Respirei fundo antes de entrar. A casa estava escura e silenciosa. Tirei o paletó e subi as escadas em direção ao quarto. O cansaço pesava em meus ombros, mas a inquietação me impedia de simplesmente apagar. Segui direto para o banheiro, liguei o chuveiro e deixei a água quente escorrer pelo meu corpo. O banho deveria me relaxar, mas minha mente continuava em alerta. Algo estava errado?Saí do banho e fui para o quarto. Quando me deitei, senti um incômodo ime
POV: HENRYFiquei parado, vendo os médicos e enfermeiros levarem Lauren para dentro, o sangue ainda fresco em minhas mãos. Uma enfermeira disse algo sobre eu não poder ultrapassar dali, mas sua voz parecia distante. Meu coração batia tão forte que eu mal conseguia pensar.— Henry, venha. Você precisa se limpar. — Eu ouvi Lucian dizer ao meu lado. — Vou pedir ao motorista para trazer roupas limpas para você.Me virei para ele com um olhar frio, cerrando os punhos.— Eu não vou a lugar algum. — Minha voz saiu cortante. — Ela está grávida!Lucian soltou um longo suspiro, medindo as palavras antes de falar.— Supostamente. O médico pode ter deduzido pelo sangramento. — Ele disse com cautela. — Pode ser muitas coisas, Henry. Você precisa
POV: HENRY— Será providenciado. — O médico confirmou. — Gostaria de vê-la agora?— Claro. — Eu respondi sem pensar duas vezes.Antes de seguir, me virei para Lucian, que apenas acenou com a cabeça.— Não se preocupe, vou para sua casa cuidar do Theodor e organizar tudo com as empregadas. — Ele garantiu. — Concentre-se na senhorita Becker.Passei a mão no rosto, sentindo o peso do choque ainda em meu corpo. A imagem dela, pálida e coberta de sangue, continuava me assombrando.— Obrigado… por tudo. — Eu murmurei, ainda tentando assimilar tudo que havia acontecido.Lucian me olhou com um misto de diversão e cumplicidade.— E por que, exatamente, você estava na minha casa tão tarde? — Eu qu
POV: LAURENLevei um momento para processar tudo. A pergunta dele me pegou de surpresa, e meus olhos se encheram de lágrimas. Medo, dor e receios se acumulavam no meu peito.— O meu bebê? — Eu balbuciei com os lábios trêmulos.Henry suspirou, se aproximando, secando a lágrima que rolava pelo meu rosto com um toque firme e cuidadoso.— O bebê está bem e seguro, protegido aqui dentro. — Ele tocou minha barriga com a outra mão, me pegando de surpresa. Seus dedos deslizaram suavemente, acariciando a pele como se quisesse sentir cada batida da nova vida crescendo ali. — O deslocamento aumentou o sangramento. Lauren, por que não me contou que não estava bem? Por que não me disse que precisava descansar?Minha garganta se fechou. O peso das emoções era esmagador.
POV: LAURENSeu tom carregava peso, responsabilidade, e talvez um resquício de incerteza.— É o certo a fazermos. — Ele continuou agora olhando diretamente para mim. — Seguir com o casamento e fazer isso dar certo.Balancei a cabeça, sem acreditar no que ele estava dizendo.— Você acha que é... — Eu comecei a rebater, mas uma batida suave na porta interrompeu o que eu ia dizer.Henry se levantou rapidamente, ajustando minha posição na cama com cuidado antes que o médico entrasse acompanhado de uma enfermeira e um aparelho médico.A conversa não tinha terminado.Mas naquele momento, a tensão entre nós parecia ser apenas uma fração do que ainda estava por vir.— Sra. Carter, que bom que despertou. Como se sente? &mda
POV: HENRYBecker hesitou, e isso foi suficiente para que eu semicerrasse os olhos e analisasse cada nuance de sua expressão. Havia algo que ela ainda não me dizia. Seu corpo tenso, os dedos trêmulos, a forma como evitava me encarar diretamente. Era medo de se machucar novamente?— Lauren. — Me aproximei, sentando-me na lateral da cama. Segurei suas mãos entre as minhas, sentindo sua pele fria e delicada. Seus olhos se arregalaram, passando do contato para o meu rosto. — Não sou o seu ex-marido. Não tenho a intenção de machucá-la ou abandoná-la quando mais precisar.Seus olhos brilharam com lágrimas contidas. Seus lábios tremeram sob a pressão dos próprios dentes. Não gostei daquilo. Desfiz o aperto deslizando o polegar sob seu queixo, erguendo seu rosto para mim.— Acabou de selar o pior
POV: LAUREN— Ele acha que é o pai. — Eu murmurei, perdida em meus próprios pensamentos, cobrindo a boca com uma mão trêmula.Tudo o que Henry disse, suas ações e cuidados, suas palavras ainda ecoavam na minha mente. “Nos dê uma chance de ser algo além do contrato.”Lágrimas deslizaram silenciosamente pelo meu rosto enquanto me encostava no travesseiro, minha mão instintivamente acariciando minha barriga. O peso da mentira que carregava se tornava insuportável.— Você ainda pensaria assim se soubesse que meu bebê não é seu filho? — minha voz soou baixa e hesitante no quarto vazio. — Ainda gostaria de tentar se soubesse da verdade?Um soluço escapou, e mordi a boca por dentro para me conter. Abracei minha barriga, um desejo sufocante de proteger m
POV: LAUREN— Você não pode permitir que ele se iluda com essa ideia.Engoli em seco, desviando o olhar. Eu sabia que precisava dizer a verdade. Mas o medo da reação de Henry e do que isso significaria para mim e para o meu bebê me paralisava.E se, depois de saber, ele simplesmente nos deixasse para trás?— Eu sei, tá bem? — Eu respondi ríspida demais, olhando para o teto. — Eu não queria que ele descobrisse assim e muito menos que tirasse conclusões precipitadas, mas… Carter assumiu o papel tão facilmente, Kate. Havia felicidade na sua voz e na sua postura. Você precisava ver na ultrassom, ele quase chorou emocionado, aceitando meu filho como se fosse dele.Kate segurou minhas mãos, suavizando a expressão.— Amiga, eu entendo que você não que