Nos animamos e começamos a nos arrumar enquanto a Thai conta as aventuras com o ex. Após um bom banho, enfim visto um vestido preto com o comprimento abaixo do joelho, um tênis branco e prendo o cabelo num coque alto. Enquanto as duas terminavam de se maquiar, decido mandar uma mensagem para o Ulisses o convidando para ir conosco. Combinamos de nos encontrarmos no mesmo Pub de sempre, e ele me diz que levará alguns amigos dessa vez.Envio uma mensagem para o Ulisses e pedimos um táxi, pois todas nós estamos dispostas a beber e curtir a noite carioca. Após alguns minutos descemos em frente ao pub, onde o Ulisses já nos aguardava com dois amigos e uma amiga.— Até que enfim, Lívia Viana deu o ar da graça. — Ulisses cochicha assim que me abraça e depois me solta. — Esses são meus amigos João, Miguel e Renata. — Oi! - Cumprimento a todos os presentes e apresento as minhas amigas. — Essas são Débora e Thainá, minhas amigas de longa data. — Prazer em conhecê-la, Lívia. — Renata diz assim
Pronto, quando penso que consegui organizar os meus pensamentos, a Jéssica me liga e joga um enigma, me deixando preocupada. Tomada pelo desespero, entro na casa da Débora e apenas pego a minha bolsa para voltar para o morro. Peço um táxi e em poucos minutos chego na favela. Estranho assim que entro na rua principal, pois ela costuma ser bem movimentada, mesmo durante a madrugada, e está completamente deserta. Sem ter a opção de um moto táxi, vou a pé até a minha casa e agradeço, por ainda usar um calçado confortável, ou não aguentaria chegar em casa com o salto alto que saí daqui.Assim que chego na esquina, encontro a Jéssica com a Júlia e a avó, cochichando algo. Quando me aproximo, a Jéssica me olha de cima a baixo e só então me dou conta de como estou vestida. Ela se agarra em mim e chora, enquanto eu apenas a afago, tentando entender o que acontece. — O que houve, Júlia? — Pergunto assim que entramos na minha casa, e me sento com a Jéssica no sofá.— Os homens do Nanzin tentar
***Por Renan/Nanzin***Ultimamente tenho me preocupado tanto em conseguir colocar as minhas mãos no Fred, que tenho focado menos nas coisas ao redor. Com isso nem me dei conta das reais intenções da Dedéia ao ficar próxima de mim no baile, mas como a Ludmila estava na casa dos pais, a última coisa que passaria pela minha cabeça seria que ela queria se vingar. Mesmo tendo ficado num péssimo humor ao tê-la longe de mim, decidi aproveitar esse tempo que ela está fora para organizar a invasão ao morro onde ele está escondido. O filho da puta é tão covarde que pediu abrigo no morro rival, mas não será isso que irá me impedir de me vingar do mal que ele causou a Ludmila. A cada pesadelo que ela teve durante esse tempo desde que tudo aconteceu, mais o meu ódio por ele aumentava e hoje espero conseguir colocá-lo para conversar pessoalmente com Deus.— Qual foi, DG. Pediu segredo pra Jéssica sobre o que iremos fazer? — Pergunto assim que entramos no carro, indo rumo ao morro rival.— Arrume
— Caralho, tu gosta de brincar com o perigo mesmo, hein. Eu tinha que ter cortado as suas asinhas desde a briga com a Ludmila. Acreditei que tu era uma mina maneira, Dedéia.— Eu sempre fui uma mina maneira, o meu erro foi ter me apaixonado por você. — Ela grita com a voz embargada. — Você provocou tudo isso, Nanzin. Deveria ter sido eu desde o início, mas tu preferiu a Leninha e não a mim. Eu apresentei ela pro DG, mas ela queria mesmo era você, aquela piranha. Depois que ela morreu, achei que o caminho tava livre pra mim, mas aí apareceu a vadia da Ludmila. Tu merece morrer, Nanzin, por tudo o que me fez passar.— Ofendida ela, chefe. — TH comenta enquanto debocha com o DG.— Eu nunca te faria a minha fiel, Dedéia. Nunca nem te quis, mas de tanto tu querer abrir as pernas pra mim, te dei o que você queria. Você nunca passou de uma aliviada depois do baile, posso fazer nada se tu se iludiu. Agora bora trazer seu parceiro até aqui, nada mais justo que me recompensar pela merda que tu
***Por Lívia/Ludmila***Não sei por quanto tempo dormi, mas acordei sentindo um enorme peso na minha cintura, e dou um pulo ao sentir alguém do meu lado. Devido ao susto, Renan dá um pulo na cama e antes que me desse conta ele aponta a arma pra mim, me fazendo sentir o medo percorrer pelo meu corpo.— Que isso, Renan? Tá louco?— Caralho, loirinha! Porra, quer me matar? — Ele diz e abaixa a arma.— Tu que entra aqui em silêncio, me assusta, aponta uma arma pra mim e eu que quero te matar? Caralho!— Desculpa, Lud. Ainda estou na adrenalina. — Também, né?! Como você tá? — Digo e por impulso o abraço. — Eu deveria te matar só por me deixar preocupada contigo, Renan.— Tô vivo, loirinha. — Ele segura o meu rosto entre as mãos e me dá um selinho. — Pela primeira vez na vida fiquei com medo de morrer, não queria morrer brigado com você.— Por que não me avisou o que ia fazer?— Porque não queria te trazer e colocar você em risco. Acabou, o Fred tá morto. Era o mínimo que eu deveria fazer
Alguns dias após todo aquele caos com Renan, o DG teve alta médica e os homens do Nanzin decidiram organizar uma comemoração para eles. Ao menos hoje está frio, então posso me usar algumas das minhas roupas normais sem ter que inventar que fui a igreja. Opto por uma calça jeans clara, um all star branco e uma t-shirt grafite. Que Deus me ajude a não ter que responder ninguém sobre as minhas vestimentas. — Caralho, Lud. Ainda não consigo achar normal você vestir roupas assim. — Jéssica diz assim que eu saio no portão e eu me pergunto se ela não sente frio ao usar um vestido azul curto e colado.— Tu é louca, maior frio. — Frio onde, minha filha? Tu vai beber e dançar, duvido que vai existir frio.— Bora parar de falar das minhas roupas? — Não tá mais aqui quem falou, mas tu parece que tá indo conhecer a sogra. Bora. — Ela diz assim que os homens do Nanzin chamam a gente na esquina.Prendo o riso quando a Jéssica tropeça e quase cai antes de subir na moto, e ela me encara séria, me
Ela me segura pela mão e me puxa até o lado de fora. Renan nos olha confuso e ela me leva até o carro, onde sai rapidamente. Ensino o caminho até a minha casa e logo entramos. — Pronto. Acredito que aqui você possa me contar o que acontece. — Ela diz e se senta no sofá, cruzando as pernas e me encarando. — Comece a falar de uma vez, me diga, Lívia, quem é você afinal?— Eu sou filha do Viana, amigo do Ulisses, Renata. Acredito que você como amiga dele deva saber que o meu pai morreu há quase dez meses.— Sim, eu sei, Lívia. Ele morreu aqui, enquanto estava enxugando gelo para o estado, e o Ulisses sentiu bastante a morte dele. Mas o que isso tem a ver com o meu filho?— Eu me mudei pra cá na intenção de me vingar dele e do DG. — Digo enquanto abaixo a cabeça e ela se levanta, colocando as mãos na cintura. — Eu queria os dois mortos, do mesmo jeito que o meu pai morreu.— E você me fala assim, nessa naturalidade? Olhe para mim, Lívia. — Por Deus, Renata. Se eu ainda tivesse a intençã
Mesmo que a Renata tenha me falado que não contaria, passei boa parte da noite receosa com isso. Aos poucos ela foi me passando uma certa tranquilidade, ao conversar sobre alguns assuntos aleatórios e me incluir neles, e então eu pude respirar um pouco mais aliviada. — Foi um prazer conhecê-la, Ludmila. Espero vê-la mais vezes. — Renata diz assim que chegamos no carro dela e nos despedimos.— Se depender de mim, será apenas a primeira de muitas, mãe. — E será. A Ludmila parece gostar muito de você, meu filho.— Eu o amo, Renata. — Sorrio sem graça e ela me encara.— Renan, acho que esqueci o meu celular em cima da mesa, pode ir ver pra mim, por favor? — Ela pede e ele se afasta. - Eu te disse que não contaria hoje, mas isso não significa que eu serei conivente com essa mentira. — Eu sei, Renata, e agradeço por não contar. Procurarei algum jeito de contar pra ele, mesmo que isso custe a minha vida. Você deve imaginar como isso que eu fiz seria considerado aqui, mas não é justo viver