Filipe ChevalierJade não disse com todas as letras, mas para mim ficou claro que era sim minha filha. Não tinha motivos para duvidar, o tempo, a semelhança e o que foi minha relação com a Jade, eram provas suficientes. Fiquei ocupado na empresa durante uns dias, mas não teve um minuto sequer que não pensei nas duas, principalmente no sorriso da Rubi e estava ansioso para vê-la novamente. A ideia de ser pai deveria me assustar – o meu, não foi tão presente nem um bom exemplo, mas isso não aconteceu, pois aquela menininha não precisou de nada mais que um sorriso para me conquistar. O mais difícil seria lidar com a Diana, ela sempre disse que não queria filhos e agora além da filha, tinha a Jade, cujo eus sentimentos estavam confusos, tinha raiva, ressentimento, decepção, mas precisava ser honesto e admitir que ainda tinha amor. E teria que me esforçar para não deixar isso aparecer, eu estava bem com a Diana. Eu não sabia como abordar o assunto com ela, mas chegou o fim de semana e nã
Jade LancasterEu devia ter perguntado. Que ódio! Por que justo amendoim? Doces com amendoim são tão bons, mas no meu caso comer pode significar a morte. Ainda bem que Filipe chegou atrasado, ainda bem que eu não comi na hora. Foi pura sorte e isso deixou todos preocupados. Meu pai queria a todo custo que eu voltasse para a mansão, mas eu me mantive firme em minha decisão. A solução que encontraram foi que Andrew iria nos visitar todos os dias para garantir que estava tudo bem. Novamente, eu sabia que era uma tentativa de nos unir. Eu queria agradecer Filipe pessoalmente, ser salva de uma quase morte não é o tipo de coisa que uma simples ligação valeria como agradecimento, mas uma visita ao apartamento dele parecia intimista demais. Olhei a agenda da empresa, naquele sistema eu tinha acesso a tudo e vi uma reunião com a Prime agendada para o diretor de tecnologia, era uma ótima oportunidade de agradecer. Decidi que iria no lugar desse tal diretor, avisei meu pai sobre a decisão e ex
O aniversário de um ano da Rubi chegou e claro que eu não poderia deixar passar sem comemorar, foram tantas descobertas, tantas alegrias, choros (meus e dela), mas uma coisa era certa, ela se tornou minha felicidade em forma de gente, por ela eu iria até o fim do mundo. Não havia amor maior e tudo que eu queria, era poder demonstrar tudo isso a ela. Organizei a festa com muito carinho, decorado com muitos balões e enfeites de margaridas, um tema neutro e simples. Tudo feito no salão de festas da mansão, que ficava de frente para o jardim e era espaçoso o suficiente para receber muitas pessoas, mas optei por chamar apenas nossa família e amigos mais próximos. Filipe também teve liberdade de convidar e expliquei que seria algo simples, para poucas pessoas. Mesmo com nossa briga, não podia deixar de convidar Regina, que apesar tudo esteve do meu lado desde o início da gravidez me dando muito apoio em todo o processo. Eu ainda estava chateada, mas era bom ter ela por perto me ajudando c
Depois que a festa acabou e todos foram embora, decidi ligar para o Andrew, só queria ter certeza de que ele estava bem após toda a confusão do aniversário. Ele não atendeu nenhuma das três chamadas e acabei desistindo. Já era noite, mas voltei para minha casa afim de evitar ficar no mesmo ambiente que Filipe e Antonella. Sentei no chão para brincar com Rubi, ela começava a ensaiar os primeiros passos, ficava de pé, dava um passo e caía, mas levantava e tentava de novo, já tinha uns três dias que ela tentava, às vezes conseguia dar dois passos, mas o que mais me deixava encantada é que ela sempre tinha um sorriso. Ouvi o barulho de uma moto lá fora, percebi que estava perto, mas não achei que fosse uma visita, eu inclusive estava com roupa de dormir. Assim que o barulho da moto cessou, não demorou para ouvir uma batida na minha porta acompanhada da voz de Andrew chamando meu nome. Assim que ele entrou, Rubi balbuciou alguma coisa e se levantou de novo dando um passinho na direção d
Filipe Chevalier Quando cheguei em casa, Diana ainda estava acordada, deitada no sofá e assistindo algo na televisão. Nós brigamos antes de eu sair, uma discussão que me deixou bem chateado pelas palavras que ela usou ao se referir a minha filha. Já tivemos uma conversa, era para estar bem claro que eu não deixaria de visitar ela e eu não queria continuar a discussão, fui direto para o quarto e ela veio atrás. — Filipe… me desculpe, ainda estou acostumando com a ideia de você ter uma filha e também tem sua ex, não me sinto confortável de você visitá-la. — falou com uma voz manhosa. — Vou visitar a Rubi, não a mãe dela. — respondi, começando a trocar de roupa. — Precisa entender isso. — Eu entendo… desde que me garanta que não sente mais nada por ela, diga que me ama, você nunca disse. De fato nunca disse, eu gostava dela, mas não a amava, amor é um sentimento muito maior do que eu sentia por ela. Diana sabia que eu não sentia isso por ela, mas vivia me pressionando para dizer. —
Jade Lancaster Todo aquele luxo, todas aquelas pessoas, todo o status e o dinheiro, já não combinava mais comigo. A Jade de 16 anos sonhava com o dia que assumiria a empresa, que seria homenageada com uma festa daquele porte e que teria o nome e a foto na capa de uma revista, mas a Jade de 27, que perdeu a mãe, que abandonou tudo por um amor que a traiu, que aprendeu a valorizar cada centavo após perder tudo que tinha, que cometeu erros, mas que aprendeu a amar de verdade quando a filha nasceu, essa Jade, já não se importava com toda aquela riqueza.Foram tantos convidados, que tive a impressão que sequer consegui cumprimentar todos. Eles sorriam, mas eu sentia que no fundo duvidavam, achavam que a Caster iria ruir nas minhas mãos. Mal sabem eles, que meu pai ama demais a empresa para colocar nas mãos de qualquer um, as vezes até eu duvidava, mas se Charles acreditava em mim, então ele devia ter razão.Meu vestido foi a maior decepção que tive, eu pedi por um azul marinho, com pouco
Voltei para a festa sem muitas expectativas, para mim já estava na hora de acabar, Rubi dormiu e não pude deixar de me preocupar com o sono dela em meio a todo aquele barulho. Além disso, nunca gostei muito de festas. Mas a festa ainda não tinha acabado e meu pai aparentemente tinha outro pronunciamento a fazer.— Quero aproveitar que estamos aqui reunidos, para fazer um pedido mais que especial a minha amada Antonella. — meu coração gelou, ele realmente ia fazer isso? Antonella caminhou até ele sorrindo, também já imaginando qual o era o pedido. — As crianças cresceram, a idade chegou, mas o que tenho certeza é que quero passar o resto dos meus dias ao seu lado. Aceita se casar comigo? É claro que ela ia aceitar, não foi surpresa para ninguém o seu sim. Ele passou mais de 10 anos viúvo, não escolher uma mulher que o rejeitaria. Eu queria ir embora, minha garganta trancou e meus olhos embaçaram com as lágrimas que se formaram, mas talvez eu fosse a única que não estava feliz com aqu
Quando Diana recebeu alta, minhas visitas ao Filipe diminuiram. Não podia parecer que eu me importava tanto com um homem que já não era mais meu. Nunca foi realmente. Mas naquela semana, tirei um dia para ir visitá-lo, não podia levar Rubi, ele ainda estava na UTI. Antonella estava lá, pelo que fiquei sabendo ela estava indo todos os dias e por ela estar do lado de fora, imaginei que ele já estava com visita, mas quando me aproximei, ela se levantou e veio até mim. — Jade! Que bom que veio. O médico disse que ele precisa ter alguma reação para mandá-lo pro quarto. — entendi o que ela quis dizer, tinha esperanças que eu conversando com ele alguma coisa aconteceria. Fui para o quarto dele, não parecia nada bem, mas estava melhor que na última vez que o visitei. Meu coração se apertou mais uma vez, enchendo meus olhos de lágrimas por vê-lo assim, não me conformava com o que aconteceu, ele não merecia. — Oi Filipe, é a Jade… — segurei sua mão. — Rubi está com saudades, eu também, prec