Depois que a festa acabou e todos foram embora, decidi ligar para o Andrew, só queria ter certeza de que ele estava bem após toda a confusão do aniversário. Ele não atendeu nenhuma das três chamadas e acabei desistindo. Já era noite, mas voltei para minha casa afim de evitar ficar no mesmo ambiente que Filipe e Antonella. Sentei no chão para brincar com Rubi, ela começava a ensaiar os primeiros passos, ficava de pé, dava um passo e caía, mas levantava e tentava de novo, já tinha uns três dias que ela tentava, às vezes conseguia dar dois passos, mas o que mais me deixava encantada é que ela sempre tinha um sorriso. Ouvi o barulho de uma moto lá fora, percebi que estava perto, mas não achei que fosse uma visita, eu inclusive estava com roupa de dormir. Assim que o barulho da moto cessou, não demorou para ouvir uma batida na minha porta acompanhada da voz de Andrew chamando meu nome. Assim que ele entrou, Rubi balbuciou alguma coisa e se levantou de novo dando um passinho na direção d
Filipe Chevalier Quando cheguei em casa, Diana ainda estava acordada, deitada no sofá e assistindo algo na televisão. Nós brigamos antes de eu sair, uma discussão que me deixou bem chateado pelas palavras que ela usou ao se referir a minha filha. Já tivemos uma conversa, era para estar bem claro que eu não deixaria de visitar ela e eu não queria continuar a discussão, fui direto para o quarto e ela veio atrás. — Filipe… me desculpe, ainda estou acostumando com a ideia de você ter uma filha e também tem sua ex, não me sinto confortável de você visitá-la. — falou com uma voz manhosa. — Vou visitar a Rubi, não a mãe dela. — respondi, começando a trocar de roupa. — Precisa entender isso. — Eu entendo… desde que me garanta que não sente mais nada por ela, diga que me ama, você nunca disse. De fato nunca disse, eu gostava dela, mas não a amava, amor é um sentimento muito maior do que eu sentia por ela. Diana sabia que eu não sentia isso por ela, mas vivia me pressionando para dizer. —
Jade Lancaster Todo aquele luxo, todas aquelas pessoas, todo o status e o dinheiro, já não combinava mais comigo. A Jade de 16 anos sonhava com o dia que assumiria a empresa, que seria homenageada com uma festa daquele porte e que teria o nome e a foto na capa de uma revista, mas a Jade de 27, que perdeu a mãe, que abandonou tudo por um amor que a traiu, que aprendeu a valorizar cada centavo após perder tudo que tinha, que cometeu erros, mas que aprendeu a amar de verdade quando a filha nasceu, essa Jade, já não se importava com toda aquela riqueza.Foram tantos convidados, que tive a impressão que sequer consegui cumprimentar todos. Eles sorriam, mas eu sentia que no fundo duvidavam, achavam que a Caster iria ruir nas minhas mãos. Mal sabem eles, que meu pai ama demais a empresa para colocar nas mãos de qualquer um, as vezes até eu duvidava, mas se Charles acreditava em mim, então ele devia ter razão.Meu vestido foi a maior decepção que tive, eu pedi por um azul marinho, com pouco
Voltei para a festa sem muitas expectativas, para mim já estava na hora de acabar, Rubi dormiu e não pude deixar de me preocupar com o sono dela em meio a todo aquele barulho. Além disso, nunca gostei muito de festas. Mas a festa ainda não tinha acabado e meu pai aparentemente tinha outro pronunciamento a fazer.— Quero aproveitar que estamos aqui reunidos, para fazer um pedido mais que especial a minha amada Antonella. — meu coração gelou, ele realmente ia fazer isso? Antonella caminhou até ele sorrindo, também já imaginando qual o era o pedido. — As crianças cresceram, a idade chegou, mas o que tenho certeza é que quero passar o resto dos meus dias ao seu lado. Aceita se casar comigo? É claro que ela ia aceitar, não foi surpresa para ninguém o seu sim. Ele passou mais de 10 anos viúvo, não escolher uma mulher que o rejeitaria. Eu queria ir embora, minha garganta trancou e meus olhos embaçaram com as lágrimas que se formaram, mas talvez eu fosse a única que não estava feliz com aqu
Quando Diana recebeu alta, minhas visitas ao Filipe diminuiram. Não podia parecer que eu me importava tanto com um homem que já não era mais meu. Nunca foi realmente. Mas naquela semana, tirei um dia para ir visitá-lo, não podia levar Rubi, ele ainda estava na UTI. Antonella estava lá, pelo que fiquei sabendo ela estava indo todos os dias e por ela estar do lado de fora, imaginei que ele já estava com visita, mas quando me aproximei, ela se levantou e veio até mim. — Jade! Que bom que veio. O médico disse que ele precisa ter alguma reação para mandá-lo pro quarto. — entendi o que ela quis dizer, tinha esperanças que eu conversando com ele alguma coisa aconteceria. Fui para o quarto dele, não parecia nada bem, mas estava melhor que na última vez que o visitei. Meu coração se apertou mais uma vez, enchendo meus olhos de lágrimas por vê-lo assim, não me conformava com o que aconteceu, ele não merecia. — Oi Filipe, é a Jade… — segurei sua mão. — Rubi está com saudades, eu também, prec
Filipe Chevalier Diana estava irritada por eu ter ajudado Jade, decidi que era melhor ir embora e discutir isso no hotel. A verdade é que eu já estava cansado daquelas brigas, não aguentava mais tantas reclamações. Mal entramos no carro e começou a discussão, ela insistia que ainda havia algo entre eu e Jade, de fato tinha, mas não respondi isso a ela. — Você acha que sou idiota, que eu não percebi aquela troca de olhares cheia de significado, para mim, essa história de filha é só uma desculpa para ficarem juntos. — falou em certo momento, já na estrada. — Para de envolver a Rubi nisso, é só um bebê e é minha filha. Entenda isso! — eu já estava muito irritado, já estava passando dos limites aquela implicância com a Rubi. — Tudo é por causa dela! Você precisa decidir quem é prioridade para você. — quase gritou dentro do carro. — Já está decidido, ela é prioridade! — respondi no mesmo tom. De repente ouvi uma buzina alta e uma luz do meu lado, estava perto de atravessar para a rodo
Jade LancasterTinha alguém que talvez fosse a pessoa ideal para ajudar Filipe. Andrew. Os dois eram irmãos, se ele tivesse o mesmo tipo sanguíneo, seria um ótimo doador. Eu não entendia muito bem disso, mas parecia uma boa ideia falar com ele. Dirigi até a casa dele após o trabalho, Rubi ficou com a babá, assim poderíamos conversar mais tranquilamente. Bati na porta e fui recebida por um Andrew que parecia ter acabado de sair do banho, tinha uma toalha em mãos e secava o cabelo, quando viu que era eu, não demorou a abrir a porta. Ele morava sozinho, num apartamento próximo do centro da cidade. — Soube o que aconteceu com o Filipe, uma pena. — comentou após eu entrar e oferecer uma água. — Sim… ele está precisando de doação de sangue, mas ficará bem. — respondi me sentando no sofá. Seu apartamento era simples, mas aconchegante e muito melhor que o meu antigo.— É por isso que veio aqui? Acha que devo doar sangue a ele por sermos meio irmãos? — perguntou me examinando e com as sobra
A vida parecia querer brincar comigo. Era o que eu pensava enquanto falava com a imprensa sobre o erro do novo medicamento. — …Eu não estava no comando quando o medicamento foi aprovado, mas dou minha palavra de que resolveremos todas as questões, primeiramente, estamos retirando todas os exemplares das farmácias e lojas, depois, iremos reembolsar todos que compraram para que ninguém saia no prejuízo. — Senhorita Lancaster, como nos garante que os demais medicamentos são confiáveis? Essa é a dúvida da maioria dos consumidores. — perguntou um jornalista.— Todo medicamento, seja da Caster ou não, tem suas contraindicações e efeitos colaterais. Esse foi um caso à parte, onde o erro foi nosso e estamos trabalhando para corrigir, mas esse erro não anula os quase cem anos que estamos no mercado, trabalhando para melhorar a saúde mundial e contribuindo com o avanço na medicina moderna. — Senhorita, pode nos explicar por que o próprio Charles Lancaster não veio dar entrevista? Afinal ele