Voltei para a festa sem muitas expectativas, para mim já estava na hora de acabar, Rubi dormiu e não pude deixar de me preocupar com o sono dela em meio a todo aquele barulho. Além disso, nunca gostei muito de festas. Mas a festa ainda não tinha acabado e meu pai aparentemente tinha outro pronunciamento a fazer.— Quero aproveitar que estamos aqui reunidos, para fazer um pedido mais que especial a minha amada Antonella. — meu coração gelou, ele realmente ia fazer isso? Antonella caminhou até ele sorrindo, também já imaginando qual o era o pedido. — As crianças cresceram, a idade chegou, mas o que tenho certeza é que quero passar o resto dos meus dias ao seu lado. Aceita se casar comigo? É claro que ela ia aceitar, não foi surpresa para ninguém o seu sim. Ele passou mais de 10 anos viúvo, não escolher uma mulher que o rejeitaria. Eu queria ir embora, minha garganta trancou e meus olhos embaçaram com as lágrimas que se formaram, mas talvez eu fosse a única que não estava feliz com aqu
Quando Diana recebeu alta, minhas visitas ao Filipe diminuiram. Não podia parecer que eu me importava tanto com um homem que já não era mais meu. Nunca foi realmente. Mas naquela semana, tirei um dia para ir visitá-lo, não podia levar Rubi, ele ainda estava na UTI. Antonella estava lá, pelo que fiquei sabendo ela estava indo todos os dias e por ela estar do lado de fora, imaginei que ele já estava com visita, mas quando me aproximei, ela se levantou e veio até mim. — Jade! Que bom que veio. O médico disse que ele precisa ter alguma reação para mandá-lo pro quarto. — entendi o que ela quis dizer, tinha esperanças que eu conversando com ele alguma coisa aconteceria. Fui para o quarto dele, não parecia nada bem, mas estava melhor que na última vez que o visitei. Meu coração se apertou mais uma vez, enchendo meus olhos de lágrimas por vê-lo assim, não me conformava com o que aconteceu, ele não merecia. — Oi Filipe, é a Jade… — segurei sua mão. — Rubi está com saudades, eu também, prec
Filipe Chevalier Diana estava irritada por eu ter ajudado Jade, decidi que era melhor ir embora e discutir isso no hotel. A verdade é que eu já estava cansado daquelas brigas, não aguentava mais tantas reclamações. Mal entramos no carro e começou a discussão, ela insistia que ainda havia algo entre eu e Jade, de fato tinha, mas não respondi isso a ela. — Você acha que sou idiota, que eu não percebi aquela troca de olhares cheia de significado, para mim, essa história de filha é só uma desculpa para ficarem juntos. — falou em certo momento, já na estrada. — Para de envolver a Rubi nisso, é só um bebê e é minha filha. Entenda isso! — eu já estava muito irritado, já estava passando dos limites aquela implicância com a Rubi. — Tudo é por causa dela! Você precisa decidir quem é prioridade para você. — quase gritou dentro do carro. — Já está decidido, ela é prioridade! — respondi no mesmo tom. De repente ouvi uma buzina alta e uma luz do meu lado, estava perto de atravessar para a rodo
Jade LancasterTinha alguém que talvez fosse a pessoa ideal para ajudar Filipe. Andrew. Os dois eram irmãos, se ele tivesse o mesmo tipo sanguíneo, seria um ótimo doador. Eu não entendia muito bem disso, mas parecia uma boa ideia falar com ele. Dirigi até a casa dele após o trabalho, Rubi ficou com a babá, assim poderíamos conversar mais tranquilamente. Bati na porta e fui recebida por um Andrew que parecia ter acabado de sair do banho, tinha uma toalha em mãos e secava o cabelo, quando viu que era eu, não demorou a abrir a porta. Ele morava sozinho, num apartamento próximo do centro da cidade. — Soube o que aconteceu com o Filipe, uma pena. — comentou após eu entrar e oferecer uma água. — Sim… ele está precisando de doação de sangue, mas ficará bem. — respondi me sentando no sofá. Seu apartamento era simples, mas aconchegante e muito melhor que o meu antigo.— É por isso que veio aqui? Acha que devo doar sangue a ele por sermos meio irmãos? — perguntou me examinando e com as sobra
A vida parecia querer brincar comigo. Era o que eu pensava enquanto falava com a imprensa sobre o erro do novo medicamento. — …Eu não estava no comando quando o medicamento foi aprovado, mas dou minha palavra de que resolveremos todas as questões, primeiramente, estamos retirando todas os exemplares das farmácias e lojas, depois, iremos reembolsar todos que compraram para que ninguém saia no prejuízo. — Senhorita Lancaster, como nos garante que os demais medicamentos são confiáveis? Essa é a dúvida da maioria dos consumidores. — perguntou um jornalista.— Todo medicamento, seja da Caster ou não, tem suas contraindicações e efeitos colaterais. Esse foi um caso à parte, onde o erro foi nosso e estamos trabalhando para corrigir, mas esse erro não anula os quase cem anos que estamos no mercado, trabalhando para melhorar a saúde mundial e contribuindo com o avanço na medicina moderna. — Senhorita, pode nos explicar por que o próprio Charles Lancaster não veio dar entrevista? Afinal ele
Filipe Chevalier Eu estava aliviado, finalmente ouvi o médico dizendo que eu poderia ir para casa. Ainda não estava completamente bem, a perna continuaria engessada e como os pontos da cirurgia não estavam bem cicatrizados, teria que andar na cadeira de rodas por uns dias, mas em breve um par de muletas seriam o suficiente para caminhar e ir até onde eu gostaria, além de que os remédios precisavam ser tomados no horário correto, mas o importante é que eu estava livre daquela sala. A ansiedade me consumia, tive muito tempo para planejar o que iria fazer, mas me via incapaz de fazer qualquer coisa sem ajuda de alguém e esse alguém era justamente a Diana. Depois de sua ameaça, estava cada vez mais difícil conviver com ela. — Você precisa comer. — a comida que ela preparou estava ruim e eu já tinha comido o suficiente. — Já estou satisfeito, Diana, não insista. — falei com toda educação que consegui. Ela deu um tapa na mesa e franziu o cenho me encarando. — Combinamos que faríamos is
No dia seguinte, eu e Oliver, juntamente com nossos advogados, fomos ao banco para assinar os documentos e transferir o dinheiro. Levamos aproximadamente uma hora, para ler e assinar os contratos e o dinheiro ser transferido. Fiquei um pouco mais, para transferir o dinheiro de volta para a conta da minha mãe com juros e finalmente, não tinha mais nada que me prendesse a ela. Cheguei em casa e Diana não estava, mas não importava mais, a ansiedade em encontrá-la era apenas para terminar nosso relacionamento. Enquanto ela não chegava, aproveitei o tempo livre para organizar meu próximo projeto, estava guardado há anos, desde a época da faculdade e finalmente tive coragem de levar adiante. Nada garantia que daria certo, mas iria arriscar.Diana chegou horas depois irritada e jogou um cartão de crédito em cima do teclado do meu notebook. — Não acredito que me fez passar essa vergonha, Filipe! — começou, quase gritando. — Por que cancelou o cartão sem me avisar? — Não cancelei o cartão,
Jade LancasterDepois que meu pai falou com a imprensa, tudo se normalizou, mas a Caster teve um enorme prejuízo com isso e precisávamos trabalhar muito para reverter. Com um novo projeto aprovado pela equipe, as horas extras se tornaram fundamentais e mesmo meu pai sabendo a importância da minha presença lá, insistiu que eu fosse dar um passeio e almoçar com a Antonella e Diana. As duas eram as últimas pessoas que eu gostaria de ver naquele dia, mas na empresa, nada parecia se resolver. Estava um clima tenso, todos estavam nervosos pois o novo lançamento precisou ser adiantado e não podia falhar. As vezes temos que escolher nossas guerras e eu estava farta daquele escritório. Encontrei com elas no local que meu pai indicou, notei que ficaram surpresas em me ver, mas eu também estava por ter decidido ir. Antonella nos levou para as lojas de vestidos de noiva, se eu soubesse que era esse o passeio, jamais teria vindo, mas como já estava lá, aceitei e fingi simpatia pelas duas. Aliás,