AuroraDias depois…O carro parou na frente da minha casa e quando saí, minha mãe passou pela porta e veio até mim quase correndo. Eu a abracei, sentindo o alívio de vê-la novamente. — Aurora… — Seu choro foi de alívio e saudades, eu me emocionei junto. — Mãe, senti sua falta. — Cheirei sua roupa e me senti em casa.— Deixe-me vê-la. — Ela se afastou e conferiu meu rosto, sorrindo entre lágrimas. — Estou bem, mãe. Vamos entrar, está frio aqui fora.Thales parou do meu lado segurando uma mochila que era nossa pequena bagagem. Mamãe também o abraçou e Thales foi gentil em retribuir. A viagem tinha sido longa, mas não estava muito cansada. Nós entramos em casa e Thales tomou a liberdade de ir para a cozinha e preparar um chá. Na sala, sentei ao lado dela. Alisei sua mão um pouco fria e agradeci por ter voltado, sendo sincera, teve momentos que achei que não a veria mais nessa vida.— Fiquei tão desesperada, pensei que nunca mais a veria, filha. Aquelas pessoas…— Já passou, mãe. Estou
Thales— Não quero ir, mas preciso. — Cheirei seu pescoço e Aurora suspirou.— Vamos nos ver depois. — Seus dedos deslizaram mais uma vez por entre meus cabelos. — Não quer ir comigo? — perguntei esperançoso ao roçar meus lábios em sua orelha, Aurora gemeu manhosamente.— Quero, inclusive, tirar minha roupa e montar em você.— O que? — Quase engasguei e olhei para ela. — Agora? — Seria bom, mas prometi à mamãe que jantaria com ela e você precisa ir ao bar. — Não fica dizendo essas coisas assim, meu pau está sempre em alerta, agora mesmo, está duro.— Então aguente. — Sorriu, sapeca.— Aguentar? — Enchi a mão com seus cabelos e apertei, inclinando sua cabeça para trás. — Não pode estar falando sério, fêmea. — O rosnado baixo vibrou em minha garganta.— Quando me chama assim, fico ainda mais molhada. — Sua voz saiu manhosa e arrastada.— Por Deus, Aurora, você me põe louco.— Então vá logo.Suspirei, aborrecido. Aurora não tinha pena do meu pau dolorido, ela me provocava o tempo to
AuroraO bar ainda estava fechado, mas o trabalho já tinha começado, Thales estava recebendo mercadoria e Rhael, o novo assistente, carregava para o depósito. O garoto de dezenove anos era quieto e não confiava nas pessoas, no entanto, mesmo antes de se transformar, ele já sentia a submissão natural diante de um alfa.Rhael sempre foi um sobrevivente, ele foi abandonado quando criança e cresceu em um ambiente hostil e fez o que tinha que fazer para sobreviver, mas caiu nas mãos de Carmem, ela o pegou para servir de cobaia. Ele sofreu muito nessa vida, tinha direito de não confiar nas pessoas.Eu não o julgava. Agora olhando-o com atenção, ele é um rapaz bonito, cabelos loiros, olhos castanhos claros, ainda era muito magro, mas nada que alguns dias comendo adequadamente não resolvessem. Eu estava disposta a cuidar dele. Não só eu, mamãe praticamente o adotou como filho, ela falava animada dos planos para o futuro da nossa família.Voltei a folhear a revista de decoração e respirei fundo
AuroraDias depois…Abri os olhos depois que Thales saiu da cama de mansinho, eu sempre percebi seus movimentos por menor que fossem, mas eu gostava de dar esse prazer a ele. Thales gostava de levantar antes de mim para fazer nosso café. E, talvez ele soubesse que eu apenas fingia dormir enquanto ele acariciava meu rosto antes de sair da cama.Virei para o outro lado e puxei seu travesseiro, o cheiro dele era tão bom que me fazia quase desistir de levantar. Olhei para a paisagem de fora através da grande vidraça, não estava nevando com rigor, inclusive, há alguns dias não acontecia, as árvores já não estavam tão pesadas.Hoje eu estava de folga, felizmente, depois que voltei, consegui meu emprego de volta. Acabou que meu “sequestro” virou notícia, mas as histórias eram controversas, ninguém sabia de fato o que tinha acontecido e Rubens, como autoridade, contou sua versão breve e conformou a língua de muitos. Bom, ele mexeu os pauzinhos e assim esse assunto morreu.Infelizmente, ele ai
Aurora— Eu vinha sentindo algo estranho, teu cheiro está um pouco diferente e fico ansioso, o lobo anda reclamando também por eu não estar perto o tempo todo, ele anda me pondo louco com sua irritação e eu até pensei nessa possibilidade, mas depois seu estômago estava ruim e… — Ele parou e respirou fundo. — Um filhote, um filho…— Desculpe por não ter contado antes, eu tinha certeza mesmo sem esse teste e, eu queria fazer algo mais elaborado, mas você ia acabar descobrindo sozinho antes disso.— Devia ter me contado assim que desconfiou, nós estamos transando feito loucos e você continua trabalhando. Isso não deve ser bom.— Não acho que tenha problemas nisso, não exagere.— Mas e se acontece alguma coisa?— Uma gravidez não é tão delicada assim, amor. Eu sou uma loba forte. Esqueceu?— Eu sei, jamais duvidei de sua força, mas foi inevitável não me preocupar. — Tudo bem, vamos com calma.— Depois discutimos sobre isso, agora você tem que comer. — Thales me deu um pequeno beijo e sen
AuroraAlguns meses depois…O volante arrastou na minha barriga ao manobrar o carro, era quase fim de tarde, estava faminta, no entanto, algumas coisas precisavam ser resolvidas. Eram dois filhotes e eu sentia que estavam próximos, Adelya iria realizar o parto, felizmente, ela tinha alguma experiência. Os filhotes eram agitados e já não tinha tanto espaço pra eles. Adelya garantiu que era um casal, eu estava preocupada em ter um parto de dois em casa, mesmo que a loba estivesse segura. O destino queria assim, então eu devia confiar. Além disso, outras questões surgiram.Estacionei na frente da delegacia e saí com dificuldades do carro. A viatura estava na frente, então não perderia tempo. Ajustei o casaco que me deixava maior do que já estava e entrei no estabelecimento. Eu não podia dizer que estava às moscas, porque tinha um homem bastante aborrecido discutindo com uma mulher de frente ao balcão.O subordinado me olhou com uma expressão cansada e acenou para que eu entrasse. Dei le
Aurora— Talvez não aconteça assim, tem muito tempo daqui para frente. —Thales disse ao se levantar. — O livro não descreve apenas o passado? Por que ele mostrou algo do futuro?— Eu não sei. Adelya disse que a magia está se equilibrando e que muita coisa vai mudar. Nós não éramos os únicos, havia outras alcateias, mas a maldição teve origem na nossa, ela foi forte o suficiente para afetar a todos. — A loba te permitiu ver mais?Respirei fundo e me acomodei no sofá. Thales me ajudou a tirar a calça e depois colocou minhas pernas em seu colo. — Sim, ela me mostrou o suficiente. — Olhei para Thales e procurei seu lobo, ele me atendeu, o dourado cobriu o negro, busquei nosso vínculo mais profundo e compartihei aquela lembrança…*“A fogueira volumosa esquentava ao redor, era uma noite de festa, uma noite onde adoravam aos deuses em agradecimento ao alimento e fartura daquele período. A alfa levantou amparada por seu companheiro, a barriga exposta refletia o brilho da fogueira, havia u
Como previsto, a alfa teve os primeiros sinais do nascimento do filhote logo no início do inverno, a neve já tinha caído em abundância e se acumulado na floresta, a magia do novo membro da alcateia vindo ao mundo foi sentida, a alfa estava agachada no chão apoiada por seu macho, a frente, duas fêmeas experientes ajudavam naquele momento único. A alfa tinha seus cabelos ruivos molhados pelo suor, seu corpo nú tremia acompanhando contrações regulares, o macho a abraçava, tão suado quanto, seus cabelos negos se misturavam com os volumosos fios da fêmea devido à proximidade. Mais uma vez ela colocou força, tremendo, respirando rápido, seus dentes cerrados ajudavam na força e a suportar a dor natural para aquele momento. — Vamos, falta pouco, coloque mais força na próxima. — A fêmea que estava posicionada para receber o filhote disse com um sorriso. A alfa respirou fundo e sentiu as pernas dobradas tremerem de cansaço, as mãos estavam seguras sobre a do seu companheiro que não se moveu