Matteo saiu do banheiro com o corpo ainda úmido e os cabelos desgrenhados, mas um sorriso satisfeito estampado no rosto. O corredor estava silencioso, exceto pelo som distante de risadas e conversas vindas de algum outro canto da escola. Ele passou as mãos pelos cabelos tentando os ajeitar, ainda perdido nas lembranças do momento que acabara de compartilhar com Aurora.Assim que virou a esquina, deparou-se com Giuseppe encostado na parede com os braços cruzados e um sorriso tão radiante quanto zombeteiro no rosto. Matteo parou imediatamente, franzindo o cenho.— Pelo visto a nossa rainha está aprendendo direitinho… — Giuseppe disse, com um tom de voz carregado de provocação, enquanto inclinava levemente a cabeça para o lado.Matteo estreitou os olhos, o sorriso de antes desapareceu quase que instantaneamente. Ele deu um passo à frente, ficando cara a cara com o amigo com a expressão furiosa.— Não ouse! — retrucou com a voz baixa, mas carregada de advertência.Giuseppe ergueu as mãos
Aurora corou e as meninas gargalharam. Matteo beijou a nuca dela com carinho.— Não precisa, você sabe que eu sou todo seu! Autora sorriu e Matteo virou o corpo dela de encontro ao seu e a beijando ardentemente. Os gritinhos foram dados e depois que Matteo se separou de Aurora ele sussurrou:— Mudou de roupa para mim, princesa? — Talvez…Matteo encarou os olhos azuis da namorada.— Se alguém olhar para você com desejo, eu mato! — disse segurando seu rosto com delicadeza.Aurora sorriu triunfante.— Faço o mesmo com essas garotas… elas precisam saber que você tem dona e que ela é extremamente ciumenta e possessiva… Matteo soltou uma risada rouca e se inclinou roçando os lábios no ouvido dela.— Você sabe que sou apenas seu, princesa — ele murmurou. — Você está uma delícia nessa calça…Enquanto o resto do pátio observava, sem entender exatamente o que estava acontecendo, Aurora deu um sorriso triunfante. Aurora sentiu o rosto esquentar de imediato e o rubor se espalhando pelas boch
O escritório principal da mansão de Don Vittorio estava iluminado pela luz de um grande lustre de cristal. As paredes eram revestidas com painéis de madeira escura, o ambiente exalava poder e tradição. Sentados ao redor de uma mesa de mogno impecavelmente polida, Don Vittorio, Alonso e Luca discutiam com seriedade pois o assunto não era simples, o clima estava carregado de tensão.Don Vittorio inclinou-se ligeiramente para frente, apoiando os cotovelos sobre a mesa enquanto seus olhos azuis analisavam os rostos de seus amigos. Ele sabia que a chegada dos herdeiros da tríade chinesa à escola onde Matteo e Aurora estudavam não era uma coincidência.— Penso que isso foi proposital, Vittorio — disse Alonso, quebrando o silêncio. Seus olhos estavam fixos no Don, sua voz firme, carregada de preocupação. — Todas as máfias sabem da aliança da Cosa Nostra com a máfia grega e da união entre Matteo e Aurora. Por que mandar os filhos dela justamente para lá? Por que agora?Luca, que até então est
A noite começava a ganhar vida com risos e vozes animadas vindo do quarto de Aurora. Ava e Ivana já estavam prontas para a tão esperada festa do pijama na casa de Ekaterina que ali estava ajudando as amigas. Cada uma carregava travesseiros e pequenas malas, enquanto conversavam sobre as séries e fofocas mais recentes. Aurora, no entanto, demorava um pouco mais para descer as escadas, ajeitando a roupa justa que havia escolhido para a noite: um conjunto confortável, mas que delineava suas curvas de maneira que deixava Don Vittorio desconfortável.Quando Aurora finalmente apareceu, ele a observou com os olhos estreitos, o ciúme visível em cada linha do rosto austero.Seu pai bufou, cruzando os braços e lançando um olhar quase assassino para a roupa da filha.— Isso é o que você chama de roupa para sair de casa? — resmungou, incapaz de esconder o tom possessivo na voz.— Vittorio! — Serena o repreendeu de imediato, pousando a mão no braço do marido para acalmá-lo. — Deixe a menina. É só
Longe dali, Aurora despertou da cama esbaforida e assustada. O suor escorria por suas têmporas e o coração martelava em seu peito como se quisesse sair. Os olhos arregalados encontraram o teto desconhecido,ela demorou alguns segundos para lembrar que estava na casa de Ivana.— Matteo… — murmurou com a voz embargada.A visão do pesadelo ainda estava viva em sua mente: Matteo, machucado, sangrando, cercado de perigo. Lágrimas quentes começaram a escorrer pelo seu rosto sem que pudesse contê-las.— Eu preciso falar com ele! — disse, levantando-se de maneira abrupta, assustando Ekaterina que acordou ao seu lado.— Aurora, o que aconteceu? Você está bem? — perguntou Ekaterina, alarmada.Aurora balançou a cabeça, os soluços escapando enquanto pressionava as mãos contra o peito.— Algo está errado. Eu… eu sei que está. Preciso falar com Matteo, agora.Ekaterina tentou acalmá-la, mas Aurora sabia que aquilo não era apenas um sonho. Algo terrível havia acontecido. Ela temia que sua intuição es
O carro preto deslizou pela rua escura como uma sombra, aproximando-se lentamente do galpão onde os turcos se escondiam. Matteo estava no banco da frente, com os olhos fixos no prédio à frente. O loiro estava tomado por uma fúria silenciosa, mas avassaladora. Cada músculo de seu corpo estava tenso e a dor no ombro parecia um lembrete constante do que tinha acontecido horas antes.A raiva era tamanha que a dor era imperceptível.— Eles acham que podem mexer comigo e saírem impunes? — Matteo rosnou, quebrando o silêncio.Ele não olhava para Vincenzo e Giuseppe, que estavam atrás, mas sua voz carregava um peso que eles conheciam bem. Aurora soluçava sem parar, o rosto molhado de lágrimas enquanto Ekaterina a abraçava com força, tentando a todo custo acalmar a amiga, mas nada parecia funcionar. Cada minuto sem notícias fazia o desespero crescer ainda mais em seu peito. Ava, que estava ao lado, não desistia de ligar para Giuseppe. Com o celular colado ao ouvido, a amiga caminhava de um lado para o outro, insistindo em cada chamada que caía na caixa postal.— Por favor, Giuseppe… atende… — murmurava Ava, frustrada, tentando esconder a própria preocupação para não agravar ainda mais a situação da amiga.De repente, a chamada finalmente foi atendida. Ava congelou por um segundo, suCapítulo 62 - Preciso de Você
O líder turco ficou parado no centro do salão após Matteo sair, o clima tenso tomava conta de todo o ambiente. Ele observava os portões se fecharem atrás do futuro líder da Cosa Nostra e os segundos de silêncio logo se dissiparam quando Matteo desapareceu pelos portões. Tomado pela raiva e frustração, Zeki, líder da máfia, deu um grito de fúria e derrubou a mesa ao seu lado, espalhando papéis, copos e garrafas pelo chão.— Maldito seja! — ele gritou, respirando pesado. Em seguida, virou-se para o conselheiro, que estava parado em silêncio próximo à porta com os braços cruzados encarando seu líder com uma expressão de cautela no rosto.— Encontre meu irmão! — o líder rugiu, apontando um dedo para o seu general. — Não vou brigar com a Cosa Nostra por causa das inconsequências dele. Aslan que arque com suas merdas!O seu general inclinou levemente a cabeça em um gesto de respeito.— Sim, senhor. Vou rastreá-lo imediatamente — respondeu com firmeza.O líder turco caminhou de volta até su