A noite começava a ganhar vida com risos e vozes animadas vindo do quarto de Aurora. Ava e Ivana já estavam prontas para a tão esperada festa do pijama na casa de Ekaterina que ali estava ajudando as amigas. Cada uma carregava travesseiros e pequenas malas, enquanto conversavam sobre as séries e fofocas mais recentes. Aurora, no entanto, demorava um pouco mais para descer as escadas, ajeitando a roupa justa que havia escolhido para a noite: um conjunto confortável, mas que delineava suas curvas de maneira que deixava Don Vittorio desconfortável.Quando Aurora finalmente apareceu, ele a observou com os olhos estreitos, o ciúme visível em cada linha do rosto austero.Seu pai bufou, cruzando os braços e lançando um olhar quase assassino para a roupa da filha.— Isso é o que você chama de roupa para sair de casa? — resmungou, incapaz de esconder o tom possessivo na voz.— Vittorio! — Serena o repreendeu de imediato, pousando a mão no braço do marido para acalmá-lo. — Deixe a menina. É só
Longe dali, Aurora despertou da cama esbaforida e assustada. O suor escorria por suas têmporas e o coração martelava em seu peito como se quisesse sair. Os olhos arregalados encontraram o teto desconhecido,ela demorou alguns segundos para lembrar que estava na casa de Ivana.— Matteo… — murmurou com a voz embargada.A visão do pesadelo ainda estava viva em sua mente: Matteo, machucado, sangrando, cercado de perigo. Lágrimas quentes começaram a escorrer pelo seu rosto sem que pudesse contê-las.— Eu preciso falar com ele! — disse, levantando-se de maneira abrupta, assustando Ekaterina que acordou ao seu lado.— Aurora, o que aconteceu? Você está bem? — perguntou Ekaterina, alarmada.Aurora balançou a cabeça, os soluços escapando enquanto pressionava as mãos contra o peito.— Algo está errado. Eu… eu sei que está. Preciso falar com Matteo, agora.Ekaterina tentou acalmá-la, mas Aurora sabia que aquilo não era apenas um sonho. Algo terrível havia acontecido. Ela temia que sua intuição es
O carro preto deslizou pela rua escura como uma sombra, aproximando-se lentamente do galpão onde os turcos se escondiam. Matteo estava no banco da frente, com os olhos fixos no prédio à frente. O loiro estava tomado por uma fúria silenciosa, mas avassaladora. Cada músculo de seu corpo estava tenso e a dor no ombro parecia um lembrete constante do que tinha acontecido horas antes.A raiva era tamanha que a dor era imperceptível.— Eles acham que podem mexer comigo e saírem impunes? — Matteo rosnou, quebrando o silêncio.Ele não olhava para Vincenzo e Giuseppe, que estavam atrás, mas sua voz carregava um peso que eles conheciam bem. Aurora soluçava sem parar, o rosto molhado de lágrimas enquanto Ekaterina a abraçava com força, tentando a todo custo acalmar a amiga, mas nada parecia funcionar. Cada minuto sem notícias fazia o desespero crescer ainda mais em seu peito. Ava, que estava ao lado, não desistia de ligar para Giuseppe. Com o celular colado ao ouvido, a amiga caminhava de um lado para o outro, insistindo em cada chamada que caía na caixa postal.— Por favor, Giuseppe… atende… — murmurava Ava, frustrada, tentando esconder a própria preocupação para não agravar ainda mais a situação da amiga.De repente, a chamada finalmente foi atendida. Ava congelou por um segundo, suCapítulo 62 - Preciso de Você
O líder turco ficou parado no centro do salão após Matteo sair, o clima tenso tomava conta de todo o ambiente. Ele observava os portões se fecharem atrás do futuro líder da Cosa Nostra e os segundos de silêncio logo se dissiparam quando Matteo desapareceu pelos portões. Tomado pela raiva e frustração, Zeki, líder da máfia, deu um grito de fúria e derrubou a mesa ao seu lado, espalhando papéis, copos e garrafas pelo chão.— Maldito seja! — ele gritou, respirando pesado. Em seguida, virou-se para o conselheiro, que estava parado em silêncio próximo à porta com os braços cruzados encarando seu líder com uma expressão de cautela no rosto.— Encontre meu irmão! — o líder rugiu, apontando um dedo para o seu general. — Não vou brigar com a Cosa Nostra por causa das inconsequências dele. Aslan que arque com suas merdas!O seu general inclinou levemente a cabeça em um gesto de respeito.— Sim, senhor. Vou rastreá-lo imediatamente — respondeu com firmeza.O líder turco caminhou de volta até su
O galpão estava mergulhado em sombras, iluminado apenas por uma luz crua e fria que pendia do teto, oscilando levemente com a brisa que entrava pelas frestas das paredes enferrujadas. O cheiro de ferrugem e óleo queimado impregnava o ar, misturando-se com algo mais metálico. Sangue. Matteo estava parado no centro do espaço com uma serra elétrica apoiada na mesa ao lado, sua lâmina reluzia sob a luz.Diante dele, Aslan, o traidor turco, estava amarrado a uma cadeira robusta, seu rosto já estava marcado por hematomas e cortes profundos. Ele tentava disfarçar o medo, mas seus olhos denunciavam o pavor que o consumia. Matteo, de pé, imponente, limpava o sangue seco de suas mãos com um pano enquanto observava o homem.— Você sabia que isso ia acontecer, não é? — Matteo disse com sua voz baixa, quase num sussurro, carregada de uma frieza que fazia o ar parecer ainda mais pesado.Aslan não respondeu, apenas engoliu em seco, com seus lábios tremendo.— Você teve a audácia de arquitetar um a
Aurora estava deitada em sua cama, o quarto se encontrava silencioso, exceto pelo som suave do vento que passava pelas janelas. Abraçada ao seu urso de pelúcia, ela olhava para o teto, mas sua mente estava longe dali. O coração estava inquieto, batendo forte no peito, mesmo depois de Vincenzo ter garantido que Matteo estava bem.A ansiedade não a deixava descansar. Sabia que só conseguiria respirar aliviada quando o visse com seus próprios olhos, quando ele estivesse ali, seguro, ao seu alcance.Ela suspirou, apertando o urso contra o peito— Por que ele sempre tem que se colocar em perigo assim? — sussurrou para si própria.Seus o
Aurora entrou no quarto de Matteo ao seu lado e logo disse:— O Senhor vai ficar deitado enquanto vou preparar algo para comer. Você precisa descansar.Matteo sorriu para sua amada e antes dela se afastar, puxou sua cintura com posse e beijou seus lábios com urgência. Sem demora, Aurora retribuiu com a mesma intensidade.— Por favor, nunca mais faça isso comigo! — abriu os olhos e sussurrou quando os lábios se afastaram.Matteo sorriu e acariciou o rosto de sua amada delicadamente.— Vou tentar, prometo.Aurora retirou o casaco de seus ombros.