Longe dali, Aurora despertou da cama esbaforida e assustada. O suor escorria por suas têmporas e o coração martelava em seu peito como se quisesse sair. Os olhos arregalados encontraram o teto desconhecido,ela demorou alguns segundos para lembrar que estava na casa de Ivana.— Matteo… — murmurou com a voz embargada.A visão do pesadelo ainda estava viva em sua mente: Matteo, machucado, sangrando, cercado de perigo. Lágrimas quentes começaram a escorrer pelo seu rosto sem que pudesse contê-las.— Eu preciso falar com ele! — disse, levantando-se de maneira abrupta, assustando Ekaterina que acordou ao seu lado.— Aurora, o que aconteceu? Você está bem? — perguntou Ekaterina, alarmada.Aurora balançou a cabeça, os soluços escapando enquanto pressionava as mãos contra o peito.— Algo está errado. Eu… eu sei que está. Preciso falar com Matteo, agora.Ekaterina tentou acalmá-la, mas Aurora sabia que aquilo não era apenas um sonho. Algo terrível havia acontecido. Ela temia que sua intuição es
O carro preto deslizou pela rua escura como uma sombra, aproximando-se lentamente do galpão onde os turcos se escondiam. Matteo estava no banco da frente, com os olhos fixos no prédio à frente. O loiro estava tomado por uma fúria silenciosa, mas avassaladora. Cada músculo de seu corpo estava tenso e a dor no ombro parecia um lembrete constante do que tinha acontecido horas antes.A raiva era tamanha que a dor era imperceptível.— Eles acham que podem mexer comigo e saírem impunes? — Matteo rosnou, quebrando o silêncio.Ele não olhava para Vincenzo e Giuseppe, que estavam atrás, mas sua voz carregava um peso que eles conheciam bem. Aurora soluçava sem parar, o rosto molhado de lágrimas enquanto Ekaterina a abraçava com força, tentando a todo custo acalmar a amiga, mas nada parecia funcionar. Cada minuto sem notícias fazia o desespero crescer ainda mais em seu peito. Ava, que estava ao lado, não desistia de ligar para Giuseppe. Com o celular colado ao ouvido, a amiga caminhava de um lado para o outro, insistindo em cada chamada que caía na caixa postal.— Por favor, Giuseppe… atende… — murmurava Ava, frustrada, tentando esconder a própria preocupação para não agravar ainda mais a situação da amiga.De repente, a chamada finalmente foi atendida. Ava congelou por um segundo, suCapítulo 62 - Preciso de Você
O líder turco ficou parado no centro do salão após Matteo sair, o clima tenso tomava conta de todo o ambiente. Ele observava os portões se fecharem atrás do futuro líder da Cosa Nostra e os segundos de silêncio logo se dissiparam quando Matteo desapareceu pelos portões. Tomado pela raiva e frustração, Zeki, líder da máfia, deu um grito de fúria e derrubou a mesa ao seu lado, espalhando papéis, copos e garrafas pelo chão.— Maldito seja! — ele gritou, respirando pesado. Em seguida, virou-se para o conselheiro, que estava parado em silêncio próximo à porta com os braços cruzados encarando seu líder com uma expressão de cautela no rosto.— Encontre meu irmão! — o líder rugiu, apontando um dedo para o seu general. — Não vou brigar com a Cosa Nostra por causa das inconsequências dele. Aslan que arque com suas merdas!O seu general inclinou levemente a cabeça em um gesto de respeito.— Sim, senhor. Vou rastreá-lo imediatamente — respondeu com firmeza.O líder turco caminhou de volta até su
O galpão estava mergulhado em sombras, iluminado apenas por uma luz crua e fria que pendia do teto, oscilando levemente com a brisa que entrava pelas frestas das paredes enferrujadas. O cheiro de ferrugem e óleo queimado impregnava o ar, misturando-se com algo mais metálico. Sangue. Matteo estava parado no centro do espaço com uma serra elétrica apoiada na mesa ao lado, sua lâmina reluzia sob a luz.Diante dele, Aslan, o traidor turco, estava amarrado a uma cadeira robusta, seu rosto já estava marcado por hematomas e cortes profundos. Ele tentava disfarçar o medo, mas seus olhos denunciavam o pavor que o consumia. Matteo, de pé, imponente, limpava o sangue seco de suas mãos com um pano enquanto observava o homem.— Você sabia que isso ia acontecer, não é? — Matteo disse com sua voz baixa, quase num sussurro, carregada de uma frieza que fazia o ar parecer ainda mais pesado.Aslan não respondeu, apenas engoliu em seco, com seus lábios tremendo.— Você teve a audácia de arquitetar um a
Aurora estava deitada em sua cama, o quarto se encontrava silencioso, exceto pelo som suave do vento que passava pelas janelas. Abraçada ao seu urso de pelúcia, ela olhava para o teto, mas sua mente estava longe dali. O coração estava inquieto, batendo forte no peito, mesmo depois de Vincenzo ter garantido que Matteo estava bem.A ansiedade não a deixava descansar. Sabia que só conseguiria respirar aliviada quando o visse com seus próprios olhos, quando ele estivesse ali, seguro, ao seu alcance.Ela suspirou, apertando o urso contra o peito— Por que ele sempre tem que se colocar em perigo assim? — sussurrou para si própria.Seus o
Aurora entrou no quarto de Matteo ao seu lado e logo disse:— O Senhor vai ficar deitado enquanto vou preparar algo para comer. Você precisa descansar.Matteo sorriu para sua amada e antes dela se afastar, puxou sua cintura com posse e beijou seus lábios com urgência. Sem demora, Aurora retribuiu com a mesma intensidade.— Por favor, nunca mais faça isso comigo! — abriu os olhos e sussurrou quando os lábios se afastaram.Matteo sorriu e acariciou o rosto de sua amada delicadamente.— Vou tentar, prometo.Aurora retirou o casaco de seus ombros.
Alguns dias tinham se passado e Matteo, a pedido de Serena, permaneceu repousando em casa. Aurora ia para a escola pela manhã e depois das aulas, corria para casa para cuidar do seu amado. Serena ria da maneira autoritária que a menina cuidava do filho, tomou seu celular e disse que ele deveria permanecer em repouso total durante os dias que estivesse em casa.Matteo estava deitado na sua cama enquanto conversava com Giuseppe que ria da tromba do amigo por estar preso dentro do quarto há três dias.— Sua cara está ótima!— Vai se ferrar Giuseppe!— Nossa, que mal humor… tá precisando desestressar um pouco meu amigo…. bater uma ajuda muito e…— VAI TE FODER GIUSEPPE!