- O que é bom pra curar a ressaca?Jheniffer ligou o chuveiro e deu a mão para Apollo entrar no box do banheiro do hotel. Ele quase escorregou. O rapaz a abraçou.- Banho frio é bom. Cuidado pra não cair.Jheniffer não parava de rir.- Não. Você está brincando comigo. Está mesmo bêbado?- Um pouco, sei lá. Exagerei um bocado.- Fica aí. Se não me engano, vi umas bananas e maçãs sobre o frigobar.- Eu vi uva.- Viúva? Ficou louco? Vou ficar viúva se você cair nesse banheiro, Apollo. Vou buscar frutas pra nós. Dizem que cura ressaca na hora.Ela saiu nua do banheiro. Apollo riu e entrou debaixo do chuveiro. A água gelada bateu em suas costas e ele gritou.- Pai eterno, o que foi isso, Wellington?- Sei lá, amor.- Um grito de dor, parece que veio do quarto da Jheniffer. Era o Apollo gritando.- Estão se amando, como nós. Estou quase no clímax, Stefany. Vamos nos concentrar aqui, minha deusa.No outro quarto, Bruno saiu do banho. - Caraca, moleque. Estão esfolando alguém no outro quarto
O grupo esperava a sobremesa. Wellington bocejou. Daniella propôs uma brincadeira.- Pra despertar. Brincadeira meninos contra meninas. Quem acertar menos respostas, terá que ir comprar chocolates para o grupo vencedor.- Legal, Dani. Que tema sugere?- Capitais de países, Bruno.- Ah, não vale. Você vai acertar todas, você viajando pelo mundo.- Sim mas não vou às capitais.- Espera. Eu, Apollo e Bruno somos um grupo. As garotas, outro grupo. Quem acertar mais e ganhar, recebe chocolates? Do grupo perdedor? Além de perder e ser humilhado, tem que gastar ainda?- Sim, Wellington. É a regra.- Eu era péssimo em Geologia, não vou acertar nem a capital do Brasil.Stefany o beijou.- Amor, é geografia. Não geologia.- Não falei. Os homens vão perder.- Primeira questão aos garotos. Qual a capital da Guatemala?Perguntou Daniella. - É pra você, Apollo. A fundação não tem casa lá?- Não tem, Bruno. Pode ser que tenha, agora que está expandindo a área de atuação. Essa é difícil, einh.Dani
O grupo deixou o hotel. Tempo depois, eles chegaram ao Parque Amantikir. - Que jardim botânico lindo, Apollo.- Também gostei, Stefany. É bem diferente das imagens da internet.- É uma parte de Campos do Jordão que eu jamais imaginei que existia. - Pra mim também, Bruno. Quando falavam em Campos do Jordão, a primeira idéia que vinha era dos chalés, o clima frio, fondue e chocolate quente. Olha essa natureza, as trilhas e esse parque maravilhoso.Disse Daniella, impressionada. Depois, eles foram até a ducha de prata, uma cachoeira de águas cristalinas, uma das belezas da Serra da Mantiqueira, onde tiraram muitas fotos. No Parque Estadual Campos do Jordão, visitaram o Morro do Elefante e o borboletário.- Cuide de seu jardim e as borboletas virão, me disse Apollo certa vez.- É uma das minhas frases preferidas, Jheniffer.Um guia turístico se aproximou. Ele se apresentou e passou a falar do local.- Agora já sabem tudo do borboletário mas alguém sabe qual é o coletivo de borboletas?-
- Aí, que saudades do Bruno.- Só duas horas e meia de viagem, Daniella.- Fomos separados. Que crueldade você fez, Jheniffer. Você não tem um lado doce?- Eu tinha mas o comi. Apollo dirigindo, riu.- Aonde você achou essa resposta?- Num quadro, na parede de uma padaria, Apollo. A trouxemos pra combinar a surpresa do helicóptero.- Só por isso?- Claro que não. Também porquê a amamos e gostamos das suas histórias.- Estava brincando, amo vocês, Jheniffer. Você foi a minha salvação, naquela fase turbulenta. Apollo foi amor a primeira vista. É o irmão que não tenho.- Que bom ouvir isso. A vida nos uniu, Daniella. Sua ajuda na live foi demais, foi um dia emocionante, inesquecível.Disse Apollo. Jheniffer se emocionou.- Vamos parar ou vou chorar até São Paulo. - Mandei uma mensagem a Louis. Ele não vai usar o helicóptero no dia que a gente estiver em Nova York. Nos deu quinze minutos de vôo, gratuito.- Oba. Já é muito. Obrigado, Louis.Vibrou Jheniffer.- Quantas pessoas cabem no h
Consuelo foi categórica. Ela bateu na mesa com o punho.- Não discuta. Você tem que se acostumar a andar com um segurança. Tem o seu motorista da fundação, filha. Não pode ficar chamando esses carros de aplicativos, mesmo numa corrida rápida. Veja o que nos ocorreu.- Está bem, titia. Vou fazer o que me pediu.Elas se abraçaram. A mãe de Bianca se uniu ao abraço. O pai e o irmão da presidente da fundação Hermann chegaram. Bianca os colocou a par do sequestro relâmpago. Eles ficaram muito preocupados porém, aliviados pelo rápido e positivo desfecho.- Por sorte, a ajuda de Velasco foi providencial. O rapaz tomou um tiro no ombro, ao entrar na minha frente e de Bianca pra nos salvar.Explicou Consuelo.- Eu fui contra o namoro dele com a minha filha. É um amor de verdade e mudei de idéia.Bianca abraçou o pai.- Quero pedir que se mudem pra mandão da fundação, onde há segurança e conforto a todos.- Isso mesmo. Estarão seguros lá. Que essa notícia do sequestro fique aqui, a imprensa e a
Júlio César cumprimentou a todos na fundação. Esforçava-se para ser o máximo gentil e prestativo, sobretudo com os refugiados. Às vezes, anteriormente, ficava olhando Apollo trabalhar e achava aquilo uma perda de tempo, besteira mas agora tentava fazer igual.- Eu carrego essa cesta de frutas, Samantha.- Não precisa, seu Júlio. A cozinha não é longe.- Eu sei mas tem a escada, o Luís lavou o pátio, a senhora pode escorregar. Não estou fazendo nada na minha sala, não vai cair a minha mão se ajudar.- Está bem. Muito obrigada.Ele retornou a sala, logo depois. Humberto chegou com seu carro novo.- Olá, pessoas. Júlio, trouxe o quadro da alta cúpula da fundação. Um luxo.- Oi, Humberto. Puxa, ficou lindo, essa moldura dourada, a Bianca em cima e o baixo clero abaixo.- Olha a ousadia, homem. Senhor Humberto, presidente Bianca a partir de agora. Esse quadro ficará no hall de entrada. Pode pendurar, por favor?- Com prazer. Olha aqui, você abaixo da Renata. Vocês chegaram mesmo ao topo.-
- Obrigada por emprestar a mansão.- Emprestar? Ela é sua, titia. Sua presença está aqui, em tudo. As portas estarão sempre abertas a senhora.- Que gentileza, Bianca. Esse almoço de agradecimento ao Velasco será um sucesso.- Como tudo que a senhora faz, tia Consuelo. - Com a sua colaboração, claro. Não teria outra forma de saber as predileções do nosso herói. - Churrasco argentino e saladas variadas. Velasco é um homem simples, de origem humilde. Se tivesse arroz e um ovo frito, com suco de acerola, estaria feliz e grato por esse momento.- E a família dele?- Velasco é órfão de pau e mãe. A tia que o criou mora em Monterrey, no México. Ele não tem irmãos.- O que mostra a vida sofrida que teve.- Exatamente, tia. Um garoto sem estudos e alimentação adequada. Um adolescente arredio e violento. Enveredar pela criminalidade era uma grande certeza no seu futuro.- Bem, ele se endireitou. Você o ama?- Sim. Não nego. Esse almoço em família me deixa emocionada. Jamais pensaria que foss
- Não, obrigado. Estou tomando analgésicos. Vou ficar no suco de manga.- Vai fazer essa desfeita?Bianca beliscou o irmão. Consuelo riu.- Onde já se viu, oferecer cerveja ao convidado? Ele está tomando remédios.Bianca abraçou Velasco.- Está sendo uma tortura, não? O grande Velasco recusando cerveja.- Pois é. Sua tia está degustando um whisky, bem na minha frente.Consuelo olhou para o casal.- Velasco? Que tal mais um bife de chouriço? Eu amo mal passado.- Terei o maior prazer de acompanhá-la nessa difícil tarefa, senhora Consuelo. Mal passado, com o sal grosso em cima. Perfeito.- Já vi que tem bom gosto, filho.Consuelo chamou o churrasqueiro. Bianca sussurrou.- Ela o chamou de filho. Agora está oficialmente aceito na família, amor.- Isso me deixa feliz. Não aguento mais comer, Bianca. Linguiça com seu pai, panceta a moda brasileira com seu irmão, costeletas ao barbecue com sua mãe, bife de chouriço com sua tia. Vou estourar.- Tem que ter espaço para o bolo de chocolate, qu