Renata e Humberto saíram da área interna do aeroporto de Buenos Aires.- Chegamos, Humberto. Estamos na capital da Argentina.- Chegamos ao topo, ao alto escalão, amiga.Um motorista erguia um cartaz, com os nomes deles e o símbolo da fundação Hermann.- Olha, mandaram um carro pra nos pegar.- Ai, que chique. Aquele motorista poderia me pegar também, depois.- Sossega, Humberto. Não vai investir no Guilherme?- Vou sim. Estava brincando, Renatinha.Eles foram até o carro e cumprimentaram o motorista.- Senhorita Renata, senhor Humberto?- Isso. Bom dia.- Bom dia. A senhorita Bianca me enviou. O almoço festivo será na sede da fundação Hermann. Entrem, por favor.- Muito obrigada.Renata e Humberto entraram no carro. O motorista colocou as malas no compartilhamento traseiro.- Renata, estou me sentindo o máximo.- Eu também, Humberto. É uma sensação incrível.Humberto ficou encantado com os prédios e a beleza do centro da cidade. Eles chegaram a fundação. Bianca os recebeu.- Olá. Só
- O que pensa em fazer?- Sinceramente, não sei. Alguma sugestão, você que a conhece bem? Bem melhor que eu.- Não sei. Stefany está diferente. Ela gostava de lasanha, massas. Agridoce! Ela ama comida agridoce, Apollo.- Oh. Já é uma superdica, amor. - Strogonoff?- Hum. Talvez não. Strogonoff já tem entrado no cardápio do brasileiro, já está batido. Strogonoff de frango, de carne. Outra receita, sei lá.- Moqueca? - É uma boa mas teríamos que comprar uma panela de barro, que dá o sabor a essa receita. Não temos peixe em casa, Jheniffer.Apollo falava ao celular, andando pelo mercadão de São Paulo.- Estou aqui me lembrando de seus pais, aqui no mercadão. Foi muito legal.- Ah, eles também amaram, sabia? Estou saindo fórum agora. Deu tudo certo na audiência. A juíza Marcela está lhe mandando um abraço.- Outro. Adoro ela e o Nascimento. Gente boa demais da conta.- Agora você falou como um autêntico mineiro, uai.- Falando nisso, temos que resolver logo esse trem. São quase duas da
- Foi bom enquanto durou.- É, hora de voltar pra casa, Humberto. Adeus, Argentina.- Adeus, hotel e mordomia.- Que perfume da nossa presidente. Se foi há meia hora e o perfume ficou.- Perfume bom, Humberto. Coisa cara.- Estranho, não achou? Ela e o Velasco vieram, tomaram champanhe, falaram amenidades, agradeceram e tchau.- Vieram fazer um social. Falar que deram atenção a nós e tal. Nada mais que isso. Eu não reconheci o Velasco.- Nem eu. Chapadão como estava, não ia reconhecer o bofe nem com reza brava. Só conhecia por fotos. Tem cara de gangster.- Ah, isso pode contar que ele é. Um tremendo canalha e fora da lei. Estava certa a Consuelo de não o querer como namorado da Bianca. Ele pede, não manda pois não é mãe. Dá pra ver que o sujeito não presta.- Pra mim, ela come na mão dele.- A presidente acha que é o contrário. Me deu uns arrepios quando ele se aproximou. Esse cara anda acompanhado de espíritos do mal.- Ainda acha que foi ele quem mandou apagar o Júlio?- Certeza qu
- Apollo, o vinho acabou.- Vou pegar outra garrafa, Jheniffer. Vocês podem beber mais, estão de carro?- Não. Tranquilo, Apollo. Viemos de carro de aplicativo por isso, pra beber e aproveitar. Foi idéia da Stefany. Ela disse que teria cerveja e vinho. Seria um pecado não acompanhar vocês.- Isso é verdade, Wellington.Stefany e Jheniffer foram até a cozinha.- Fomos pegar mais frango. Está delicioso. Top, eu diria.Disse Stefany. - Casou muito bem com vinho tinto, amiga. Wellington se serviu novamente.- Eu estava com vergonha de repetir. Amei esse prato. É o meu favorito daqui pra frente.Stefany riu.- Cada nova receita do Apollo logo vira a favorita do Wellington. Nunca vi um sujeito mais puxa saco que esse meu noivo.- E não é pra ser, com todas essas coisas boas que ele faz? Quando me lembro daquela torta holandesa!- Ah, cairia bem mas não deu tempo de fazera a torta. Brownie e sorvete, é o que tem pra hoje, Wellington.- Não falei? O homem tem mão abençoada pra cozinhar. Olh
Apollo e Wellington falavam do passaporte. Jheniffer puxou Stefany para o quarto.- Amiga, quero que veja meus casacos, se são apropriados para Nova York.- Sou suspeita pra dar opinião. Os dois casacos que tenho ganhei da Daniella. Falando nisso, Wellington terá que comprar agasalhos para a viagem.As duas amigas foram para o quarto.- Garotas. Passam horas falando de roupas, modas e sapatos.Apollo colocou a mão no ombro de Wellington.- Assim é a vida, meu caro. Mulheres são assim. Nós também passamos horas falando de futebol, não é mesmo? Brigamos, discutimos, chateamos e os jogadores que eram rivais no jogo, estão no churrasco, se divertindo.- Isso é verdade. Igual naquele quebra quebra de Corinthians e Palmeiras. Os briguentos foram vistos noutro dia, tomando cerveja num bar.- Não falei. Outra cerveja?- Eu quero sim, por favor.Wellington prestava atenção na tevê, no show de forró. Apollo abriu a lata de cerveja e ela estourou, derramando espuma no chão.- Perdão, Wellington
Jheniffer e Apollo retornaram ao apê, após se despedirem de Stefany e Wellington.- Agora não tem jeito, somos oficialmente os padrinhos de Stefany e de Wellington.- Pois é. Quem diria que a minha melhor amiga fosse se casar, ainda esse ano e que eu seria a madrinha com o meu noivo?- Surpresa?- Sim. Há pouco tempo isso seria impensável e inimaginável. Estávamos as duas na ferveção, solteirassas e curtindo a vida. Mais preocupadas com a próxima vinda do Coldplay ou Maroon 5 ao Brasil, do que com lista de ítens de casamento.- Pois é, a vida dá uma guinada e nossas prioridades mudam da água para o vinho. Jheniffer o beijou, no elevador.- A minha vida mudou após o conhecer.- Uau. Isso é bom.- É maravilhoso. Minha vida era sair e encher a cara, dançar e beijar muito. Tudo sem compromisso, aliás, sem compromisso nenhum.- Por isso me deu um gelo? Um gelo não, um iceberg.- Não te dei gelo.- Deu sim. Demorou pra me procurar, após a nossa primeira vez.- Ah, tá. Eu estava confusa.-
Jheniffer pegou sua bolsa. Dona Celeste tirava a mesa do café da manhã. Apollo voltou da cozinha.- Estou indo trabalhar.Ele a beijou.- Tenha um ótimo trabalho, querida.- Muito obrigada. Nos vemos às onze horas?- Às onze, no banco. Estarei lá, com os documentos do apartamento.- Ótimo. Assim, não precisarei levar essa pasta grossa da escritura até o escritório.Dona Celeste ajeitou os óculos.- O casal vinte não vai almoçar em casa? Jheniffer a abraçou.- Não vamos, minha rainha. Apollo e eu iremos ao banco. Ele se dispôs a quitar o meu apartamento. Quer dizer, o nosso apartamento. Apollo quer comprar um carro pra ele, agora que não está na fundação. Depois, vamos almoçar num restaurante.- Uau. Isso é o que eu chamo de um gesto de amor. Jheniffer, esse homem te ama. Não é qualquer um que faz isso. - Eu concordo.- Farei isso pois vai tirar uma dívida mensal das costas da minha noiva. O banco vai dar um desconto brutal, na quitação total do financiamento. Ficamos todos tranquilo
Jheniffer chegou ao banco. Apollo conversava com um segurança.- Oi, amor. Faz tempo que chegou?- Há uns vinte minutos. Vim me apresentar ao segurança. Ele estava me olhando, desconfiado. Um rapaz sozinho, dentro do banco e sem fazer nada? - Mas você está muito bem vestido.- O que não quer dizer nada.Apollo pediu licença ao segurança.- É sério? Ele estava te olhando?- Sim. Estava fazendo o trabalho dele. Eu olhava o celular e a porta, querendo ver se você chegava. Uma atitude estranha. Peguei uma senha para falar com a gerente. Deixei passarem duas pessoas a nossa frente, visto que não chegava.- Tudo bem. Esse trânsito caótico da capital. Eu me atrasei.- Tudo bem. O importante é que você chegou e nosso objetivo será alcançado.- Se quiser, podemos ir ver o carro ou almoçar, primeiramente.- Primeiro o dever, depois o lazer. Quitamos o apê em primeiro lugar.- Está certo. Você é quem manda.- Vou avisar a gerente que você chegou.A gerente os chamou. O número da senha deles apa