Certo dia no trabalho, me deparei com a minha deusa tristinha, sempre que isso acontecia eu me angustiava com medo de ter feito algo errado, então me aproximei apreensivo.
— O que foi, amor? — Perguntei.
— Acho que a Jhenny está brava comigo, desde aquele dia no carro...
— Eu achei meio bobo aquele comentário seu… — Sorri lembrando. — Mas por que você acha isso?
— Ofereci ajuda, Rafael e Dani estão lá porque está sendo difícil pra ela cuidar do bebê e do Cristiano, mas ela recusou...
— Às vezes ela não quer te incomodar!
— Não, ela foi bem clara que tem tanto ciúmes de mim com o Cris, quanto eu tenho de vocês!
Alguns dias depois, minha deusa e eu viajamos para Porto Alegre, decidimos que enfrentaríamos nossos medos juntos, eu finalmente voltaria na casa da minha avó e conheceria os filhos do meu pai, e ela voltaria a encontrar sua mãe dois anos depois de ter se mudado para Brasília. — Pronta? — Perguntei assim que paramos em sua antiga casa. — Acho que sim. Não havia empolgação em seu tom, pelo contrário, eu vi que haviam feridas abertas em seu peito. Manuela já tinha conversado com a mãe a um tempo atrás, sabíamos que ela havia se separado do padrasto e dizia estar arrependida pelo que fez, mas ainda assim, Manu parecia insegura, e eu só entendi o porquê após o nosso encontro. — Oh, minha filha! Como é bom te ver de novo! Quanta saudade eu senti! <
Alguns dias depois, voltamos para Brasília, sem dúvidas aquelas haviam sido as melhores férias da minha vida. Voltamos ao trabalho, que por sinal estava extremamente enrolado com a nossa ausência, mas estávamos revigorados, eu só não imaginava que aquele clima todo de perdão e recomeço faria minha deusa tomar uma atitude inesperada. — Os meninos vão dar uma festa pra comemorar a formatura do João. A olhei sem entender. — E o que tem? — Estou pensando em ir, vamos? — O quê? Por que você quer ir numa festa desse idiota? — Vai ser na casa da Anelise. A Jhenny me contou que o João se formou sozinho porque o Rafael abriu mão novamente do semestre depois qu
Mais tarde seguimos para o parque para a primeira prova, era possível ver no olhar de todos que não era somente eu que estava preocupado, mas desejei de coração que tudo corresse bem, ela merecia. Quando chegou a sua vez, fiquei apreensivo, olhei para o Cris e ele não desgrudava os olhos dela, então Jhenny disparou com o cavalo, e até eu que nunca fui fã de nada daquilo me arrepiei, pude sentir a adrenalina, meu primo se levantou da cadeira se debruçando sobre a cerca, todos observamos bestificados, ela era boa naquilo, por mais maluco que o cavalo fosse, e finalizou com a melhor pontuação da noite. Na segunda prova que ocorreu no dia seguinte não foi diferente, Jhenny surpreendeu a todos finalizando em terceiro lugar. A grande final ocorreu no próximo dia, que por sinal era o seu aniversário, então todos preparamos uma surpresa. Assim que ela se
Depois da última conversa que Manuela e eu tivemos sobre casamento, ela nunca mais tocou no assunto, aparentemente estava tudo bem até que nós nos desentendemos novamente. Minha irmã ainda ficava com frequência no meu apartamento, raramente passava uns dias na casa da vovó, as duas se davam bem, mas Fernanda era acostumada com a vida mansa de ter empregada e tudo na mão, já a Manuela tinha outro estilo de vida. Desde que passamos a morar juntos, minha deusa assumiu todas as responsabilidades do apartamento para si, por conta própria, pois jamais exigiria nada dela, cuidava da limpeza, da comida, das roupas, detestava bagunça, de fato estava cômodo pra mim e minha irmã. Na minha concepção, Manuela fazia por que queria, eu poderia continuar como era antes, pagar uma diarista de vez em quando, comer sempre na rua, mas ela fazia compras mensalmente e todo final de semana deixava fácil as nossas refeiçõe
Manuela não foi dormir comigo, passou a noite na sala, quando me levantei, me arrumando para o trabalho, ela estava dormindo no sofá e assim permaneceu. Eu havia passado a noite em claro, estava extremamente mau-humorado e chateado, Manuela acordou praticamente na hora que tínhamos que sair. — Minha nossa, perdi a hora... Permaneci sem lhe dirigir a palavra e enquanto ela corria para se arrumar desci aguardando no carro. — Achei que você ia sem mim. — Disse ofegante quando finalmente apareceu. — Deu vontade! Olha a hora, temos reunião marcada! Fui ríspido, Manuela seguiu em silêncio, olhando pela janela e subiu para a empresa se trancando em sua sala.
Terminar com a Jhenny doeu, mas nada parecido ao que eu estava passando, não conseguia me conformar, não queria aceitar o fim. Eu ligava pra Jhenny com frequência, as duas eram muito amigas e Manuela lhe contava tudo, porém nem sempre ela estava disposta a me falar, mas ainda assim era quem mais me apoiava, a única que dizia que ficaria tudo bem. Soube pela minha irmã que a polícia encontrou o cavalo que havia sido roubado, e todos viajaram para o haras, não consegui descobrir se a minha deusa estava junto. — Jhenny, como você está? Soube que encontraram o cavalo, fiquei muito feliz por você. — Estou bem, muito feliz, achei que jamais veria meu Ventania novamente, mas e você? — Estou na mesma, tem notícia da Manu? Ela foi com vocês pro h
Me surpreendi no dia seguinte quando vi a Manuela entrando em minha empresa, ela foi direto para a sala da Vanusa e me apressei em ir encontrá-la. Estávamos prestes a iniciar a entrevista com as moças selecionadas para o cargo que antes era dela, imaginei que se tivesse decidido voltar, eu cancelaria tudo naquele exato momento e dispensaria todas as outras que estavam aguardando. — Manuela, que surpresa! Bom te ver novamente, veio procurar o Felipe? — Vanusa a recepcionou. — Igualmente, obrigada! Eu vim sim, mas vejo que vocês estão ocupados, posso voltar mais tarde... — De jeito nenhum… — Interferi de imediato, ela ainda não havia notado a minha presença e me olhou espantada. — As entrevistas podem esperar um pouco. Vamos para minha sala, Manuela. Vanusa
Na manhã seguinte, Manuela recebeu uma ligação, nos acordando. — É da empresa. — Falou antes de atender. Eu tentava ouvir, curioso, até que ela me olhou parecendo apreensiva. — O que foi, amor? Era a Mirna? — Perguntei ansioso. — Sim. É impressão minha ou vocês se conhecem? — Sim, eu conhecia ela, já trabalhei lá. — Ela é uma boa pessoa, você viu? Acreditou em mim! — Por que não acreditaria, meu amor? — Não sei, minha mãe me acusou, esperava que ela fizesse o mesmo. — Me perdoe, mas a sua mãe é uma desequilibrada!