Amelia desligou o telefone assim que terminou de falar, mas demorou muito para conseguir se acalmar. Pelo contrário, parecia que uma tempestade tinha se formado dentro de sua mente.

Afinal, seu pai realmente costumava chamá-la de “Mel”. Eram anos desde a última vez que ela tinha ouvido aquele apelido.

No fundo, Amelia sempre teve um certo questionamento sobre o passado. Seu pai era um homem violento, dado a jogos de azar, e frequentemente, depois de perder dinheiro, descontava sua raiva batendo nela e na mãe.

Um dia, a mãe dela não aguentou mais e fugiu, deixando-a para trás. Por ser uma menina, Amelia sofreu ainda mais. E então, de repente, chegou a notícia de que seu pai havia morrido em um ato de heroísmo. Ele teria sacrificado sua vida para salvar os patrões em um acidente de carro. Foi assim que Amelia foi acolhida pela família Miller.

Mas ela sempre achou essa história estranha. Seu pai nunca foi um homem bom. Ele jamais faria algo tão altruísta quanto salvar alguém.

Ai