(PONTO DE VISTA DE JARED)Baixei a cabeça, sentindo um pesar profundo, e quando lancei um olhar furtivo para Dwayne, percebi que ele exibia a mesma expressão sóbria. Justo. Não era o único a enfrentar o peso da repreensão da Sra. Meyers.Tentei dizer algo, ao menos me desculpar pelo nosso comportamento infantil, mas Dwayne se adiantou.— Hm… Vamos pegar um pouco de ar fresco. — Disse ele, com a voz controlada. — Daremos espaço para você e Arielle.Franzi a testa, sentindo o impulso de retrucar e questionar por que ele decidia por nós dois. Mas recuperei rapidamente a calma, respirando fundo ao perceber que ele tinha razão. Somos dois homens adultos, e esse não era o momento de nos confrontarmos. Não quando Arielle estava doente. Devíamos a ela respeito e decoro.Então, assenti para a Sra. Meyers em concordância.— Sim, vamos sair agora.Ela revirou os olhos, nos encarando.— É bom mesmo.Tomamos isso como um sinal e nos viramos simultaneamente para a porta, mas acabamos esbarrando um n
(PONTO DE VISTA DE JARED)Cheguei ao escritório com a intenção de trabalhar um pouco antes de voltar para o hospital. Mas concentrar-me nunca pareceu uma tarefa hercúlea como parecia hoje. Quanto mais tentava focar no trabalho, mais minha mente continuava inquieta. Meus pensamentos voltavam constantemente para Arielle, perguntando-me se ela estava bem. E, outras vezes, vagavam para Oliver, se ele conseguiu pegar o remédio com Sofia.Duas horas depois, sentado atrás do meu laptop, digitando sem muita atenção, Oliver voltou.— Consegui o remédio. — Ele sorriu ao entrar e fechou a porta atrás de si.Endireitei-me na cadeira, minha expressão carregada de curiosidade.— Tão fácil assim? — Perguntei, cético.Ele suspirou e sentou-se à minha frente.— A senhorita Sofia se recusou no começo, nem sequer abriu a porta. — Explicou. — Mas a senhorita Tiana interveio, conversou com ela em particular por um tempo e, de repente, tudo mudou. No minuto seguinte, Sofia saiu sorrindo, com o remédio na mã
(PONTO DE VISTA DE JARED)— Está com tanta pressa para se livrar da gente? — Perguntei a Maverick, erguendo uma sobrancelha enquanto tentava segurar um sorriso.Ele riu, seus olhos brilhando com um toque de travessura.— Talvez. Minha mamãe precisa descansar e não precisa de dois seguranças vigiando ela.Dwayne e eu trocamos olhares confusos. O que esse garoto estava dizendo? Estávamos tentando proteger a mãe dele, não a mantendo presa como uma prisioneira.Como se estivesse nos ouvindo, a Sra. Meyers, que quase cochilava na cadeira, se mexeu e abriu os olhos. Ela se espreguiçou, visivelmente cansada, seu olhar pousou sobre nós.— Está na hora de irem embora. — Anunciou, a voz suave, mas firme. — Vocês precisam ir para casa, se refrescar, trocar de roupa e comer direito. Agradeço por virem, mas preciso insistir que vão.Dwayne e eu protestamos em uníssono.— Estamos bem… — Mas ela ergueu a mão, nos interrompendo.— Falo sério, vocês dois. Não podem pernoitar inteira aqui. Além disso, t
(PONTO DE VISTA DE DWAYNE)Parei no meio do caminho, tomando um momento para absorver a cena diante de mim. Arielle estava sentada na cama, enquanto Jared estava aos pés dela, alimentando-a. Observando melhor o quarto, percebi que não havia sinal da Sra. Meyers nem de Maverick.Onde eles poderiam estar? Mas a cena diante de mim não me permitia focar muito nesse pensamento. Era difícil definir exatamente o que eu sentia naquele momento.O que estava acontecendo diante de mim era a prova de que todos os meus esforços haviam sido em vão. Olhei rapidamente para o pacote de comida em minha mão e, por um instante, quis marchar até Jared e arrancá-lo de perto dela.Era para ser eu ali. Como ele chegou tão cedo? Mais cedo do que eu? Pelo que parecia, eu não era o único que havia planejado voltar ao hospital cedo naquela manhã.Se ao menos aquele engarrafamento no caminho não tivesse acontecido, eu provavelmente não estaria nessa posição. E Jared não estaria ali, se divertindo enquanto me lança
(PONTO DE VISTA DE ARIELLE)Virei-me na cama. Meu lado esquerdo começou a doer por ter ficado muito tempo deitado sobre ele. Os sons da manhã flutuavam ao meu redor e, ainda deitada, espiava pela janela aberta. A luz bateu nos meus olhos com tanta intensidade que os fechei de volta, desejando voltar a dormir. Eu estava imensamente grata por estar deitada na minha própria cama, no meu próprio quarto, sob o meu próprio teto, longe do cheiro de desinfectante misturado com um mar de remédios e aromatizantes de ar. Só de pensar nisso, senti náuseas. Isso era bom, estar de volta ao meu quarto era bom.Mas, pelo visto, o destino tinha outros planos, porque, quase no instante em que me acomodei para mais uma rodada de sono, o som da campainha ecoou pela casa, dissipando o pouco de tranquilidade que tentava saborear.A campainha não parou, não importa o quanto eu tentasse ignorá-la e fingir que não existia. Soltei um suspiro fraco, tirei os cobertores de cima do meu corpo. Com algum esforço, ba
(PONTO DE VISTA DE JARED)Eu não sabia exatamente como descrever o que estava fazendo na cozinha, mas estava me guiando pelo instinto. Peguei uma panela do armário acima de mim e a coloquei sobre o fogão. Momentos depois, Dwayne entrou na cozinha arrastando os pés.Arielle tinha adormecido sob nossa vigilância, ou melhor, ela nos pediu para lhe dar espaço para descansar da nossa briga constante. Era sempre Dwayne que começava as discussões.— Você não desiste de me seguir, hein? — Falei com um revirar de olhos.Ele soltou um riso debochado e passou por mim, indo para o outro lado da cozinha.— Bem que você queria. Estou aqui por algo melhor. Você não vale o meu tempo. — Respondeu.Engoli uma resposta cortante e fingi que suas palavras não tinham me atingido como um choque elétrico. Ele claramente estava na cozinha para algum tipo de competição boba. Mas dessa vez, estava mais do que pronto. Arielle ainda não tinha tocado em nenhum dos nossos frascos que estavam esfriando na geladeira.
(Ponto de vista de Jared)O ambiente ainda estava tomado por uma nuvem de fumaça. Eu permanecia ali, parado, em um estado de confusão, sem saber por onde começar a limpeza – se pela panela caída no chão ou pelo pedaço de batata queimada que jazia no outro lado da cozinha. E ainda havia o fogão para limpar.Arielle balançou a cabeça e abriu mais as janelas para deixar a fumaça sair.— Ah, porra… — Eu xinguei baixo e fui mais rápido que ela, abrindo a porta de vidro deslizante que dava para o quintal.— O que você estava cozinhando? — Ela perguntou, com um sorriso divertido.— Eu estava tentando fazer uma sopa. — Respondi, como uma criança pega em flagrante fazendo algo bobo.Dwayne, completamente alheio ao caos, continuava a preparar sua salada Caesar.— Eu disse para ele se concentrar em ações e investimentos, mas ele não ouviu. — Ele riu, claramente achando toda a situação engraçada.— Isso tudo é engraçado para você, não é? Pois é, tudo isso é culpa sua. Se você não tivesse me irrita
(PONTO DE VISTA DE JARED)Eu sabia que precisava sair dali antes que a situação piorasse. O caos aumentava a cada segundo, com a mãe de Sofia ainda gritando e chorando, lançando acusações contra mim sem parar.Tentei me afastar em meio à multidão de repórteres que me cercavam, mas eles não desistiam, enfiando os microfones perto da minha boca, fazendo perguntas e exigindo respostas.— Sr. Smith, é verdade que o senhor levou sua noiva a tentar suicídio? — Perguntou uma repórter, sua voz alta e acusatória.— Não, isso não é verdade! — Rebati, tentando manter a calma, mas estava cada vez mais difícil.Percebendo que não conseguiria lidar com aquilo sozinho, peguei o celular e disquei o número de Oliver, cerrando a mandíbula de raiva. Eu não sabia qual era o jogo dos Golds, mas eles não venceriam. Se estavam planejando me incriminar falsamente e arruinar minha reputação, era melhor pensarem duas vezes.Oliver atendeu no primeiro toque. — O que houve, Jared?— Aqui está um desastre. — Expli