(NARRATIVA DE ARIELLE)O carro logo parou no estacionamento do restaurante, e Ashley desligou o motor. O som do motor se apagando foi um sinal claro de que havíamos chegado. Levantei os olhos do meu iPad, absorvendo a visão familiar do meu estabelecimento.O estacionamento já estava cheio de carros, e dava para perceber que os negócios estavam a todo o vapor.— Tudo bem? — Ashley perguntou, virando-se para mim com um olhar questionador.Assenti, os meus olhos voltando para o iPad enquanto deslizava pelas minhas anotações. — Ah, sim, tenho uma reunião com um fornecedor em alguns minutos, então estou revisando alguns detalhes.Ashley assentiu e deu um tapinha no meu ombro. — Boa sorte com isso. Eu preciso ir agora para não me atrasar para o trabalho.Assenti e nos abraçamos de lado. — Vou sentir sua falta — Disse, sentindo um pequeno aperto no peito.— Eu também — Ela respondeu com um sorriso. — Mas nos vemos mais tarde, tá?— Certo. Tchau, tenha um ótimo dia — Falei, pegando minha bolsa
(NARRATIVA DE ARIELLE)Recuei em choque, pois ele era a última pessoa que eu esperava ver ali, mas, ao mesmo tempo, fui grata pela interrupção. Pouco importava o motivo de sua presença ou como ele havia entrado na minha sala de reuniões, tudo o que importava era que eu teria um respiro do pervertido sentado a poucos metros de mim.— J... Jared — Chamei novamente, enquanto analisava sua aparência. Ele parecia um pouco desleixado, com pequenos machucados na testa e na sobrancelha... e o que era aquilo? Franzi a testa ao sentir um leve cheiro de álcool vindo dele.O que está acontecendo? Perguntei, prestes a questionar, quando ele avançou em direção ao Sr. Zeke, seus passos carregados de uma ameaça silenciosa.— Ah, Sr. Jared, suponho? Reconheço você das notícias de negócios. — Disse o Sr. Zeke, visivelmente nervoso. Era evidente que a presença de Jared o intimidava.— Eu estava apenas discutindo um acordo comercial com a Srta. Smith aqui. — Ele continuou, tentando fingir inocência.Os ol
(NARRATIVA DE ARIELLE)Jared parecia uma fera selvagem que havia perdido a sanidade. Seus beijos não seguiam padrão algum, movidos apenas por puro instinto animal.— Ja... Jared... — Ofeguei, mal conseguindo respirar.Empurrei ele com toda a força que tinha, mas foi inútil. Em vez disso, acabei rasgando o paletó do seu terno. O fogo em seus olhos só se intensificou e, num movimento rápido, ele me jogou no sofá, me prendendo sob seu corpo.Já havíamos nos beijado antes, já havíamos compartilhado a mesma cama, mas eu nunca o tinha visto assim. Louco. Selvagem. Como um animal mostrando os dentes. Sempre o vi como alguém poderoso, mas inofensivo. Agora, no entanto, um calafrio percorreu minha espinha.Seus beijos desceram, sua boca quente pressionando minha pele. Uma dor aguda e ardente atravessou minha clavícula.Instantaneamente, minha mente clareou, e encontrei minha voz novamente. Minhas mãos voaram até seu peito e empurrei com toda minha força, criando espaço o suficiente para o afast
(NARRATIVA DE JARED)Depois que Arielle foi embora, enterrei o rosto nas mãos, sentindo uma maré de frustração e culpa me dominar. Não podia ir atrás dela. Pelo menos… sabia que não deveria.Ela precisava de espaço, e, por uma vez na vida, a deixar sozinha parecia o mínimo que eu podia fazer depois de tudo que havia dito.Soltei um suspiro forte, tentando controlar minha respiração, mas não adiantou. O confronto se repetia na minha cabeça, cada detalhe me lembrando o quanto eu tinha estragado tudo.Como pude deixar minhas emoções fugirem do controle desse jeito? Deixei minha raiva me consumir, e agora só restava um desastre que eu mesmo causei.Não conseguia me livrar da sensação de que tinha arruinado tudo—de novo. Por mais que me frustrasse com a relutância dela em me perdoar, no fundo, eu sabia que não era sobre isso. Ela estava machucada. Eu a machuquei, e nunca deveria ter descontado minha raiva dessa forma.Eu deveria ter sido mais paciente, mais compreensivo.Quero dizer, como p
(NARRATIVA DE JARED)Senti algo se estilhaçar e se retorcer dentro de mim. A notícia me atingiu mais forte do que eu esperava, e por um momento, minha raiva por ela evaporou.Sofia continuou falando, sua voz pequena, carregada de culpa.— Jared... Eu não deveria estar te interrompendo com isso, mas é minha mãe, ela me pediu para...Mas ela foi silenciada pelo olhar gélido da Sra. Gold. Observei quando a mão dela apertou o pulso da filha, quase com força suficiente para o esmagar, como se pudesse a silenciar à força.Meus olhos voltaram para Sofia, havia algo nela agora tão vulnerável que me atingiu como um soco no estômago.Fiquei a encarando mais tempo do que deveria, incapaz de desviar o olhar da dor e da impotência refletidas em seus olhos.A Sra. Gold quebrou o silêncio com um tom afiado e acusador, sua voz cortante como um chicote.— Veja bem, Jared, temos tentado conseguir a ajuda da sua família. Afinal, eu salvei a vida da sua mãe anos atrás...Senti meu olho tremer com a irrita
(NARRATIVA DE ARIELLE)— Mamãe, o tio Dwayne e eu vamos levar os cachorros para o passeio da noite. Não vamos demorar, te amo! — A voz animada de Maverick ecoou da varanda.Eu estava na cozinha, preparando o jantar, enquanto ele saía com Dwayne, que tinha chegado há poucos minutos.— Certo! — Gritei de volta, ouvindo logo depois os passos se afastando e os latidos felizes dos cães.Suspirei, cobrindo a panela de macarrão antes de me sentar à mesa da cozinha. A noite estava fresca e agradável, os últimos raios de sol atravessando a janela, mas minha mente? Longe de estar tranquila.Já fazia uma semana desde minha briga com Jared, e desde então, não tive mais notícias dele. Dwayne, por outro lado, mesmo com a agenda lotada devido à expansão dos negócios, ainda fazia questão de sair toda noite para passear com os cachorros com Maverick. Com três cães agora, isso virou um ritual diário, algo cronometrado.Sempre que olhava para o filhote de golden retriever, não conseguia evitar lembrar de
(NARRATIVA DE ARIELLE)— Mesmo assim, obrigada. — Disse a Sra. Harrison, seu olhar insistente.Assenti com um sorriso caloroso.— De nada. — Respondi, percebendo que a mulher mais velha não desistiria enquanto não ouvisse essas palavras.Ela sorriu, parecendo relaxar agora.— E, Sra. Harrison. — Chamei, minha voz assumindo um tom mais sério.— Sim? — Ela respondeu, levantando os olhos para mim com expectativa, enquanto seu marido permanecia ao seu lado. Felizmente, sua aparência havia voltado ao normal e ele parecia bem novamente.— Sabe, à medida que envelhecemos, nossos hábitos alimentares mudam. Alguns alimentos se tornam mais difíceis de mastigar, então precisamos os substituir por opções mais macias, comecei com cuidado.O Sr. Harrison suspirou, parecendo um pouco desconfortável.— Sempre somos muito cuidadosos com o que comemos — Disse ele, como se ponderasse suas palavras. — Desculpe se causamos algum problema.Balancei a cabeça com um sorriso tranquilizador.— De jeito nenhum,
(Ponto de Vista de Arielle)Às 19h, no Grande Imperial Hotel.— Você tem que se recompor. — Disse a mim mesma, jogando água fria no rosto.A tarde passou em um instante. — Provavelmente porque minha mente estava sempre vagando.Stephen havia resolvido tudo, e eu cheguei 20 minutos antes do horário combinado. Agora, me via ali, presa naquele limbo desconfortável.Quão difícil poderia ser? Negociar com os fornecedores, ajudar clientes a resolver problemas, facilitar encontros às cegas e, talvez, pegar meu ex-marido em flagrante?— Se eu sobreviver a essa noite, vou comprar um bilhete de loteria. — Murmurei, um sorriso amargo surgindo em meus lábios.Olhei para o relógio novamente e então saí do banheiro, me dirigindo para uma mesa mais próxima, com vista para o mar.Foi então que a avistei, Margaux, a jovem que supostamente era neta dos Harrisons, esperando seu encontro.Ela parecia delicada, calma, quase etérea, vestida com um lindo vestido azul. - Algo digno de um filme francês. Ela ex