De volta ao escritório, Letícia recebeu uma mensagem e, enquanto trabalhava, continuava esperando sua chegada em silêncio. Finalmente, depois de se despedir de Selma e Walter, Letícia entrou na sala do diretor, olhando para trás com cautela a cada passo, como se temesse ser descoberta. Bateu na porta, abriu e viu Samuel sentado atrás da mesa, com uma expressão de desânimo, olhando para ela. Letícia se virou e se assustou com a expressão dele, colocando a mão no peito e murmurando: — Que cara é essa? Me assustou. — Você me ignorou por vários dias. Até quando vai me ignorar? Hoje, se eu não tivesse te mandado mensagem, você nem teria vindo me procurar, né? — Samuel se levantou da cadeira, caminhou até ela, a puxou para um abraço e enterrou o rosto em seu pescoço. Ele sentia o perfume dela e, depois de alguns dias sem vê-la, estava com saudades. — Ah, não faz isso. — Letícia riu, sentindo cócegas, e empurrou a cabeça dele. — Eu não estou aqui procurando você? Como um homem de
Davi tirou o paletó do terno e se sentou ao lado para assistir ao jogo por um tempo. De vez em quando, quando Sophia ficava indecisa sobre qual carta jogar, ele pegava uma carta e a ajudava a jogá-la.Frâncio gritou: — Isso não é justo, você tem ajuda externa.— Você também pode arranjar uma. — Davi respondeu calmamente, sentado atrás dela.Com a ajuda de Davi, Sophia começou a jogar com mais confiança.Durante o jogo, perceberam que ainda não haviam jantado. Davi não havia comido na casa de Kelly e estava com pressa de voltar, além de sentir fome, então tomou a iniciativa de pedir a comida.Normalmente, Bryan ajudava com o pedido, e como Davi não tinha nenhum aplicativo no celular, ele pegou o telefone de Sophia de maneira natural e habilidosa.Quando a comida chegou, os três largaram as cartas. Depois de comer, Letícia ainda queria passar a noite, mas foi expulsa por Davi, que também mandou Frâncio voltar para o quarto ao lado.Davi foi para o banheiro tomar um banho e logo saiu, n
Frâncio voltou ao quarto, invadiu a conta de Vítor no computador especializado, enviou as informações coletadas para Walter, se esticou elegantemente em um bocejo, puxou as cortinas e se deitou na cama para tirar uma soneca....Após a derrota na disputa pela vaga de acompanhante de cama de Davi na noite anterior, Letícia não correu para casa. Pensando nas reclamações de Samuel durante o dia, ela mudou de direção e foi até o escritório do diretor.Se Samuel já tivesse saído do trabalho, seria porque ele não tinha esse privilégio, mas não seria por ela não procurá-lo.Para sua surpresa, o dedicado diretor Samuel ainda estava trabalhando até tarde.Ao ver Letícia entrar, ele ficou surpreso.— Não estava lá com a sua inseparável Sophia, então o que a trouxe até aqui? Teve um despertar de consciência? — Samuel perguntou com um tom de voz lamentoso.— Eu queria ficar com ela, mas o seu bom amigo me expulsou. — Letícia se deixou cair no sofá, sem forças.— Então o problema é com o meu amigo,
"Pai biológico? Sophia viveu como órfã por três anos e nunca ouviu falar de pais biológicos procurando por ela. Como é que, de repente, aparece um pai biológico?"— O que vocês estão gritando? Não vão deixar ninguém dormir a soneca da tarde? — Frâncio, um verdadeiro "notívago", frequentemente ficava acordado à noite e dormia durante a tarde em seu quarto de hospital. Quando ouviu o barulho lá fora, irritado, puxou os cabelos na nuca e saiu apressado.Ao ver Frâncio, um dos homens falou:— Senhor, já que está aqui, ajude a resolver isso. O paciente que está neste quarto é minha filha. Eu quero levá-la, mas esses dois estão me impedindo. Não há mais justiça nesse lugar? — Ele olhou com raiva para os seguranças vestidos de preto e gritou. — Vocês estão cometendo um crime! Não me deixam levar minha filha, vou chamar a polícia e prender vocês!— Você diz que é sua filha? Não venha aqui inventar parentesco. Sai daqui! — Frâncio, que já estava irritado por ter sido acordado, ficou ainda mais
País M. Na cama de hotel. Dois corpos juntos. No calor do momento, a voz sensual de Davi estava levemente rouca, carregada de sedução. — Sophia, me dá um filho, que tal? Sophia, tomada pela paixão, respondeu sem pensar. Depois, enquanto os dois se abraçavam, ela começou a refletir sobre o que ele acabara de dizer. — Um filho? O brilho de emoção em seus olhos ainda não havia se dissipado. O olhar de Davi voltou a se acender; de alguma forma, o corpo dela sempre exalava uma atração irresistível para ele. Reprimindo os pensamentos que surgiam, ele tirou do nada um anel de diamante e o colocou no dedo anelar da mão esquerda de Sophia. — Você está me pedindo em casamento? — Sim. — Agora você pode me dar um filho? — Davi perguntou com um sorriso, seus olhos cheios de ternura, mas sem amor. Seu olhar parecia atravessá-la, como se esperasse a resposta de outra pessoa que habitava seu coração. — Vou te dar vários filhos. Sophia ficou surpresa e encantada, mas pen
Sem perceber, lágrimas começaram a rolar, borrando a maquiagem recém-feita.Sophia olhou para o anel de diamante em seu dedo anelar esquerdo.Um mau pressentimento se espalhou por seu coração: a mulher que surgiu de repente iria destruir a felicidade pela qual ela esperava há tanto tempo.Ela não podia ficar ali esperando; precisava saber quem era aquela mulher.Depois de respirar fundo por um momento, deu um passo em direção ao hotel.O avião veio do País M de volta ao País H.Hospital Luz do Atlântico.Sophia estava na porta do quarto do hospital, os braços cruzados, tentando olhar para dentro através da janela.Davi, junto de seu amigo Samuel Borges, diretor do Hospital Luz do Atlântico, observava enquanto os médicos examinavam a mulher inquieta na cama.A mulher era segurada por duas enfermeiras.No avião, o rosto da mulher já havia sido limpo e ela vestia roupas limpas.— Valentina? Ela não estava... — Desaparecida há quatro anos, sem deixar rastros?Samuel estava surpreso. Como e
Canteiro de flores no jardim dos fundos do hospital. A noite de primavera ainda estava ligeiramente fria, e o vento gelado fazia as pessoas sentirem o desconforto do clima. O som de um isqueiro acendendo ecoou, dois pontos de luz surgiram, e a fumaça do cigarro se espalhou com o vento, confundindo a visão de quem observava. — Valentina voltou. O que você pretende fazer? — A pergunta veio de Samuel. Ele não mencionou Sophia, mas ambos sabiam exatamente sobre que estavam falando. Uma era a deusa dos tempos da faculdade, a deusa que havia salvado a vida de Davi, uma lembrança juvenil que sempre aquecia seu coração. A outra era a namorada que estivera ao seu lado por três anos, com quem ele compartilhara os momentos mais íntimos e a quem já havia pedido em casamento: sua noiva. Após um longo silêncio, Davi respondeu. — Ela é apenas uma substituta. A presença dela é para ocupar o lugar de Valentina, mas compará-la com Valentina? Impossível. — A voz de Davi era fria e impiedo
Procurou o controle remoto para acender as luzes, Sophia ligou a iluminação e, em seguida, buscou algo à mão para apagar, uma a uma, as velas.Achou o pijama no guarda-roupa e foi tomar banho.Ao entrar no banheiro, notou, sem querer, que ainda usava o anel na mão esquerda. O tirou e o jogou em um canto do armário de acessórios.Quando saiu do banheiro, sacudiu todas as pétalas que estavam na cama para o chão, se cobriu com o edredom e dormiu.Como de costume, se deitou no lado esquerdo da cama, onde Davi sempre a abraçava de perto. Aos poucos, ele se movia para o lado esquerdo com ela, deixando um grande espaço vazio na cama. Olhando para o lado direito, viu aquele espaço vazio que a incomodava; então, moveu seu corpo para o meio da cama e jogou o travesseiro extra no chão. Assim, se sentiu mais confortável.Apagou a luz e foi dormir.Por dois dias seguidos, não recebeu nenhuma mensagem de Davi. Ele provavelmente estava no hospital com Valentina, ou talvez estivesse trabalhando.Sophi