Ao perceber que passaram a ser o centro das atenções, Kimy pega Fábio pela mão e o leva para fora da sala até o saguão principal, olha-o seriamente e fala perplexa:
Kimy:—Fábio, não acredito que vieste até aqui (belisca a própria mão) e não estou sonhando, mas porque não me avisaste? (Esfrega os olhos e pisca várias vezes sem acreditar nessa visita inesperada)
Fábio:—Kimy, eu tentei, mas não consegui.
Continuam a se beijar enquanto pessoas passam pelo local observando-os, um segurança sai do posto para chamar-lhes a atenção, resolvem sair dali para a praça central no interior do prédio, sentam num banco perto de uma estátua grega.
Kimy:—Eres maluco, sabias? (Ri)
Fábio:—Por você r
Desconfiança Edu:—O que foi, está tudo bem? (Nota a seriedade de André) André:—É que meu pai brigou de novo com a mãe, é isso. Edu:—Lamento, Kimy estás pronta? Vamos pra dance, leva teu primo, a Paula já andou perguntando por ele? (Pisca) Kimy:—Quem? (Tenta sorrir) Edu:—A moça que trabalha com você. Kimy olha para Fábio, e este faz sinal de não entender. Kimy:—Aí Dú, não sei se estou a fim de ir. (Tenta cancelar) Edu:—Nem pensar, tenho uma surpresa para ti, vamos indo! Kimy tem um mau pressentimento, estava receosa de explicar tudo para Eduardo, e ainda ele e seu irmão poderiam ficar contra ela, a vontade de André poderia prevalecer, ganhar força e desencadear outra briga. Edu:—E então, vamos? (Eduardo fica impaciente)
Parada em Camboriú Liga o motor, o painel acende, manobra o carro para fora da garagem. Ela pergunta: Kimy:—Que equipamento levas aí atrás? Fábio:—São servidores de rede, que preciso entregar amanhã. Kimy:—Fábio, eu deixei uma mochila pronta lá em casa, podemos passar para pegar? Vão até a casa de Kimy, André vem ao encontro deles e estranha o arranhão na testa de Fabio: André:—Que foi isso Fábio? Fábio:—Um pequeno acidente de percurso. Kimy:—Fábio e Edu brigaram, André. (Diz Kimy chateada) André:—Isso já era esperado, Kimy, vais viajar mesmo? (Tom paternalista)
Viagem a Florianópolis Amanhece , voltam para a estrada, uma massa de ar quente traz o cheiro do mar, na rádio, tocava “Time” (do Alan Parsons Project), ao longo do caminho, as praias, altas encostas, rochedos, o frescor das matas, tornavam a paisagem vislumbrante, os raios de sol realçavam seus olhares, enquanto seus cabelos balançavam ao vento, o tempo voa enquanto conversavam, sorriam e se comoviam com a historia de suas vidas. Encostam o carro numa praia deserta, para experimentar uma agua de coco, se empolgam, saem correndo descalços pela areia, segurando-se pelas mãos, giram até cansar e ficar frente a frente, um para o outro, em silêncio, ouvindo a respiração, trocando olhares apaixonados, e por alguns segundos, enquanto as ondas quebram suavemente ao fundo, ele avança e lhe rouba um beijo. Templo &nbs
Ciclo de Idas A misteriosa mulher de preto leva Kimy até o mezanino, na sacada do edifício com vista para o movimento de carros na avenida. Na galeria em frente à elas, um telão digital mostrava o jornal da tarde, que alertava: “Pistas escorregadias em direção a São Paulo". De repente Kimy presencia uma batida entre carros na avenida e as pessoas que se dirigirem ao local para ajudar. Olha para a mulher de preto e diz: Kimy:—Curioso, o noticiário alertou sobre acidentes e logo em seguida vemos um acidente acontecer na rua. Mulher:—São períodos de êxodo de almas (...) Kimy:—Oi, não entendi? Mulher:—A vida segue ciclos de nascimento e morte (vindas e idas). O ciclo dos próximos dias é de idas. Kimy:—E veio atrás e mim para dizer isso? Mulher:—Calma que tem mais, você está bem decidida sobre o rapaz pelo visto? Kimy:—Sim, gosto muito dele. (Tímida) Mulher:—Está e
Vazio Volta para o carro, cabisbaixo, sentindo-se vazio, ao chegar ao hotel, senta no hall, olhando incessantemente para o celular, esperando ansioso pelo retorno dela, passa mais de uma hora e o celular de Kimy continuava fora de área, liga para André que se compromete a ligar assim que tivesse notícias. Fábio passa o tempo todo no sofá, imóvel, com olhar distante, na expectativa de saber se ela estava bem, passam-se duas longas horas e nada, de repente ouve o som do celular e atende desesperado. —E aí, André? —Ela chegou bem, vou buscá-la agora na rodoviária, ok. —Obrigado irmão, fico mais tranquilo agora. (Suspira) Mais tarde já em casa, Kimy liga para Fábio com ansiedade:  
Visão do futuro Thomas:—Exato! Deixe continuar, no período que ficamos refugiados lá, trabalhamos em suas plantações, fizemos manutenção em seus prédios e instalações e acompanhamos suas classes de estudo. Um dia, as condições diplomáticas se tornaram favoráveis para voltarmos para Jerusalém. Antes de partirmos, o Jafé, líder daquela seita, em agradecimento nos presenteou com um curioso objeto, eles o chamavam em Aramaico de Nahiyra-Gliydah. Fábio:—O que é isso? Thomas:—Vou facilitar pra você: Urim e Tumim. Fábio:— “Luzes e perfeições”. (Surpreso) Thomas:—Grande Alonzo! Isso mesmo, você é filho dele com certeza. Jafé disse que sempre seríamos bem recebidos lá e nos chamou de jovens profetas, fazia questão que levássemos o tal objeto, alegando ser um direito dos legítimos portadores do sacerdócio real. Quando voltamos a Jerusalém com nossas próprias compilações eu vesti o tal Nahiyra-Gliydah,
Decepção Kimy olha desapontada para Eduardo, ele fica sem palavras, sem reação, ela abre a bolsa, procura o celular que havia recebido do tio Ney e coloca no bolso da jaqueta dele. Dá meia volta e começa a andar em direção à faculdade. Eduardo se arrepende de ter soltado aquela pista tão reveladora, tinha subestimado a inteligência de Kimy. Vai correndo até ela e diz: Edu:—Kimy, era para tua proteção, guarde contigo, por favor? Kimy:—É isso que esperavas de nosso relacionamento, me controlar, me manipular pelo resto da nossa vida? Edu:—Hei, não faz isso comigo, eu estava querendo te proteger. Não entendes que gosto pra caramba de ti? Kimy para e olha nos olhos de Eduardo. Kimy:—Du, eu também gosto de ti (Eduardo sente uma esperança), mas o tipo de relacionamento que queres é o de ter um peixinho preso no aquário para exibires a teus amigos como um troféu
Dimensão Paralela Pega a estrada de volta para Blumenau, o dia estava ensolarado com poucas nuvens no céu, perfeito para viajar, em breve estaria junto de Kimy novamente e conheceria a família dela. Liga o som do carro, tocava a canção “Waste” (do SmashMouth), confere o relógio, tinha tempo de sobra, e pelas condições da estrada, chegaria antes do meio-dia. Vai relembrando pelo caminho os acontecimentos de sua vida que o haviam conduzido até Kimy e sorri ao imaginar como seria casar com ela, formar uma família, e desafios enfrentariam juntos. A viagem ficava mais longa a medida que sua expectativa de reencontra-la aumentava. Continua a trafegar por aquela rodovia sinuosa, cheia de caminhões e carros, alguns dirigindo apressados para chegar a algum lugar, seus lares talvez, se compadece dos motoristas que circulavam naquelas estradas todos os dias. De repente toma um susto ao lembrar repent