Amanhece , voltam para a estrada, uma massa de ar quente traz o cheiro do mar, na rádio, tocava “Time” (do Alan Parsons Project), ao longo do caminho, as praias, altas encostas, rochedos, o frescor das matas, tornavam a paisagem vislumbrante, os raios de sol realçavam seus olhares, enquanto seus cabelos balançavam ao vento, o tempo voa enquanto conversavam, sorriam e se comoviam com a historia de suas vidas. Encostam o carro numa praia deserta, para experimentar uma agua de coco, se empolgam, saem correndo descalços pela areia, segurando-se pelas mãos, giram até cansar e ficar frente a frente, um para o outro, em silêncio, ouvindo a respiração, trocando olhares apaixonados, e por alguns segundos, enquanto as ondas quebram suavemente ao fundo, ele avança e lhe rouba um beijo.
Templo
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Ciclo de Idas A misteriosa mulher de preto leva Kimy até o mezanino, na sacada do edifício com vista para o movimento de carros na avenida. Na galeria em frente à elas, um telão digital mostrava o jornal da tarde, que alertava: “Pistas escorregadias em direção a São Paulo". De repente Kimy presencia uma batida entre carros na avenida e as pessoas que se dirigirem ao local para ajudar. Olha para a mulher de preto e diz: Kimy:—Curioso, o noticiário alertou sobre acidentes e logo em seguida vemos um acidente acontecer na rua. Mulher:—São períodos de êxodo de almas (...) Kimy:—Oi, não entendi? Mulher:—A vida segue ciclos de nascimento e morte (vindas e idas). O ciclo dos próximos dias é de idas. Kimy:—E veio atrás e mim para dizer isso? Mulher:—Calma que tem mais, você está bem decidida sobre o rapaz pelo visto? Kimy:—Sim, gosto muito dele. (Tímida) Mulher:—Está e
Vazio Volta para o carro, cabisbaixo, sentindo-se vazio, ao chegar ao hotel, senta no hall, olhando incessantemente para o celular, esperando ansioso pelo retorno dela, passa mais de uma hora e o celular de Kimy continuava fora de área, liga para André que se compromete a ligar assim que tivesse notícias. Fábio passa o tempo todo no sofá, imóvel, com olhar distante, na expectativa de saber se ela estava bem, passam-se duas longas horas e nada, de repente ouve o som do celular e atende desesperado. —E aí, André? —Ela chegou bem, vou buscá-la agora na rodoviária, ok. —Obrigado irmão, fico mais tranquilo agora. (Suspira) Mais tarde já em casa, Kimy liga para Fábio com ansiedade:  
Visão do futuro Thomas:—Exato! Deixe continuar, no período que ficamos refugiados lá, trabalhamos em suas plantações, fizemos manutenção em seus prédios e instalações e acompanhamos suas classes de estudo. Um dia, as condições diplomáticas se tornaram favoráveis para voltarmos para Jerusalém. Antes de partirmos, o Jafé, líder daquela seita, em agradecimento nos presenteou com um curioso objeto, eles o chamavam em Aramaico de Nahiyra-Gliydah. Fábio:—O que é isso? Thomas:—Vou facilitar pra você: Urim e Tumim. Fábio:— “Luzes e perfeições”. (Surpreso) Thomas:—Grande Alonzo! Isso mesmo, você é filho dele com certeza. Jafé disse que sempre seríamos bem recebidos lá e nos chamou de jovens profetas, fazia questão que levássemos o tal objeto, alegando ser um direito dos legítimos portadores do sacerdócio real. Quando voltamos a Jerusalém com nossas próprias compilações eu vesti o tal Nahiyra-Gliydah,
Decepção Kimy olha desapontada para Eduardo, ele fica sem palavras, sem reação, ela abre a bolsa, procura o celular que havia recebido do tio Ney e coloca no bolso da jaqueta dele. Dá meia volta e começa a andar em direção à faculdade. Eduardo se arrepende de ter soltado aquela pista tão reveladora, tinha subestimado a inteligência de Kimy. Vai correndo até ela e diz: Edu:—Kimy, era para tua proteção, guarde contigo, por favor? Kimy:—É isso que esperavas de nosso relacionamento, me controlar, me manipular pelo resto da nossa vida? Edu:—Hei, não faz isso comigo, eu estava querendo te proteger. Não entendes que gosto pra caramba de ti? Kimy para e olha nos olhos de Eduardo. Kimy:—Du, eu também gosto de ti (Eduardo sente uma esperança), mas o tipo de relacionamento que queres é o de ter um peixinho preso no aquário para exibires a teus amigos como um troféu
Dimensão Paralela Pega a estrada de volta para Blumenau, o dia estava ensolarado com poucas nuvens no céu, perfeito para viajar, em breve estaria junto de Kimy novamente e conheceria a família dela. Liga o som do carro, tocava a canção “Waste” (do SmashMouth), confere o relógio, tinha tempo de sobra, e pelas condições da estrada, chegaria antes do meio-dia. Vai relembrando pelo caminho os acontecimentos de sua vida que o haviam conduzido até Kimy e sorri ao imaginar como seria casar com ela, formar uma família, e desafios enfrentariam juntos. A viagem ficava mais longa a medida que sua expectativa de reencontra-la aumentava. Continua a trafegar por aquela rodovia sinuosa, cheia de caminhões e carros, alguns dirigindo apressados para chegar a algum lugar, seus lares talvez, se compadece dos motoristas que circulavam naquelas estradas todos os dias. De repente toma um susto ao lembrar repent
Luta pela vida Ao ouvir os tiros, alguns saem correndo, mas uma multidão enfurecida avança para cima do atirador, jogando pedras e dando pauladas nele, Akis tenta em vão pegar a arma que caíra debaixo do carro para se defender. A polícia finalmente chega e prende o criminoso, livrando-o do linchamento, os policiais identificam o bandido via intranet da polícia, essa informação chega até Juan, que ainda estava no avião, e ao tomar conhecimento da prisão de Akis por homicídio, passa a temer pela vida de seu amigo Fábio. Gide, o bandido que ficara no carro, pensa: “—Eu te disse que era melhor abortarmos. ” (Resmunga) Enquanto isso, Nelson encoraja Fábio, permanecendo ao seu lado. Impotente diante da situação entra em prantos e chama desesperadamente por um médico, ou uma ambulância. —Tudo vai ficar bem amigo, resista, você nos ajudou! Cida coloca u
Muitas Moradas Aproxima-se do fim do túnel, uma fina névoa se movimentava estranhamente pelo chão em direção à saída, onde uma claridade difusa refletia as cores do arco-íris, nesse caminho ouve um agradável som de sinos, que fica mais nítido à medida que se aproxima da saída. Descobre um belo jardim, onde as flores brilhavam e as copas das árvores reluziam uma tonalidade de verde que jamais vira, as cores daquele lugar eram lindíssimas. Tudo naquele jardim, as pedras, as flores, a grama, os arbustos, as folhas possuíam luz interior, a luz de todos os seres vinha de dentro para fora. Uma flor em especial lhe chama a atenção, ela se destacava naquele jardim, tão bela, imponente e diferente das demais, como se fosse a monarca daquele lugar, quando sente o desejo egoísta de arrancá-la e presenteá-la a alguém, nesse mesmo instante seu espírito é projetado para dentro daquela flor, e passa a fazer parte dela, sente
Protestos Ao andar em meio à multidão local, fica surpreso com o comportamento de alguns grupos, que demostravam revolta, indignação, tristeza por estarem lá. Esses grupos se reuniam em protesto por aquela nova condição física. Algumas dessas reivindicações eram: "Devolvam meu Livre Arbítrio...” “Não gosto do meu trabalho!" "Quero meu corpo de volta." "Me levem para além do abismo de luz!" "Exijo o direito de ver meu marido na Terra" Guardiões mantinham a segurança daquela área e procuravam os mais rebeldes, desordeiros, ou agressivos para levá-los discretamente ao interior de um ônibus voador de cor escura, o único veículo dessa cor, para indicar que se tratava de uma nave de segurança pública. Não havia violência na remoção daquelas pessoas. Quando os guardiões tocavam nesses rebeldes, eles entravam em transe, facilitando bastante o trabalho deles.