Capítulo 21 Bernardo dirigia de forma automática. As luzes da cidade adormecida passavam por ele em alta velocidade, deixando rastros cintilantes na escuridão da noite. Com apenas uma das mãos no volante, desenhando vez ou outra um arriscado ziguezague na pista, Bernardo discava incessantemente para o telefone de Luís, mas o resultado era sempre o mesmo, o aparelho chamava até cair e a moça da operadora de telefonia lhe saudava com a habitual e irritante felicidade na voz, convidando-o a deixar um recado. Quando freou e estacionou na rua da livraria, ficou surpreso ao encontrar luzes acesas àquela hora da madrugada. Já estava se preparando para arrancar Luís da cama, mas o amigo parecia estar acordado. “Será que estou imaginando coisas? Será que estou errado? Não, não pode existir no mundo tamanha coincidência.”Bernardo tentou enxergar o interior da livraria através do painel de vidros, colocando-se entre os cartazes de promoção que anu
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