O ar condicionado do hospital zumbia como um inseto insistente. Giulia dormia, seu rosto iluminado pelo brilho pálido do monitor cardíaco, que desenhava linhas verdes e serenas em seu ritmo. Eu me perguntava se ela sonhava. Se, em algum lugar naquela cabeça pequena, ainda havia espaço para sonhos que não fossem febre e névoas de medicamentos.Isabella se esticou na poltrona ao lado da cama, os ossos do pescoço estalando baixo. Ela não reclamou. Nunca reclamava. Mas eu vi a sombra de cansaço nos cantos dos seus olhos.— Você devia ir pra casa — falei, baixinho.Ela virou o rosto para mim, lenta, como se eu tivesse interrompido um pensamento profundo.— E deixar você aqui sozinho, encarando a bomba de soro como se fosse uma ameaça terrorista? — Ela apontou para o equipamento, que eu, de fato, estava estudando com desconfiança.— Eu não estava encarando. Só… verificando.— Verificando. — Ela repetiu, e pela primeira vez naquela noite, um fio de humor escorreu pela voz dela. — — Desculpe
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