No dia seguinte, quando experimentava um vestido de noiva, o barulho lá fora me fez congelar. — Amor! Amor, estou aqui! Natália, sou eu, o Rafael!Apoiada na enfermeira, saí cambaleando do quarto. Lá estava ele de terno completo, segurando com uma mão, buquê de gardênia branca e na outra aquela caixinha azul de joalheria. O rosto marcado de cansaço tentava disfarçar com sorriso forçado, parado na soleira como estátua.— Me perdoa, foi tudo culpa minha. Nem imaginava que seu pé estava nesse estado! — Os olhos dele escorregaram para o meu tornozelo engessado, e sua voz carregada de remorso teatral. — Fui um babaca. A Mariana... Aquilo já acabou faz tempo, juro! Apenas somos amigos. Se você quiser, nem olho mais na cara dela! Senti um nó na garganta, metade vontade de rir, metade nojo.— Amigos? — A palavra saiu com gosto amargo. Todo mundo sabia que Mariana era o amor da vida dele. Começou comigo por pirraça, e agora que eu estava saindo de cena para deixar o caminho livre, ele vinha
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