Todos los capítulos de Falsa identidade: Condenados por causa do amor: Capítulo 11 - Capítulo 20
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11 Dantas
Talvez eu estivesse enlouquecendo por passar tanto tempo sozinho, preciso de alguém para compartilhar a vida. Me sentindo exausto desse trabalho de médico, fico impaciente e o desânimo não vai embora. Aperto o botão da caneta um milhão de vezes ouvindo o barulhinho dela enquanto dezenas de pacientes esperam lá fora, mas meu ânimo não está me ajudando para começar a atendê-los. Tento me controlar, não sair enlouquecendo por qualquer coisa e principalmente por causa de uma garota. Vim para cá há pouco tempo, não imaginava que as mulheres latinas fossem tão marcantes, porque sinto que não há mais nada na vida além daquela garota. Por que eu vim para cá? Bom… no meu último estilo de vida em outro lugar bem longe daqui, fui meio que obrigado a fugir para cá, sabe? Quer saber o motivo? Vamos lá. Eu dirigia pelas ruas chuvosas até em casa, estacionei o carro e subi as escadas indo até o meu quarto. Passei pelo Bille, um idiota que cuida do irmão doente que precisa de ajuda, até mesm
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12 Sammy
Ouço meu celular tocar, o pego na mão, dou uma olhada na tela e mordo o lábio em desespero ao ver que se tratava de uma ligação de Eric. Apesar de tudo, eu era obrigada a atender. — Fala. — Fui direto ao ponto sem muita simpatia. — Podemos nos ver? — Seu tom de voz saiu tão oprimido como o de um cachorro que caiu da mudança. — Não, estou de saída. Não sei que horas vou chegar, e não posso remarcar. — Respirei fundo respondendo com um tom bem forçado enquanto estralava a língua e passava batom. — Ah, tudo bem. — O tom de voz dele demonstrou que não estava nada bem. — Só… fiquei com saudades. — Tchau, Eric. — Me despedi rudemente e desliguei. — Quanta paciência eu tive todos esses anos. — Falei comigo mesma e as lembranças vem até mim sem serem convidadas, começo a sentir saudade do meu pai e lembro de Karl. — O Karl veio visitar você, está treinando tiro ao alvo. Está liberada, senhorita Hernandez. — A inspetora avisou firmemente e então saiu. — Obrigada, senhora. — Abaixe
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13 Dantas
Na volta do hospital, resolvo dirigir até à casa da Sammy. Eu estou sendo muito grudento, não é? É, eu sei. Mas não consigo me controlar, nem sequer consigo ficar longe, eu não conseguiria me distanciar. Algo de estranho me incomodou assim que cheguei em frente à casa dela, as luzes estavam apagadas e olhando para a garagem, o carro dela não estava lá. De repente, uma raiva e uma indignação por ela ter saído assim no meio da noite passa a me incomodar, sinto que devo protegê-la, que ela é frágil demais e que há centenas de homens por aí querendo fazer mal a ela, isso vai me corroendo por dentro. De repente, começo a imaginar cenários de coisas que ela poderia estar passando, homens babando e olhando para ela com maldade enquanto pensam em sequestrá-la. Puxei o celular do bolso, disquei o número dela e liguei, ouvi chamar e chamar mas não tive uma resposta dela. Acelerei o carro e dirigi em direção aquela boate que a segui daquela última vez. Estava rezando para que ela estivesse
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14 Sammy
Então quando Ethan para o carro em frente à minha casa, olho para o lado vendo ele com a cabeça escorada no banco olhando para a janela sem dizer nada, parecia pensativo com algo. Então Ethan sai do carro, e eu o acompanho saindo também. Ao invés de entrar em casa ele se encosta no capô, e eu deveria entrar, mas prefiro ficar ali com ele. — Não é estranho para você, eu ser alguns anos mais nova? — Quebrei o silêncio ainda focada em entrar em outros assuntos mais pessoais. — Me sinto uma garotinha imatura ao seu lado. — Mas você não é uma garotinha, é uma mulher. — Ethan sorriu de canto erguendo as sobrancelhas. — Isso é o tipo de coisa que um homem mais velho diz para manipular uma garotinha. — Agora eu sou um manipulador? — Ele questionou irônico me olhando com aquele sorrisinho dele. Ele me olhou bem nos olhos, meu coração acelerou, senti um frio na barriga diferente, era estranho e me fazia sentir culpada. — Posso conhecer a sua casa algum dia, então? — Me apoiei em um
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15 Dantas
Acordo primeiro, deitado na cama de Sammy. Me arrumo em cima da cama me pondo de frente para o teto, ponho o braço atrás da cabeça e encaro a janela. Já me sinto totalmente bem-vindo e íntimo nessa casa. Olho Sammy deitada ao meu lado de bruços, as costas nuas e o lençol cobrindo apenas da cintura para baixo. Fico vidrado nas costas finas e delicadas, o cabelo esparramado no travesseiro. Toco sua pele sentindo a maciez em meus dedos, não queria acordá-la agora mas estou com saudades de vê-la acordada. Beijo o meio das suas costas e ouço ela resmungar enquanto começa a se mexer. Deixo um beijo no topo da sua cabeça e deito de volta ao lado dela a envolvendo em meus braços. — Que horas são? — Questiona com a voz sonolenta levantando o tronco e o apoiando nos cotovelos. — Hum… — Ligo a tela do celular sobre o criado mudo e volto a olhar para ela. — Quase meio-dia. — Porra. — Resmunga deitando de volta no colchão. — Vamos ficar aqui deitados o dia inteiro, o que acha? — Peço
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16 Sammy
Eu estava indo até o hospital, doente eu não estava, óbvio. Já estava sentindo que Ethan estava meio desconfiado o que era muito perigoso, e eu sequer tinha alguma coisa, eu precisava de algo imediatamente. Caminhei pelo corredor enquanto olhava de um lado para o outro atenta para que ninguém me visse, eu esperei por um horário que o Ethan não estivesse mais atendendo, é óbvio. Me abaixei ao pé da porta do consultório dele, tirei dois grampos que escondi no cabelo e os enfiei na fechadura os mexendo até que ela estivesse destrancada. Fechei a porta e então caminhei até à mesa dele, abri as gavetas enquanto vasculhava os papéis. Usei os grampos para abrir uma das gavetas que tinha fechadura e quando a abri não havia nada de tão interessante. Idiotice, vasculhar o consultório era inútil, é claro que ele não iria deixar nada que o incriminasse ali. Há pessoas que passam por ali toda hora, seria idiota demais. Mexendo naqueles papéis inúteis, entre eles havia um número de t
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17 Dantas
Talvez eu estivesse enlouquecendo por passar tanto tempo sozinho, preciso de alguém para dividir a vida. Me sentindo exausto desse trabalho de médico, fico impaciente e o desânimo não vai embora. Aperto o botão da caneta um milhão de vezes ouvindo o barulhinho dela enquanto dezenas de pacientes me esperam lá fora, mas meu ânimo não está me ajudando para começar a atendê-los. Tento me controlar, não sair enlouquecendo por qualquer coisa e principalmente por causa de uma garota. Quando finalmente o dia acaba, dirijo pelas ruas chuvosas, estaciono o carro e entro em casa. Sentei na minha poltrona de frente para a janela e fiquei lá como todos os dias, no escuro. Quando você passa a ter tudo o que quer, as coisas começam a perder a graça ou talvez seja apenas o seu cérebro tentando te manipular e fazendo você pensar besteiras. Pego um telefone de fio em cima da mesa ao lado da janela, disco o número que decorei pelo tédio e então espero. Espero uns segundos até que do outro lado da l
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18 Sammy
Meu ponto de vista de um casal invejável, é de um casal no qual faria qualquer coisa um pelo outro. Esse ponto de vista representa o gosto das mulheres, a realidade masculina é bem diferente. Homens anseiam por garotas fodas, malucas, cheias de energia e adrenalina, mas que também aceitem tudo caladas, que sejam delicadas mas que também saibam como ser indelicadas quando é eles quem falham, porque até para surtar, precisa ser do jeito que agrada a eles. Não só isso, eles anseiam por garotas, não por mulheres. Querem uma garota que se vista de forma infantil e aja de forma infantilizada, porque foi dessa maneira que os homens foram educados, para cultuarem corpos infantis, corpos sem estrias, sem pelos, sem celulites, sem excesso de gordura e sem membros flácidos. Talvez os sociopatas não sejam nenhum pouco diferente disso, afinal, ainda se tratam de homens. Minha vida é uma completa farsa, e a dele também. Mas homens gostam disso, gostam de viver de farsas, de se sentir no topo do
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19 Dantas
O perfume de Sammy exalava e preenchia o carro inteiro, o cheiro dela era doce, feminino demais. Me deixava tonto, mas em um bom sentido. Cheirava a rosas, ela por completo já era uma flor. Queria olhar para ela por horas, mas se o fizesse, também iria querer tocá-la e ela não quer que eu a toque sexualmente, mesmo que não pareça, as minhas intenções não são nada sexuais. — Caso eu não tenha dito antes, está muito lindo. Meu sorriso desaparece, não porque tenha me incomodado. Mas porque eu gostei, meu estômago formigou e senti as mãos soarem um pouco. — Ah… obrigado. — Abri a boca diversas vezes para falar mas não sabia o que dizer enquanto a olhava de soslaio. — Me pediu para não ser promíscuo hoje, então não posso comentar sobre você, me desculpa. Sammy sorriu enquanto tocava minha mão sobre a alavanca de câmbio me fazendo olhar para ela de canto de olho. A beleza dela é tão pura que dói o coração, olhar para ela preenche um vazio meu que eu não sabia que tinha. Eu estava me
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20 Sammy
Vamos relembrar um pouco do antes? Me lembro perfeitamente do dia em que o mundo desabou. O enterro do meu pai, o Agente Especial Hernandez. O cemitério estava repleto de rostos sérios e desconhecidos, todos prestigiando o homem que dedicou sua vida à justiça e morreu em uma das missões. Depois de horas que o enterro havia encerrado, eu ainda estava lá, paralisada, segurando um buquê de flores brancas, olhando fixamente para a cova fechada. Meu coração estava despedaçado, como se cada batida me machucasse e fosse uma dor insuportável. Um daqueles homens se aproximou, mesma altura que a do meu pai, óculos de armação preta e não podia faltar o paletó muito bem modelado com cara de que havia custado rios de dinheiro. — Sinto muito. Seu pai era um herói. — Ele disse com um tom de voz confortador, mas nada poderia me confortar naquele momento. Ainda me lembro das lágrimas quentes escorrendo pelo meu rosto, o vento soprava e refrescava minha pele molhada, lembro da sensação de vazio e d
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