Vincenzo D'AngelisA sala estava mergulhada em uma penumbra quase opressiva quando a porta se abriu, revelando meu pai, seguido por Salvatore. A presença dos dois, lado a lado, trazia consigo um peso quase físico, sufocante. O velho Salvatore, chefe do conselho, era a figura mais temida da nossa organização. Um homem que, apesar da idade avançada, carregava um olhar tão frio e implacável que, ao encontrar o meu, parecia despir minha alma e escavar até o fundo de meus pensamentos. Hoje, ele havia vindo pessoalmente, o que só podia significar uma coisa: eu estava prestes a ser encurralado.Respirei fundo antes de me levantar para recebê-los. — Buongiorno, Dom. Papa. Mantive o rosto inexpressivo, escondendo o desconforto que sua presença provocava.Salvatore se acomodou pesadamente em uma das poltronas de couro, a sombra do final de tarde refletindo em suas feições marcadas. — Buongiorno, Vincenzo — sua voz era como um trovão que reverberava pelas paredes da sala, enquanto meu pai, até e
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