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Todos os capítulos do Uma noite não é o bastante: Capítulo 51 - Capítulo 60
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Capítulo 51
Serena pulou da cama, pegando as roupas que havia deixado numa poltrona próxima à porta, e correu para o banheiro. Ele respirou fundo antes de se levantar e a seguir. O fato de Serena ter pego suas roupas para ir embora depois do banho significava que não estava nada satisfeita, mesmo após aquele ato sublime de amor. Será que não percebia o que haviam atingido juntos? Nem assim admitiria amá-lo?Serena estava debaixo do chuveiro, preparando-se para usar a duchinha.Ele estalou a língua:— Serena, sabe que isso não adianta... — Ah, pior é não fazer nada! — ela gritou, se sentindo impotente: — Merda, Stephen! Merda, merda!Stephen cruzou os braços, em pé, ao lado do box. Sua garganta estava seca, e teve dificuldade de falar:— Calma, Serena.Ela balançou a cabeça, furiosa:— Calma? Calma, Stephen? Sabe quantas mulheres ficam grávidas por causa de um descuido como o nosso? — Estava prestes a chorar, mas não o encarava. Mal podia consigo mesma... um bebê... como poderia...? Ela dev
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Capítulo 52
Serena revirou os olhos. Era óbvio que não queria outro cara, mas estava com muita vontade de trocar aquele ali, diante dela. Pelado e com cara de cachorrinho triste.Serena meneou a cabeça, fitando os azulejos:— Meus pais ficariam arrasados, só para início de conversa. Eles nunca entenderiam... Não me surpreenderia se achassem que ainda sou virgem! — Ela sacudiu os braços, aflita: — A filha se tornar uma mãe solteira seria uma grande decepção... Stephen, tenho certeza que essa relação de pais e filhos é universal, e você entende isso! Não posso simplesmente um dia decidir ter um filho sozinha, porque meu namorado achou que estava na hora de ser pai!Stephen sentiu o ânimo voltar. Ela não temia ter um filho dele! No entanto, acharia que teria que fazer tudo sozinha, se isso acontecesse. O que era absurdo! Por que ela presumiria tal coisa?— O que está falando, meu amor? — Stephen virou-a para que ficasse de frente para ele: — Acha que se eu a engravidasse a deixaria sozinha para cria
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Capítulo 53
Serena estava listando na cabeça que precisavam treinar mais Billie Eilish, Sia, Ariana Grande, Miley Cirrus, e Taylor Swift, que estavam sendo especialmente pedidas ultimamente. Talvez pudesse inserir um pouco de Reneé Rapp também. E mais um pouco de repertório nacional, era sempre bom ter cartas na manga...Enquanto pensava que roupa colocaria para ir ao ensaio na garagem de Gui, seu celular tocou. Sorriu, achando que fosse Stephen. Vendo a imagem de Mariana na tela do aparelho, deu de ombros e atendeu.— Oi, Mariana!— Consegui falar com a Roberta!— Ah, que bom! Ela está bem? Por que não foi ao São Balthazar no domingo?As amigas haviam ficado preocupadas com a falta de Roberta. Ninguém do grupo costumava faltar aos encontros no hospital a não ser por alguma razão muito forte.— O marido entrou com o divórcio.— Oh... Pensei que ainda tivessem chance... — Serena ficou triste. O casal vivia bem, apaixonado, até cerca de um ano atrás. Como as coisas haviam descambado para a separaçã
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Capítulo 54
Stephen entrou no bar enquanto a banda, com seus membros sentados em banquinhos no palco, e os instrumentos abandonados ao fundo, terminava de cantar, à capella, “The scientist”, imediatamente emendando “Paradise”, do Coldplay. Um homem mexia nos fios próximos aos aparelhos. Aparentemente, haviam tido problemas com a eletricidade, e o grupo precisara improvisar para agradar a assistência.O público explodiu em aplausos e assovios ao fim da canção, e o silêncio voltou a reinar, enquanto aguardavam, em agradável expectativa, a próxima música. Quando Lucio começou a cantar “93 million miles”, logo sendo acompanhado por Gui, Diogo, Lipe, e finalmente, por Serena, as palmas entusiasmadas quase sobrepuseram-se às vozes dos cantores. Stephen sentiu a tranquilidade lhe inundar pouco a pouco, ao ouvir as harmoniosas vozes. O dia havia sido terrivelmente tenso. Não, tenso era pouco. Trágico era a palavra. Depois de cumprimentar alguns conhecidos e recostar-se no balcão, ele comentou com Jô:—
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Capítulo 55
Stephen estava preocupado.Precisava viajar na manhã seguinte, em caráter de emergência, e apesar de Serena ter sido muito receptiva quanto a isso por telefone, ele mesmo não estava satisfeito com o arranjo. Afinal precisaria ficar cerca de uma semana fora, resolvendo uma grave situação na filial de Brasília, longe da mulher que amava.E a questão não era só profissional, mas também pessoal. Um acidente de carro havia colocado o chefe administrativo e o chefe de marketing em estado grave no hospital. Estavam no mesmo automóvel, voltando de uma reunião, quando foram abalroados por um caminhão desgovernado, que os fez capotar em alta velocidade.Corriam sério risco de não sobreviverem, e tanto a equipe da filial como a família dos acidentados, precisavam de apoio. E os dois homens eram amigos de Stephen. Como desejava pedir que Serena o acompanhasse na viagem! Mas depois do que Bill despejara venenosamente sobre ela, dizendo que Stephen tentaria de várias formas afastá-la de seus compr
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Capítulo 56
Agora, olhando para trás, Stephen se apegava a todas as lembranças agradáveis, das pequeninas às grandes, e vasculhava a mente, de forma incessante, procurando todos os sinais de insatisfação que detectara na voz de Serena. A partir de qual momento exatamente...?Era um exercício masoquista, provavelmente, mas tentava entender se poderia ter evitado afinal a briga que pusera fim no relacionamento entre eles. Não que se preocupasse muito com “o fim”, pois sabia que assim que retornasse ao Rio, iria atrás de sua sereia e a recuperaria. Era persistente, seguro de si mesmo, e se conseguira ter sucesso na primeira vez, não seria um pequeno atrito à distância que os separaria em definitivo. Fazia quase cinco meses que estava fora do Brasil. E no mínimo, dois meses que não ouvia a voz melódica de Serena.Ela não atendia mais suas ligações depois da última discussão. Certamente os malditos identificadores de chamada o denunciavam, mesmo quando não usava seu número particular, informando ao re
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Capítulo 57
Sienna aguardou, com paciência, o momento em que seu irmão voltaria a falar.Não demorou muito, embora ele continuasse olhando para fora quando tornou a falar, mais como se estivesse conversando consigo mesmo:— Eu e Serena brigamos porque ela se cansou de que eu adiasse tanto meu retorno ao Brasil. Ela não entende as minhas obrigações — lamentou Stephen, entristecido por compreender a namorada melhor do que ela o compreendia.A irmã balançou a cabeça:— Não se pode culpá-la, não é mesmo? Se estivesse no lugar dela, e meu novo namorado viajasse, dando diferentes desculpas para adiar sua volta a cada telefonema, eu também ficaria aborrecida.Stephen a encarou, os olhos claros arregalados:— Eu não dei desculpas! Minhas razões foram todas reais, e bem sérias.Sienna revirou os olhos. Ah, homens!— Sim, a questão de Brasília, o seminário na Argentina, o ataque cardíaco do vovô, tudo bem.— Então vim passar as festas de fim de ano aqui para ficar com ele mais um pouco, já que os médicos p
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Capítulo 58
Stephen decidiu se torturar um pouquinho.Não era novo fazer isso como exercício mental ultimamente.Relembrou cada reação de Serena. Ela havia ficado triste com a morte dos companheiros dele em Brasília, e surpresa de que Stephen precisasse partir direto para a Argentina sem voltar ao Rio.Foi compreensiva com a doença de seu avô, e chorosa quando se falaram no Natal, que ela passou com a família de Mariana. Ela não foi para a casa dos pais.Ele perguntou se não seria melhor ficar com a própria família, mas ela disse que não. Stephen não insistiu.A imagem da amada na tela, desfazendo-se em pranto, não saía de sua cabeça. Novamente teve aquela sensação estranha de que o humor de Serena oscilava de forma inquietante. Ela não era assim no início. Stephen ligou diariamente naquela semana. Combinaram que as ligações partiriam sempre dele, por conta do trabalho, dos horários... Durante toda a última semana do fim de ano, as conversas foram carinhosas, cheias de promessas e saudade.Muita
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Capítulo 59
O telefone ─ o convencional, sobre a mesa ─ soou estridente e quase o fez pular da cadeira. Só as pesoas da empresa usavam aquele número. — Beckinsale — respondeu, já recomposto.— Stephen? Aqui é o Lúcio.Empertigou-se. Havia quanto tempo que não lhe falavam em português? E por que o amigo estava ligando? Seria algum problema na empresa? Ou, pensou esperançosamente, um recado de Serena? — Oi, Lúcio.O amigo hesitou:— Eh...Tudo bem?— Sim. E com você? — Stephen perguntou, cautelosamente.— Tudo certo. Descobri que tenho jeito com as palavras, e tenho auxiliado o setor de promoções — respondeu, com um ponta de orgulho na voz.— Sim, eu soube. Tem sido elogiado pelo pessoal daí.— Estou ligando da empresa. Aproveitando um minuto de folga antes do fim do expediente, sabe...— Ah.— Pois é.Os dois se mantiveram num silêncio desconfortável.— Quando você volta, Stephen? — Lúcio indagou de modo abrupto.— Serena o pediu para perguntar?— Não. Se ela souber que estou ligando pra vo
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Capítulo 60
Fechou os olhos por alguns instantes, ainda com o aparelho junto ao ouvido. Havia escutado a voz de Serena, e ela parecia muito nervosa. Por que estaria tão tensa? Teria algo a esconder? O que, afinal, Felipe estava ansioso para contar-lhe? Sobre um novo namorado? Um velho amante? A mente trabalhava a todo vapor, imaginando sua garota aos beijos com outros homens.Não, não seria possível!Ela o amava!E ele a amava também. Pertenciam um ao outro e nada nem ninguém mudaria isso, nem mesmo uma briguinha tola iniciada por uma artista de temperamento quente. Não o permitiria. Teclou o número de sua secretária e a instruiu para que providenciasse uma passagem para o Rio de Janeiro, o mais rápido possível, e mandasse avisar aos outros sócios que estava de partida. No apartamento de Serena, bem longe dali, havia um estridente bate boca entre pessoas que habitualmente eram amigas e pacígficas:— Me deve um celular — retrucou Serena, olhando para seu telefone, espatifado no chão da sala.— N
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