O calor do dia parecia mais intenso, ou talvez fosse apenas o peso daquele reencontro inesperado. Isaías estava ali, na minha frente, e mesmo depois de tudo que havíamos passado, eu não sabia como reagir. Ele parecia diferente, mas era difícil confiar nos meus olhos e, mais ainda, no meu coração. Meu instinto me dizia para manter a guarda alta, mas as palavras que ele proferia, carregadas de um significado que eu não esperava, atravessavam minhas defesas com uma força que me deixava sem chão. — Eu? — Isaías repetiu, com aquele tom que sempre carregava uma mistura de ironia e seriedade. — Estou aqui fazendo o que você está fazendo. Ajudando. Fazendo o que importa. Você, claro, está aqui ajudando, como sempre faz, não é? Havia algo na maneira como ele falava que parecia diferente do homem que eu conheci. Mesmo assim, um misto de raiva e incredulidade me inundava. Eu mal conseguia organizar meus pensa
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