O peso daquela conversa ainda pairava sobre a sala. Meu coração batia forte, e minha mente trabalhava rápido demais, analisando cada detalhe da situação.Passei uma mão pelos cabelos, frustrado, tentando organizar os pensamentos.— Me diz que você já conversou com Dario sobre isso.Colin, que até então parecia firme e seguro, hesitou. Foi um instante, mas eu percebi.Minha respiração ficou pesada.— Colin…Ele apertou os lábios e desviou o olhar por um momento antes de finalmente falar:— Ainda não.A sala ficou em silêncio.Liam e Cassia trocaram um olhar significativo. Alec ergueu uma sobrancelha.Eu fechei os olhos por um momento e soltei o ar lentamente.— Você tá de brincadeira comigo…Colin voltou a me encarar, o olhar firme.— Isso não é algo que se resolve com uma simples conversa, Ethan. Não se pode simplesmente bater na porta de Dario e pedir para ele nos dizer o que sabe.— Mas você precisa falar com ele — insisti. —

A tensão na sala era quase sufocante. O ar parecia carregado, pesado demais para respirar.O silêncio durou um segundo, talvez dois. Então eu quebrei. — Eu não vou ficar parado enquanto esse desgraçado continua caçando a nossa espécie! — minha voz reverberou no ambiente, carregada de fúria.Colin rosnou, a ameaça evidente em seu tom.— Vai, sim.Cerrei os punhos. Meu coração martelava no peito, um rugido crescente dentro de mim.— Você não pode me impedir!— Eu sou seu alfa, Ethan! — Colin se ergueu de súbito, e o barulho da cadeira sendo arrastada ecoou pela sala como um trovão. — Eu posso e vou te impedir!Me inclinei sobre a mesa, encarando-o sem recuar.— E eu sou um lobo, Colin! E lobos lutam!O impacto das minhas palavras fez o ambiente vibrar com eletricidade. Os olhos de Alec se arregalaram ao meu lado, mas ele não disse nada. Cassia cruzou os braços, tensa, observando a troca de farpas.Colin bateu as duas mãos na mesa com f

Quase morri naquele ataque em meio a uma multidão.Liam quase morreu quando levou um tiro na floresta.E agora, meus irmãos queriam se esconder atrás das muralhas de suas mansões luxuosas e deixar outra pessoa lidar com a ameaça?Isso não é viver.Eu apertei os olhos, tentando ignorar o peso no meu peito.As palavras de Colin voltaram à minha mente, cheias de autoridade e frustração."Dario é um alfa com um século de experiência.""Você é só um filhote.""Se a gente for burro, a gente morre."Fechei as mãos em punhos.Eu não era um filhote.Já tinha passado tempo suficiente vivendo entre humanos para saber que minha impulsividade era vista como um traço juvenil. Mas eu não estava sendo imprudente.Eu estava sendo um lobo.Meus pés me levaram até a saída lateral da mansão. O ar noturno estava fresco, mas não o suficiente para esfriar minha raiva.Passei a mão pelos cabelos, tentando me recompor.Lá dentro, eu sabia que meus

Eu poderia contar a verdade. Poderia dizer que meu irmão Alec era um hacker de primeira e era capaz de rastrear até Rowan e os outros caçadores. Mas eu conhecia Silas bem demais. Quanto mais ele soubesse, mais poder ele teria sobre mim. — Tenho meus meios. Silas assobiou. — Ah, entendi. — O que foi? — perguntei, irritado com o tom divertido dele. — Nada, nada... Só acho engraçado como a vida às vezes favorece os mauricinhos ricos. Parei no meio da calçada, o telefone quase escorregando da minha mão. Meu sangue ferveu. — Você quer me ajudar ou quer ser um babaca? — Só estou dizendo, Ethan. Não é todo mundo que tem o privilégio de simplesmente pagar por informações e receber tudo de bandeja. Meu peito subiu e desceu com força. Eu odiava quando falavam sobre isso. Como se eu não tivesse conquistado nada. Como se eu fosse apenas mais um garoto mimado brincando de lobo. — Foca n

A brisa fria de Nova York fazia meus cabelos ruivos voarem ao redor do rosto enquanto eu caminhava pelas ruas lotadas, segurando o grimório contra o peito. O livro era pesado, mas eu já estava acostumada com o peso dele. Depois que minha avó o mostrou para mim eu não me desgrudei mais dele, mas apesar de todas minhas pesquisas na Internet minhas dúvidas não foram respondidas.Eu não entendia por que conseguia ler aquelas páginas. Para qualquer outra pessoa, o grimório parecia um livro em branco, sem nada além de papel envelhecido e capas desgastadas. Mas para mim ele sussurrava segredos.E talvez—apenas talvez—Ethan Whitmore fosse a chave para entendê-los.Apertei o papel dobrado na minha outra mão, onde estava o endereço que consegui depois de algumas pesquisas. A empresa de Ethan ficava em um dos prédios imponentes de Manhattan, em meio a advogados, magnatas e pessoas que nunca olhavam para trás ao andar.Eu nunca deveria estar voltando para a vida dele.Não de

Então, aproveitando a distração momentânea da recepcionista, me misturei discretamente entre os funcionários e entrei no elevador com eles. O espaço ficou apertado quando as portas começaram a se fechar, e foi nesse instante que ouvi a voz da recepcionista se elevar. — Senhorita! — ela chamou, o tom carregado de alerta. Eu a ignorei, forçando um sorriso quando um dos funcionários me olhou de canto de olho. — Qual andar? — ele perguntou educadamente. Pensei rápido. — Ah… o vigésimo terceiro — respondi, escolhendo um andar aleatório. A recepcionista já estava contornando o balcão quando as portas se fecharam, me isolando do saguão. Soltei o ar que nem percebi que estava prendendo. O elevador começou a subir, e eu sabia que tinha apenas alguns segundos antes que alguém tentasse interceptá-lo ou mandasse os seguranças atrás de mim. Me forcei a parecer calma enquanto os funcionários ao meu

"Bom. Que continuem procurando."Apertei o grimório contra o peito e caminhei em direção à porta dupla no fim do corredor. Não sabia exatamente onde aquilo ia dar, mas precisava seguir em frente. Com cuidado, girei a maçaneta e espreitei a cabeça para dentro.Um escritório vazio.Respirei aliviada e entrei, fechando a porta atrás de mim sem fazer barulho.O cômodo era moderno e minimalista, com uma enorme mesa de vidro e cadeiras elegantes. O tipo de ambiente que eu nunca imaginaria Ethan frequentando, mas que fazia sentido dentro daquele prédio luxuoso.Atravessei o espaço rapidamente até encontrar outra porta no canto. Se minha intuição estivesse certa, aquilo me levaria a um corredor maior, possivelmente com um acesso ao elevador ou uma nova escada.Girei a maçaneta devagar e saí.O corredor à minha frente era amplo, com um longo tapete escuro e luzes embutidas no teto. Diferente da escadaria claustrofóbica, ali parecia tudo mais calmo.Mas a calma

A primeira coisa que vi foi Ethan, parado atrás de sua mesa de madeira escura, segurando um telefone no ouvido. Ele congelou no momento em que me viu. E, pela primeira vez, eu vi algo raro no rosto dele: Surpresa. A porta atrás de mim foi escancarada com um estrondo, batendo contra a parede. Antes que eu pudesse reagir, senti mãos enormes me agarrando pelos braços e me erguerem do chão como se eu fosse um gato de rua pego no flagra. Meu grimório caiu no chão fazendo um baque surdo. — Ei! — protestei, chutando o ar. — Me solta, seu brutamontes! O segurança me segurava como se eu não passasse de uma pequena inconveniência, e eu me debati o máximo que pude, mas era inútil. — Senhor Whitmore — ele disse, impassível. — Essa ruiva invadiu o prédio depois de ser impedida de entrar. Ruiva? Ah, ótimo. Eu nem tinha nome agora.Ler mais