Quando todos ouviram o barulho, não teve jeito: a atenção geral se voltou para Rosana, inclusive a de Florence, que lançou um olhar de soslaio.Pelo que lembrava, aquilo era mesmo o tipo de coisa que Rosana faria. Não importava a situação, Rosana sempre dava um jeito de se mostrar vulnerável, esperando conquistar a simpatia dos outros.Na época da escola, os colegas eram ingênuos e, sabendo das dificuldades financeiras de Rosana, acabavam sentindo pena dela.Mas ali, cada olhar era afiado — ninguém caía tão fácil no jogo dela.Valentina franziu a testa:— Deixa pra lá, Rosana. Pode sair.— Sim, diretora Valentina.Rosana saiu com os olhos marejados, quase mordendo os próprios lábios, encenando perfeitamente o papel de vítima indefesa.Marcos, tentando amenizar, segurou Rosana pelo braço e sorriu:— Não foi nada grave, não precisa ficar assim.Rosana ergueu os olhos, cheios de lágrimas:— Obrigada, Sr. Marcos.Ela saiu da sala, parando várias vezes para olhar para trás, como quem espera
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