Eu tento resistir, mas é impossível. A hora de trabalho é insuportavelmente tediosa. Meu foco, antes tão afiado, escapa por entre os dedos como areia fina. Passo minutos preciosos encarando a tela do computador, forçando-me a completar cálculos simples, aqueles que antes eu fazia sem esforço. Eu costumava amar isso. Queria ser a melhor, a pessoa que provaria ao meu pai que todo o tempo e os recursos investidos em mim, especialmente em Londres, tinham valido a pena. Eu nunca quis ser a garotinha protegida sob as asas dele, mas também nunca consegui me afastar completamente dessa imagem.Adorava o desafio. Sentia orgulho em ver meu trabalho brilhar, em ser um pequeno gênio no que fazia. Queria, de certa forma, ser como minha mãe, mas aceitar que eu nunca seria tão brilhante quanto ela foi libertador. Não sou um prodígio matemático como ela. Sou apenas eu. A aceitação veio tarde, mas veio, e com ela a liberdade de escolher minha própria carreira, meu próprio caminho. Eu sou o seu legado,
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