O trajeto até o apartamento de Isabella foi carregado por uma tensão quase palpável. Ethan estacionou em frente ao prédio dela, mas permaneceu no carro, os dedos apertando o volante com força suficiente para deixar os nós dos dedos brancos. Isabella hesitou antes de abrir a porta, como se esperasse que ele dissesse algo que quebrasse a barreira invisível entre eles.— Boa noite, Ethan — disse ela, a voz carregada de cansaço e decepção.Ele não respondeu imediatamente. Quando finalmente falou, sua voz era um murmúrio.— Isabella...Ela parou, ainda com a mão na porta, mas não o olhou.— Não vou mais fazer isso — disse ela, sua voz tremendo. — Não vou mais justificar minha lealdade para você. Se isso não é suficiente, então talvez seja melhor que terminemos aqui.Ethan levantou a cabeça, surpreso com a firmeza em suas palavras.— Não diga isso.Finalmente, Isabella virou-se para ele.— Então pare de me fa

Gregory espalhou os documentos na mesa, explicando os pontos principais com fluidez. Isabella manteve o foco nas informações, mas não pôde ignorar a maneira como ele se inclinava um pouco mais perto do que o necessário.— Gregory, por favor, mantenha as coisas profissionais — ela disse firmemente, levantando-se para pegar um copo de água.Ele ergueu as mãos em um gesto de rendição.— Sempre, Isabella. Mas devo dizer, é difícil não notar como você está ainda mais radiante ultimamente.Isabella revirou os olhos, cansada daquele tipo de comentário.— Foque nos contratos, Gregory. Isso é o que importa aqui.Ele riu baixo, mas voltou ao assunto, pelo menos por enquanto.---O Desabafo de EthanEnquanto isso, Ethan estava em sua sala, tentando se concentrar em um relatório, mas sua mente continuava voltando para Isabella e Gregory. Ele sabia que estava sendo irracional, mas o olhar satisfeito de Gregory

O clima no escritório de San Milian estava mais pesado do que nunca. Depois do embate no hotel, Isabella sentia-se no centro de uma guerra silenciosa entre Gregory e Ethan. Ambos evitavam grandes confrontos na frente da equipe, mas os olhares e os gestos diziam mais do que qualquer palavra.Isabella mal conseguia acreditar no que tinha acontecido. O olhar furioso de Ethan ao vê-la na sala de reuniões com Gregory ainda estava fresco em sua mente. Por mais que nada de fato tivesse acontecido, a presença de Ethan ali deixara claro que ele estava desconfiado dela.---Pensamentos de IsabellaDe volta à sua mesa, Isabella tentava retomar o foco no trabalho. Ela olhava para os relatórios à sua frente, mas sua mente estava distante. Como Ethan havia descoberto que ela estava no hotel? Será que ele estava seguindo-a? Ou talvez Gregory tivesse planejado tudo?Não... Gregory não faria isso. Faria?Ela sentia um aperto no pei

Os dias em San Milian haviam se tornado um campo minado emocional para Isabella. Desde a discussão com Ethan, ela vinha tentando equilibrar seu profissionalismo com os sentimentos feridos que guardava. Era difícil trabalhar ao lado de alguém que parecia oscilar entre a paixão e a desconfiança, e, pior ainda, lidar com Gregory, cuja presença se tornava cada vez mais insuportável. No entanto, ela sabia que precisava se manter forte. Se havia algo que Isabella aprendera nos últimos meses, era que não podia permitir que as inseguranças de Ethan ou as intrigas de Gregory a desviassem de seus objetivos. --- Pensamentos de Isabella Na manhã seguinte, Isabella sentou-se em sua mesa, folheando relatórios enquanto tentava ignorar as mensagens insistentes de Gregory. Ele parecia estar intensificando suas tentativas de se aproximar dela, enviando convites para almoços ou reuniões "privadas" que ela sempre recusava. Por que ele não desiste? Isabella pensou, enquanto apagava mais uma mensagem.

Isabella acordou cedo na manhã seguinte, determinada a enfrentar mais um dia no escritório de San Milian. Apesar das dúvidas que pairavam sobre sua relação com Ethan e da presença incômoda de Gregory, ela sabia que precisava se manter firme. Trabalhar ao lado de Ethan era um desafio constante, mas também uma oportunidade de mostrar a todos — e a si mesma — sua força e resiliência.Enquanto tomava seu café da manhã, Isabella revisava mentalmente os compromissos do dia. Havia uma apresentação importante para o conselho e, em seguida, uma reunião com os advogados para revisar os contratos da filial de Milão. Tudo parecia normal, mas ela não podia ignorar a sensação de que algo estava prestes a dar errado.---O Contra-ataque de GregoryDo outro lado da cidade, Gregory estava finalizando os últimos detalhes de seu plano com Helena. Ambos estavam confiantes de que o dia traria um golpe devastador para Isabella e Ethan.— Está tudo pronto?

O sol da manhã penetrava as janelas amplas do escritório em San Milian, mas para Isabella, a luz parecia apenas intensificar a névoa que pairava sobre seus pensamentos. A noite anterior havia sido um desastre. O jantar que deveria celebrar um marco profissional transformara-se em uma trama de acusações, dúvidas e mágoas. Ethan, o homem que ela tanto admirava e amava, vacilara diante de uma mentira arquitetada por Gregory Hate.Ela sentou-se à mesa de sua sala, observando os relatórios à sua frente. Nada fazia sentido. Por mais que tentasse focar, as palavras dançavam nas páginas. A imagem de Ethan hesitando, ponderando se deveria acreditar nela ou não, queimava em sua mente.— Isabella, você está bem? — A voz de Clarice interrompeu seus pensamentos.Clarice, entrou na sala com uma expressão preocupada.— Estou — respondeu Isabella, tentando soar firme. — Apenas um pouco cansada.Clarice fechou a porta e sentou-se na cadeira à frente.

O ar em San Milian estava mais denso naquela manhã, como se a cidade inteira pressentisse o turbilhão prestes a explodir. Isabella entrou no escritório com a cabeça erguida, mas seu coração pesava. Após semanas de tensão, ela sabia que algo estava para acontecer. Ethan havia se tornado mais distante, mais reservado, como se uma muralha invisível os separasse. Na sala de reuniões, o clima era frio. Ethan estava sentado à cabeceira, o olhar sério, enquanto os outros membros da equipe discutiam estratégias para o próximo trimestre. Clarice, sempre atenta, percebeu a rigidez no rosto de Isabella e tentou confortá-la com um sorriso, mas não houve resposta. Quando a reunião terminou, Ethan pediu que Isabella ficasse para discutir alguns relatórios. Assim que todos saíram, o silêncio preencheu o ambiente. — Precisamos conversar — disse ele, a voz firme, mas carregada de algo que Isabella não conseguiu decifrar. — Sobre o quê? — Ela cruzou os braços, defensiva. — Sobre nós. Sobre a

Isabella passou a noite em claro, sentada na pequena varanda do apartamento, com as fotos espalhadas na mesa. O olhar fixo na cidade iluminada mostrava determinação, mesmo que seu coração estivesse em pedaços. — Isso não vai me destruir — sussurrou para si mesma, como um mantra. As palavras de Ethan ainda ecoavam em sua mente. O tom frio, a acusação, o olhar de decepção... Mas ela sabia que não podia se afundar. Precisava reagir. Havia algo maior em jogo, e não permitiria que Gregory e Helena saíssem vitoriosos. Na manhã seguinte, Isabella decidiu que era hora de lutar. Pegou o telefone e ligou para Clarice, que atendeu imediatamente. — Isa, o que está acontecendo? Por que você saiu tão de repente? — perguntou Clarice, a voz carregada de preocupação. — Clarice, preciso da sua ajuda. Algo muito grave aconteceu, e preciso de alguém em quem confiar. — Claro. Estou com você, Isa. O que você precisa? Isabella explicou a situação em detalhes, incluindo as falsas provas e a súbita mud

Ethan olhava pela janela de seu apartamento, as luzes de San Milian piscando como lembranças persistentes de tudo o que ele havia perdido. Cada edifício brilhava como um símbolo de sua conquista, mas nada disso parecia importar. Não agora. Não sem Isabella. Desde que ela saíra de sua vida, o vazio era um companheiro constante. O escritório parecia frio e mecânico, mesmo com as vitórias comerciais que vinham em sequência. Sua vida pessoal era ainda pior: as noites solitárias, os dias sem propósito, e o peso constante da culpa. E então havia Helena. Ela parecia surgir de todos os cantos, como uma sombra indesejada, insinuando-se com um sorriso doce, mas carregado de intenções. Ethan sabia que Helena e Gregory Hate estavam conectados. Eles haviam planejado tudo, desde a humilhação de Isabella até as fotos manipuladas. Ele não tinha todas as provas ainda, mas as peças estavam se encaixando. A Aproximação Era uma tarde fria quando Helena apareceu, do nada, na recepção do edifício de

Helena sentava-se em um café elegante no centro de San Milian, observando o movimento constante das pessoas pela janela. A xícara de café à sua frente esfriava, esquecida, enquanto ela refletia sobre tudo o que havia acontecido nos últimos meses. Ethan. O nome dele ainda tinha um efeito poderoso sobre ela, uma mistura de dor, arrependimento e obsessão. Ele era o homem que ela amara no passado, o homem que a fazia sentir-se viva, mas também aquele que a humilhara. Ela não se esquecera da maneira como ele cortara relações com ela anos atrás, quando descobriu sobre sua traição. Helena apertou a xícara com força, como se o calor perdido pudesse se transferir para o buraco gelado que ela sentia no peito. O Passado Doloroso Era verdade que ela havia errado com Ethan. A traição, as mentiras... tudo começou como um jogo para ganhar influência no círculo de negócios. No entanto, ao longo do tempo, ela se apaixonara por ele. Apaixonara-se profundamente, ao ponto de abrir mão de algumas amb