Deixei Helena no quarto do hotel e segui para a suíte dos meus irmãos, no andar de baixo. Minha mãe e minha filha estavam hospedadas em um quarto ao lado do deles.Eu não estava bem. Precisava manter a calma até chegar em casa e pensar no que fazer.Helena tem toda razão: sou um crápula. Concordo porque sempre agi assim, cometi vilezas, fui um baita de um canalha, e isso nunca me incomodou até ouvir cada palavra odiosa vinda dela.Eu queria me redimir. Só de pensar que tive que forçá-la, me falta o ar. Odeio tocar nesse assunto; mantive-o enterrado desde o momento em que enterrei aquele infeliz que se dizia meu pai. Mas como tudo na vida, chegou o momento de arcar com a verdade.Sabendo que tudo à minha volta não seria simples, coloquei-a em um quarto longe do meu. Contudo, eu não queria distância. Queria-a perto, queria recomeçar, apagar a dor que lhe causei, mostrar que não era o monstro que ela viu. Pelo menos, não com ela.Pela segunda vez na vida, não sei como agir.É engraçado p
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