A noite caía pesada sobre a floresta, como um véu escuro repleto de mistérios, envolvendo tudo em um profundo silêncio. Yara sentia, mais uma vez, o chamado distante da terra, um sussurro que parecia vir de todos os cantos e de lugar algum, ecoando nos ventos que cortavam as árvores antigas. Os sussurros dos espíritos não eram novos para ela, mas, naquela noite, havia algo diferente. Havia urgência, uma sensação de que o destino estava prestes a se revelar.Sentada à beira da fogueira que iluminava o pequeno acampamento que ela e Tupã haviam montado, Yara fechou os olhos, sentindo a vibração da terra sob seus pés descalços. Os espíritos da floresta estavam agitados, e Yara sabia que, para entender o caminho à frente, precisaria segui-los. Mais uma vez, ela sentia que o futuro de seu povo, das florestas sagradas e de seu próprio coração, estava ligado ao que os espíritos tinham a dizer.— Vais seguir os sinais de novo, não é? — perguntou Tupã, sua voz resoluta, mas carregada de um cetic
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