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Na manhã do jogo, Chiara acordou com o quarto vazio. O silêncio era absoluto, e a cama de Aki já estava arrumada, indicando que ele havia saído cedo. Ela franziu a testa, um pouco surpresa, mas logo entendeu. Aki estava claramente tentando manter distância depois do momento estranho da noite anterior. Enquanto arrumava suas coisas, Chiara não pôde deixar de se sentir um pouco aliviada. Dividir o espaço com Aki havia sido demais para ela. Instantes mais tarde no ginásio, o time estava aquecendo, e Aki estava em sua costumeira bolha de concentração. Chiara percebeu que ele a evitava discretamente e estava falando apenas o necessário com o resto do time. Ela se juntou aos outros jogadores, tentando focar no jogo que estava por vir em poucos minutos.Luca se aproximou de Aki, observando o colega de equipe que parecia mais calado que o habitual.— Cara, você tá com uma cara fechada hoje. Dormiu mal? — Luca comentou, tentando aliviar o clima com uma risadinha.Aki deu de ombros, sem desvi
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Não demorou muito para que Chiara tivesse que descer para ir ao encontro do seu time e voltar para casa. Felizmente quando ela encontrou seu capitão, ele apenas perguntou se ela estava melhor e com a afirmativa dela, ele seguiu sem dizer mais nada e assim entraram no ônibus. Ele parecia distante, como sempre, e logo ocupou um assento mais na frente. Mas o que Chiara não esperava era Luca se sentar ao lado dela, com a expressão curiosa de sempre e cheio de perguntas.— E aí, Dario, como tá o estômago? Aki comentou que você estava passando mal. — perguntou Luca, cutucando-a com o cotovelo enquanto se acomodava no banco.Chiara forçou um sorriso de lado, tentando ser simpática apesar da dor ainda presente.— Já tô melhor. Acho que o remédio ajudou — respondeu, esperando que isso encerrasse a conversa.Mas Luca era insistente.— Que bom! — disse ele, sorrindo. — Mas, me diz aí, o que você faz para relaxar? Tipo, fora das quadras. Você parece mais na sua, não deve curtir baladas e essas coi
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Martina dirigia tranquilamente enquanto Chiara, no banco do passageiro, tentava ignorar as cólicas que a incomodavam. O som suave do motor misturava-se ao burburinho das conversas ocasionais que entravam pelas janelas abertas, mas o foco delas era outro.— Então, me conta, como foi? — perguntou Martina, com um sorriso travesso. Ela sempre sabia quando algo interessante havia acontecido.Chiara suspirou, virando-se para olhar a amiga com uma expressão cansada.— Foi um caos, Marti, Primeiro, o jogo foi um desastre para mim, eu me senti uma intrusa ali, não que eu não fosse né. Depois eu fiquei com cólica, tive que praticamente me arrastar até o meu quarto. Aí então, percebi que não tinha colocado absorvente na mala e entrei em pânico. Fui correndo para a farmácia, mas antes disso o Aki queria ir à farmácia por mim. — Ela riu, lembrando do momento constrangedor.Martina explodiu em gargalhadas, quase tirando os olhos da estrada.— Ah, não acredito! — disse ela entre risos. — Ele não per
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Chiara acordou de repente, seu coração batendo rápido, a respiração curta. Ela sentou-se na cama, tentando entender o que havia acontecido. As imagens do sonho ainda eram vívidas em sua mente. As mãos de Aki passando pelo seu corpo, os beijos suaves em seu pescoço, despertando sensações que a deixavam inquieta. Mas por que Aki estava habitando seus sonhos mais íntimos? Ela mal o conhecia fora das quadras.Nos últimos dias, no entanto, pequenas coisas sobre ele começaram a chamar sua atenção. Não era nada óbvio, mas detalhes sutis. Como o jeito calmo com que ele conduzia os treinos, sua habilidade em manter o controle mesmo nas situações mais tensas. Chiara começou a reparar mais nesses gestos quase imperceptíveis, o modo como ele se movia com confiança, os olhares rápidos, mas atentos que lançava para os companheiros de time, como se estivesse sempre observando e analisando.E então houve aquela carona.Chiara passou a noite inteira pensando na forma como ele dirigia, de maneira quase
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Quando chegou ao ginásio, Chiara guardou suas coisas e saiu cumprimentando seus companheiros, mas quando viu Aki sentiu seu coração palpitar, no entanto, decidiu ignorar aquele sentimento repentino. O treino seguia seu ritmo habitual, mas Chiara se via incapaz de se concentrar.Um saque que normalmente pegaria com facilidade passou direto por ela, em outro momento um passe saiu descoordenado. A cada erro, Chiara sentia a frustração crescer dentro de si. Estava sendo difícil manter o foco.— Ei, Dario! — Luca chamou, aproximando-se após mais uma jogada mal-sucedida. — Tá tudo bem?Chiara respirou fundo, tentando disfarçar.— Desculpa, estou meio distraído hoje, não sei por quê.Luca a observou por um momento, então deu um leve sorriso.— Sabe, eu sei que esse é a sua primeira experiência profissional, e a pressão é real. Série A da Superlega não é brincadeira. Mas você tem potencial, Dario. Não deixa a cabeça te derrubar.Chiara sentiu uma onda de gratidão. Luca sempre foi brincalhão,
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O impacto daquelas palavras atingiu Chiara como um soco. O mundo ao seu redor pareceu congelar por um momento, e tudo o que ela conseguia fazer era encará-lo, sem saber o que dizer. Ele sabia. Luca sabia o tempo todo.— Como voc...? — ela começou a falar, mas as palavras falharam.Luca deu um sorriso amistoso e não havia julgamento em seus olhos, apenas uma curiosidade gentil e um toque de divertimento.— Calma mulher, vai ficar tudo entre nós dois. Só me diz, como você se meteu nisso? Se você se sentir confortável, é claro.Chiara respirou fundo, sentindo o coração bater acelerado no peito. Olhou para Luca, ainda sem acreditar que ele sabia de tudo. — Eu posso te explicar. — começou, a voz vacilante. — Mas você precisa prometer que isso fica entre nós. Ninguém mais pode saber, Luca. Absolutamente ninguém.Ele levantou as mãos em sinal de rendição, com um sorriso leve.— Eu prometo. Não sou de sair por aí espalhando segredos. Fica tranquila.Chiara passou as mãos pelo rosto, tentando
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Quando Chiara chegou em casa, ela estava mais cansada do que nunca, no entanto, a conversa com Luca havia aliviado parte da tensão que ela vinha carregando, mas ainda restava o medo de que tudo pudesse dar errado a qualquer momento. Ela abriu a porta do apartamento e encontrou Dario no sofá, com a perna esticada e uma expressão pensativa.— Como foi o treino? — ele perguntou, sem tirar os olhos da televisão, mas havia uma preocupação velada em sua voz.Chiara soltou um suspiro e deixou a mochila no chão, antes de se sentar ao lado dele.— Foi interessante. — respondeu, hesitando por um momento.Dario desviou o olhar da TV e virou-se para ela.— O que aconteceu?Chiara sabia que não podia esconder nada dele. Respirou fundo e, com cuidado, contou sobre a conversa que teve com Luca. Explicou como ele havia descoberto a verdade e o quanto isso a assustou no começo, mas também como, no final, Luca se mostrou confiável.— Ele sabe? — A expressão de Dario ficou mais tensa, e ele se endireito
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O som suave do celular vibrando no criado-mudo acordou Chiara. Ela abriu os olhos lentamente, piscando contra a luz da manhã que entrava pelas frestas da cortina. Pegou o celular e viu a mensagem de Martina.Martina: Acorda, preguiçosa! Vamos tomar café juntas hoje. Já faz dias que não te vejo, e estou morrendo de saudade de fofocar!Chiara sorriu. Fazia algum tempo desde que as duas tinham tido um momento só para elas. Sem treinos, sem o estresse do time, apenas uma manhã tranquila na cafeteria favorita. Levantou-se e se arrumou rapidamente, ainda com os pensamentos dispersos do dia anterior.Chiara chegou à cafeteria e, pela janela, avistou Martina, já acomodada com seu café em mãos. Assim que entrou, Martina acenou com um sorriso divertido, chamando-a para sentar-se.— Finalmente, hein? — brincou Martina. — Achei que você tinha esquecido de mim.Chiara riu, jogando a bolsa no assento ao lado.— Nunca te esqueceria, Marti. Mas você sabe como as coisas têm sido uma loucura.— Ah, clar
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Quando Chiara saiu do vestiário os outros jogadores já começavam a chegar no ginásio. O barulho de passos ecoava enquanto as portas se abriam, e, antes que ela pudesse chegar à quadra, Luca apareceu correndo na direção dela, com um sorriso malicioso.— Aí está o nosso pequeno herói! — ele disse, jogando o braço em volta dos ombros dela. — Achou que ia escapar das minhas piadas hoje, é?Chiara riu, empurrando o braço dele de leve, mas sem conseguir conter o sorriso.— Nossa, nem cinco minutos de paz e você já está implicando? — Chiara riu, ajeitando o cabelo. — Eu nem tive tempo de me preparar psicologicamente para isso.— Psicológico é o de menos. — Luca piscou, caminhando ao lado dela em direção à quadra. — Eu sou o seu desafio matinal, lembra? E olha, você já está ficando famoso. Todo mundo só fala de como o Dario está jogando muito. Estou só esperando o momento em que vai ter fila de gente pedindo autógrafo.Chiara balançou a cabeça, rindo de leve.— Para de falar besteira, Luca.—
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20
— Aki, leva a gente para a praça do lago — Luca disse do banco do passageiro, sem dar espaço para discussão.Aki olhou para ele de canto de olho, mas não fez nenhuma objeção. Apenas deu a partida no carro, enquanto Luca mexia no som, começando a tocar as músicas de Calcutta.Chiara, sentada no banco de trás, encostou a cabeça no vidro da janela, observando a paisagem passar. O vento balançava levemente as árvores, e o sol dourado de meio de tarde iluminava as ruas de Montelago de forma suave. O ritmo da música era perfeito para aquele momento, e ela se pegou sorrindo, uma felicidade serena tomando conta de si.Luca, sempre com sua energia vibrante, começou a cantar junto com a música, desafinando de propósito para fazer graça.— Ah, essa é clássica. — exclamou Luca, virando-se para trás para olhar Chiara. — Sabe que você está com sorte hoje, né? Eu só canto essas músicas com quem eu gosto muito.Chiara riu, balançando a cabeça.— Então eu sou mesmo privilegiado.Aki continuava dirigin
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