Todos os capítulos do Herdeira Cega, Seu Marido Te Traiu!: Capítulo 11 - Capítulo 20
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11. Não Acredito Que Ele Fez Isso!
“Evie Ashford” Os compromissos de Sebastian na empresa me deram a certeza de que ele chegaria tarde, como de costume. Sem nada além da companhia esporádica das empregadas, restou-me tentar ocupar a mente. Após passar o dia inteiro em silêncio, exceto pelos audiolivros que me distraíram nessas longas horas, ouvi sua voz na sala, abafada pela distância. Foi então que decidi segui-la. Com a privação da visão, meus outros sentidos parecem ter se aguçado, e a audição é um deles. Tateando as paredes enquanto caminhava pelo corredor, ouvi novamente a voz de Sebastian, agora em um sussurro. Um incômodo me atingiu no peito, fazendo-me franzir as sobrancelhas. Algo parecia diferente. — Sebastian, você está aí? — pergunto, tocando a última parede. Sinto o espaço ao meu redor quando finalmente entro na sala. — Oi, meu amor — ele responde rapidamente, ofegante. Levanto a sobrancelha. Afinal, o que está acontecendo aqui? — Está tudo bem? — Sim! — meu marido diz, aproximando-se. Sinto sua mão
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12. Fui Eu Quem o Procurou
Sinto meu coração disparar, enquanto a raiva e o ciúme crescem dentro de mim. Com as mãos trêmulas, finalmente chego à porta da sala. Sebastian percebe minha presença e, em um instante, sua voz alegre se torna mais suave.— Bom dia, querida! — diz ele, se aproximando rapidamente. Antes que eu possa reagir, sinto seus lábios tocarem suavemente minha testa em um cumprimento. — Estava te esperando acordar. Venha, sente-se.Sem me dar tempo de protestar, ele segura meu braço e me conduz até o sofá. O incômodo dentro de mim só cresce com a presença de Kim, uma amiga íntima de Sebastian. Ele sabe o quanto minha condição me deixa desconfortável até mesmo entre conhecidos. Então, por que a trouxe aqui, sabendo que isso não me agradaria?— Oi, Evie. — ouço a voz de Kim novamente, desta vez acompanhada de um leve toque em minha mão. — Desculpe se te acordamos. Estávamos colocando a conversa em dia e acho que nos empolgamos um pouco.— O que você está fazendo aqui? — pergunto, ignorando sua desc
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13. Por que Você Me Abandonou?
Já se passaram algumas semanas desde que permiti que Kim ficasse. No começo, sua presença era quase imperceptível. Se não fosse pelas refeições, eu nem notaria que havia alguém além de mim na casa. Ela respeitava meu espaço, nunca forçando sua presença enquanto eu me agarrava à minha necessidade de independência.Com o tempo, no entanto, as coisas começaram a mudar. Kim se aproximou de maneira sutil — um copo de suco aqui, um comentário sobre o clima ali. Ela descrevia o dia lá fora, mesmo sabendo que eu não podia ver. De alguma forma, isso me tocava.Agora, estamos sentadas na varanda. O ar fresco da tarde balança meus cabelos, e Kim, como de costume, descreve o céu, o brilho do sol, as nuvens preguiçosamente se movendo no horizonte. Ela faz isso com tanto cuidado que, por um instante, é como se eu pudesse enxergar novamente.— O céu está tão limpo hoje, Evie — comenta Kim. — Quase não vejo nuvens. É um daqueles dias perfeitos, sabe? Onde um banho de piscina cairia muito bem.Ela con
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14. Você Está Desistindo Tão Fácil
Fico em silêncio por um momento, com a boca entreaberta em choque. As palavras de Lily reverberam em minha mente, mas, antes que eu possa responder, balanço a cabeça, tentando entender. Sebastian disse que eu não queria vê-las? Por quê?Balanço a cabeça lentamente, tentando encontrar uma justificativa. Ele sempre quis me proteger, mesmo quando eu não pedia, mas dizer isso a elas não faz sentido.— Eu… fiquei com vergonha de me verem assim e comentei isso com Sebastian — começo, tentando encontrar uma explicação plausível. — Ele pode ter levado isso a sério demais, mas nunca impedi que vocês me procurassem.— Evie, Chloe e eu viemos aqui duas ou três vezes, mas nunca fomos recebidas — ela responde, me guiando para sentarmos. — Na última vez, depois de muito insistir, sua governanta nos disse que você estava na casa de veraneio do seu pai.— Lily… como eu disse, desde que isso aconteceu — digo, apontando para os olhos —, eu não saio de casa, muito menos de Londres. As fisioterapias, as
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15. Você Confia Em Mim?
Minha mente trabalha rápido, e a empolgação pela chance de voltar a enxergar me enche de coragem. Ainda assim, opto por não contar a Sebastian. Se não der certo, ele ficaria decepcionado, e eu não quero que ele veja meu fracasso. Mas, se der certo… eu teria a oportunidade de surpreendê-lo quando voltasse a Londres enxergando.— Estávamos falando sobre o aniversário de Chloe — começo, tentando soar convincente. — Como sempre viajamos para comemorar nossos aniversários, Lily sugeriu que fôssemos para os Alpes Franceses este ano.— Ah, querida. Você realmente acha que isso seria uma boa ideia? — ele pergunta, aproximando-se. Sinto o toque suave dos lábios de Sebastian em minha testa, e um sorriso surge em meu rosto. Abro a boca para responder, mas antes que consiga, Lily fala primeiro.— Por que não seria, Sebastian? — ela dispara, sem me dar a chance de falar.A tensão no ar é palpável, e posso imaginar a expressão de surpresa no rosto de Sebastian. Ele se senta no braço do sofá, ao meu
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16. Isso Torna tudo Mais Simples
“Sebastian Morgan” Observo com um sorriso enquanto Evie termina de assinar os documentos. Cada assinatura é um passo mais próximo de finalmente me livrar desse fardo. Quando ela coloca a caneta de lado, uma onda de satisfação me invade. — Pronto, meu amor — ela murmura, procurando por mim. — Sebastian, você está aqui? — Sim, querida — respondo, aproximando-me. Evie se levanta ao sentir meu toque em seu ombro e envolve os braços em minha cintura. A maneira como se entrega ao meu abraço me faz sorrir ainda mais. Não por afeto, mas por satisfação. Finalmente, meus planos estão progredindo como deveriam. Meus planos, desde o início, eram simples: ela deveria ter morrido naquela queda, não ficar aqui, cega, patética e totalmente dependente, uma lembrança constante de algo que deu errado. Mas agora que ela assinou os papéis, logo estarei livre dessa mulher incapaz. Sinto suas mãos deslizarem pelo meu corpo, e seus lábios encontram os meus, evidenciando suas intenções, como sempre fez.
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17. Você Não Pode Contra Mim
Ao ver seu sorriso, uma onda de irritação me atinge, mas decido ignorá-la, pelo menos por um momento. Ela sempre soube mais do que devia, e suas provocações se tornaram cada vez mais frequentes.— Já vi que o chefinho não dormirá em casa — provoca, deixando a revista de lado, com um tom de desafio claro na voz.Sem responder, me aproximo rapidamente e, sem aviso, seguro seu pescoço, pressionando-a contra o encosto do sofá. Seus olhos se arregalam, mas ela não se afasta, nem tenta reagir. Apenas me encara, com aquele sorriso irritante ainda nos lábios.— Eu te contratei para administrar a medicação da Evie, para garantir que nada dê errado — murmuro entre dentes, apertando seu pescoço um pouco mais. — Não para deixar que ela ligue para quem quiser. Isso poderia ter colocado tudo a perder.— Proibir ligações não estava no combinado, Sebastian — responde, com um tom carregado de sarcasmo. — E se isso for parte do acordo agora, acho que meu salário deveria aumentar, não acha?— Não brinque
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18. Algo Não Faz Sentido
“Evie Ashford”Uma semana se passou desde que Lily apareceu e logo começou a preparar tudo para a viagem. As malas já estão prontas, e hoje finalmente vamos para os Alpes Franceses. O que antes parecia um sonho esquecido agora é uma realidade. Sinto uma mistura de ansiedade e esperança. Adrian poderá me dizer se ainda há alguma chance para mim.— As malas estão prontas, Evie — ouço a voz suave de Lily, me tirando dos meus pensamentos.Agradeço com um aceno de cabeça e respiro fundo. A sensação de que algo grande está prestes a acontecer não me deixa. Talvez seja o começo de algo novo… ou o fim de todas as esperanças.— Estou pronta — digo em voz baixa, mais para mim mesma do que para Lily.Minha amiga coloca minha mão em seu ombro e saímos do quarto. Respiro fundo, sentindo meu coração apertar, mesmo com a expectativa tomando conta de mim. Sebastian não quis estar aqui quando eu saísse. A distância que já havia entre nós parece ter triplicado ao longo da última semana, e eu não consig
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19. Isso Não Pode Ser Real...
Minha respiração fica suspensa por um momento, e sinto minha garganta apertar. Percebo Lily se mexer ao meu lado, e o toque de sua mão no meu braço me tranquiliza por um instante, mas a ansiedade já começa a tomar conta de mim.— Como assim, algo não faz sentido? — pergunto, sentindo minha voz sair trêmula.— Bem, pelos exames que você me trouxe, Evie, há algo aqui que não condiz com o diagnóstico que você recebeu — Adrian responde com cuidado, ainda folheando os papéis. — A medicação que você está tomando, por exemplo, não deveria ser recomendada para alguém com o seu tipo de lesão. Na verdade, ela poderia ter causado mais danos à sua visão, se é que já não está prejudicando.— Então… o que você quer dizer? — pergunto, quase num sussurro, sentindo meu coração disparar. Adrian solta um suspiro e fecha a pasta.— Quero dizer que precisamos realizar mais testes. Não vou me precipitar, mas há uma chance de que a medicação que lhe foi prescrita tenha sido inadequada. Talvez até desnecessá
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20. Sei Que é Difícil Ouvir Isso
“Algumas semanas depois…”Alguns dias após minha chegada aos Alpes, tudo começou a ficar claro. Não era só minha visão que estava em ruínas, meu casamento também. No início, a ideia de voltar a enxergar e surpreender Sebastian com minha recuperação era o que me impulsionava. Eu quase podia visualizar o choque em seu rosto. Acreditei que isso nos reaproximaria.Mas, conforme os dias passavam, as mensagens de Sebastian se tornavam cada vez mais raras. Eram curtas, distantes, desinteressadas. Ele não perguntava como eu estava, nem demonstrava preocupação com minha ausência. A indiferença dele me atingiu em cheio. A distância, que eu achava temporária, agora parecia irreversível. Foi então que entendi: ele não se importava mais comigo. E eu precisava fazer isso por mim, não por ele.Então vieram os exames. Adrian confirmou o que, no fundo, eu já suspeitava. O tratamento estava errado e havia piorado minha condição. Os remédios, a confiança cega no médico de Sebastian… tudo foi um erro. E
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