O palco estava montado, e a energia do público já podia ser sentida mesmo antes das cortinas abrirem. São Paulo nunca decepcionava. Sempre tinha algo de especial tocar naquela cidade, mas naquela noite parecia ainda mais intenso. Talvez fosse a adrenalina ou o peso das lembranças que a cidade trazia, mas tudo estava à flor da pele. Minutos antes do início do show, me sentei no camarim com a banda. Damian, Reed e Lennox estavam eufóricos, brincando e zombando uns dos outros. Mesmo assim, percebi que, por trás das piadas, cada um carregava a mesma expectativa que eu. — Pronto, galã? — perguntou Damian, com aquele sorriso de sempre. — Sempre. — Dei um tapa no ombro dele e me levantei. A voz do público ficou mais alta, quase ensurdecedora, quando as luzes começaram a piscar e os primeiros acordes ecoaram pelo estádio. Assim que pisei no palco, tudo desapareceu — os problemas, as preocupações, até mesmo o cansaço. Era só eu, minha música e o público. Cantamos os sucessos antigos,
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