NATÁLIAEu estava queimando. Isso era tudo o que eu sentia e percebia.Mas não era o tipo usual de sensação de queimar que eu estava quente. Era mais como se meu corpo estivesse preso em um bloco de gelo.Eu estava desesperada para sair desse bloco ou controlar essa sensação de alguma forma.Perdida no abismo da minha própria consciência, lutando, vi a silhueta na escuridão. Uma mulher de cabelos negros estava à distância, de costas para mim.Enquanto a observava, o fogo começou a lamparinar seus longos dedos, espalhando-se para suas palmas, engolindo as mangas de seu vestido.Eu ofeguei, mas me vi incapaz de me mover, de falar, de alcançar.O fogo iluminou tudo, e a escuridão se escondeu como uma criança assustada. Ela se virou, suas feições suaves entrando em minha visão. Gradualmente, o canto de seus lábios se virou para cima. O gesto me deixou inquieta, ao contrário do que eu esperava.A queimação gelada se tornava pior. O ambiente se tornava sufocante. Eu respirava fundo,
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