Minha mão, caída ao lado do corpo, se fechou involuntariamente enquanto uma pontada de dor irradiava inexplicavelmente do meu baixo ventre.— Ana, surpresa? Chocada? Acha mesmo que meu irmão me deixaria de lado? — A voz de Gisele, cheia de triunfo, soava como de um demônio, provocando uma repulsa profunda dentro de mim. Eu me sentia desconfortável, mas, à distância, Pietro e Karina observavam tudo com uma expressão tranquila e gentil. Nesse momento, eu me vi incapaz de qualquer reação.Esperei até que a dor, nem tão leve, nem tão intensa, passasse para então erguer a mão e empurrar Gisele de leve. Com um sorriso, coloquei as flores no vaso sobre o criado-mudo ao lado da cama de Pietro, sem sequer lançar um segundo olhar para ela.Como se tudo já estivesse ensaiado, Gisele e Karina trocaram um olhar cúmplice e saíram juntas, deixando o quarto apenas para mim e Pietro.Ele estava deitado, com uma leve inclinação na cama. Tentava, com dificuldade, levantar o braço rígido para remover a m
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