O celebrante começou a cerimônia, suas palavras soando distantes e irreais para mim. Eu respondia mecanicamente, recitando os votos que tinha decorado, mas sem sentir a sinceridade ou o compromisso que deveriam acompanhar essas palavras.— Pode beijar a noiva — disse o celebrante finalmente, e Etore se inclinou para me beijar. Fazia tempo que não sentia os lábios de Etore colarem nos meus. Eu fechei os olhos, tentando me desligar do momento, mas a realidade estava ali.Etore me olhou nos olhos, e enquanto nos olhos dele eu conseguia ver a luxúria e o orgulho, os meus estavam opacos e sem vida. O beijo foi leve e mais longo do que eu gostaria, e logo depois, os aplausos dos convidados encheram o salão.Senti o aperto da mão de Etore na minha, guiando-me pelo corredor de volta, agora como marido e mulher.Eu me sentia sufocada, como se a cada minuto alguém apertasse mais e mais o vestido que estava em mim, fazendo-me sufocar a cada segundo, mas tinha que me manter firme, manter o sorris
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