William Rodrigues Eu não conseguia entender o que estava acontecendo. Priscila estava nervosa, mas nervosa de um jeito que eu nunca tinha visto. Seus olhos estavam arregalados, cheios de lágrimas, e havia algo neles que me fez estremecer: era puro medo, como se ela tivesse visto um fantasma ou se alguém tivesse voltado dos mortos para atormentá-la. A assistente social, por outro lado, mantinha aquele olhar julgador, frio, como se cada palavra ou movimento de Priscila fossem erros gravíssimos. Era desconcertante. Eu queria ajudar, mas não sabia como. Meu peito apertava ao vê-la naquela condição, abraçada às crianças como se fossem sua única âncora. — Vou pedir para a Ana cuidar das crianças por um tempo, para você se acalmar... — arrisquei, me aproximando com cuidado, tentando ser um porto seguro no meio daquela tempestade. — Não! — Priscila gritou, com a voz embargada e os olhos marejados, apertando ainda mais as meninas contra o peito. — Eu quero ficar com os meus filhos, Liam! El
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