Joaquim TrevorEncosto a testa no azulejo, sinto as gotículas frias que escorregam grudarem em mim. Fecho os olhos por um segundo, assopro um ar cansado, exausto, no último fio de força, não aguento mais.Não aguento esse distanciamento entre nós, seu desprezo, o olhar frio que jogou-me foi o fim. Por um momento, confesso, acreditei que no determinado momento em que seus olhos estacionassem aos meus, de alguma forma voltaria o amor que tinha por mim, todo aquele amor que eu perdi.Cerro os punhos, a água fria continua a escorrer, tensiono o corpo, recolhendo, está frio, muito frio, e eu a água, em temperatura baixa.Junto as sobrancelhas, minha garganta consome fechando por completo, a cabeça atinge-me algo profundo, choro. Puxo um ar profundo, as mãos estão coladas a parede, descolam devagar.Uma torrente compreensão no peito chega sem ser anunciada. Nu, ando dois passos atrás, estou sem ar, sem fôlego. Dói muito, a escala aumenta sem tamanho. Olho para os lados, as paredes do banhei
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