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Iara LaurenDizer que foi fácil negar algo para minha filha eu vou estar mentido. Foi duro, muito complicado, e o pior nem foi recusar, falar para ela que eu não poderia voltar para seu pai. O mais difícil foi ela nem ao menos ter esperado eu explicar os meus motivos.Em sua voz eu percebia o quanto havia mágoa e ressentimento. Em muito pouco eu disse não a ela. Talvez porque Bibi nunca mereceu, sempre foi uma criança adorável, amável mesmo, e o que eu de verdade queria que ela soubesse é que tudo o que eu mais quero na minha vida é vê-la, é estar com ela, abraça-la. Gabriela é tudo o que eu mais amo na vida, o meu centro apesar da distância, e de uma vez já está decidido, eu vou enfrentar seu pai, encarar Joaquim, deixar essa minha covardia se lado e oprimir de vez esse meu medo do passado.//Acabo de sair do banho, secando com a toalha meu cabelo quando a campanhia toca. Estou somente de roupão e fios molhados, fico um pouco indecisa se eu abro logo, talvez seja somente a comida que
—Você acha? —sorrio sem ânimo. —Não me conhece mais. A Iara que era boba e apaixonada não está mais aqui. Acorda Joaquim. Que merda é essa de vir atrás de mim. Como me encontrou?—Eu... Queria muito te ver.—Você é um idiota.—Te abraçar. Iara... Eu sinto muito a sua falta.—Mas eu não sinto a sua. Agora eu que te peço, olhe nos meus olhos, bem no fundo deles. —encara-me de um jeito profundo. —Veja se há algum resquício de amor ao fundo. —pendo a cabeça. —Não há.Dessa vez consigo passar por ele. Caminho a passos pesados em direção ao meu quarto. Abro com toda a força a porta, e seguro-me para não bater forte afim de não acordar Bibi.—Grr! —solto um grunhido de dentro da garganta. —Cacete! —bato ao colchão, pego uma boa quantidade de lençol e jogo longe bagunçando tudo. —Porque você tinha que aparecer agora, porque?Ponho a mão a cabeça, meus dedos entram aos fios loiros. Respiro irregular, em sopros leves, solto ar em formas curtas.Não sei se em forma protetor, ou não, minhas mãos
Joaquim TrevorEncosto a testa no azulejo, sinto as gotículas frias que escorregam grudarem em mim. Fecho os olhos por um segundo, assopro um ar cansado, exausto, no último fio de força, não aguento mais.Não aguento esse distanciamento entre nós, seu desprezo, o olhar frio que jogou-me foi o fim. Por um momento, confesso, acreditei que no determinado momento em que seus olhos estacionassem aos meus, de alguma forma voltaria o amor que tinha por mim, todo aquele amor que eu perdi.Cerro os punhos, a água fria continua a escorrer, tensiono o corpo, recolhendo, está frio, muito frio, e eu a água, em temperatura baixa.Junto as sobrancelhas, minha garganta consome fechando por completo, a cabeça atinge-me algo profundo, choro. Puxo um ar profundo, as mãos estão coladas a parede, descolam devagar.Uma torrente compreensão no peito chega sem ser anunciada. Nu, ando dois passos atrás, estou sem ar, sem fôlego. Dói muito, a escala aumenta sem tamanho. Olho para os lados, as paredes do banhei
—Minha princesa. —solta uma lufa de ar como se estivesse apaixonado. —Aqui. —por algum motivo fico por mais alguns segundos. Olho por cima dos ombros, o vejo mostrar o que talvez seja uma foto ao pessoal.Meus olhos, por reflexo, buscam a tela de seu celular quando o rapaz retoma sua posição inicial. Pisco algumas vezes. Espremo os olhos, volto novamente a tela, não pode ser.—Qual o nome da gata?—Olha o respeito com minha noiva caralho. —noiva... Foto... Pai... —Para que quer saber o nome dela? Tô dizendo...—Por nada doutor.—Uma estilista famosa, somente isso que posso dizer. —estou parado no mesmo lugar. A única pessoa que percebeu meu estado foi um cara loiro de cabelos imensos, e de estatura grande sentando perto da porta.—Ah, não vai dizer o nome da sortuda?—Ahn... Para você eu abro uma excessão. Essa princesa chama-se...—Iara Lauren. —digo ainda olhando para a foto. Minha Iara, ela não é sua! Meu filho, ele não é seu! Minha família, porra! Não se gabe como se fosse sua.Po
Iara LaurenToco ao chão. Os pés acoplam ao piso de madeira, frio, oco. A casa está aberta, mas oca por dentro. Arqueio o corpo, estico ao máximo até me sentir confortável, o retorno não vem de imediato, eu não estou legal.Caminho devagar até a cozinha. Hoje estou faminta, não aguentando de fome, talvez por isso a tradição cama/pasta de dente passou despercebida. Estou a "roncar", literalmente.—Mamãe. —junto o cenho. A voz de minha menina nitidamente atravessa meus ouvidos. Olho para os lados, não vejo absolutamente ninguém. Torço os lábios. Não vejo Gabriela desde o dia em que eu tive aquela crise inexplicável, nervoso eu não sei.Na minha cabeça estava muito presente todas as minha perdas. De algum modo meu sistema criou uma mecanismo cujo as piores dores afetam-me de maneira direta e isso aos poucos me destroem.Solto uma lufa de ar. Busco o pó de café, faço todos os procedimentos a cafeteira e logo estou a espera a frente da bancada.—Ai! —olho para trás rápido, somente consigo
Eduardo guimarãesMeu nome eduardo guimarães sou médico atuante. Meu sonho sempre foi ser médico. Digo que essa é a profissão mais linda, vivo a dizer que essa é a melhor profissão de todas pois em um momento de saúde fragilizada somos nós quem irá lhe proteger, quem irá cuidar de você. Ddzem muito sobre os professores o qual a classe que eu respeito e admiro bastante mas cuidar do ser humano, de uma alma necessitada, de um enfermo...Iara está a semanas de finalmente dar a luz, eu estou em êxtase. Hoje é o dia de seu aniversário, e para comemorar decidi passar naquele mesmo barbeiro, dar um corte bacana, alinhar a barba, bom, creio que consegui. Mais tarde iremos jantar. Analiso-me ao espelho, o belo colete azul escuro combina perfeitamente a camiseta branca e a calça jeans.Ergo uma sobrancelha enquanto passo a mão a barba. Belo trabalho, estou bonito, muito bonito aliás, ela vai gostar. Saco o terno exposto ao sofá, coloco rápido e em poucos segundos estou a colocar meus óculos escu
Iara LaurenOk, ele desmaiou. Na minha sala, no meu tapete branco felpudo. Meu coração palpita, e levo a mão ao peito. Joaquim vem de socorro a mim, em uma pressa sem igual. Sento ao canto do sofá. Minha face mal se move, estou surpresa e impactada.—Toma loira, bebe um pouco. -bebo a água devagar, pouco a pouco. —Não foi por mal, nem passou pela minha cabeça que esse cara estaria aqui, não queria te assustar.—Me assustar? -olho bem brava. —Você me deixou puta! Porra Joaquim! -deixo o copo a mesa. —Meu tapete caralho!Por um momento continua olhando sem reação, ao segundo momento deixa um pequeno sorriso expressar, ao terceiro gargalha forte. Não consigo, juro que me esforço mas solto uma risada estridente logo em seguida.Não sei quantos segundos ou talvez minutos eternos ficamos ali parados, rindo, mas rindo mesmo, estridentes e vergonhosamente estranhos, como dois amigos e confidentes, com olhares de cumplicidade.—Você é tão linda grávida. -ainda sorrio, porém um pouco mais fr
Joaquim TrevorEu estava literalmente absorto, como um peixe fora d'água. Com as mãos fincadas nos cabelos, andava de um lado para o outro com vários pensamentos me rodeando, pensamentos como... Ela está bem? Será que precisa de mim? Porque grita tanto assim?—Ah!!!!Meu coração aperta com mais um grito seu. Médicos e enfermeiros andam de um lado para o outro talvez se perguntando porque esse idiota está todo equipado, com toda essa proteção para entrar na sala de parto, e não entra, está aqui, nervoso, tímido e parado como dois de paus. O problema é que estou a meia hora pensando se entro ou não, se vou mais atrapalhar do que ajudar. Quando Bibi nasceu eu não pude assistir o parto, foi tudo muito rápido. Mas tenho essa oportunidade hoje, eu não posso deixar a Iara na mão, é seu primeiro filho de muitos que eu sei que vamos ter, sei que deve estar amedrontada. Não posso ficar aqui parado, preciso ajudar ela de alguma forma. Decido entrar. Assopro as mãos, respiro fundo e abro a porta.