22. Revelação POV DO MONSTRO
A fumaça do meu cigarro se enrolava no ar, formando espirais que desapareciam lentamente no galpão isolado. A tortura tinha sido meticulosa, cada detalhe calculado para extrair o máximo de dor e desespero do traidor. A imagem da sua expressão aterrorizada ainda dançava diante dos meus olhos, como senti falta disso.O som de passos firmes ecoou na ante-sala, e a figura de Angelo surgiu, meu irmão do meio e consligliere. Ele era alto, quase tão alto quanto eu, mas com um porte mais esguio. Seus cabelos eram negros como a noite, e seus olhos, de um preto profundor. Angelo tinha um jeito calmo, uma serenidade que era quase irritante, um desvio grotesco da brutalidade que dominava o ambiente. Ele tinha um jeito de esconder qualquer emoção, um dissimulado por natureza, que fazia dele um conselheiro valioso. Angelo lançou um olhar crítico ao corpo ensanguentado e à cena de violência. Em seguida, focou em mim.— Irmão, você passou muito tempo fora — comentou, a voz suave, mas com uma pitada
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