Ele autorizou que desligassem os aparelhos, tenho pensado nisso durante 5 dias desde que fui encaminhada para o quarto, saindo da UTI. Por um lado, eu entendo. Estou aqui tem mais de um ano, sem respostas de tratamentos, simplesmente, vegetando…Mas por outro, sinto medo. Será que minha filha vai me reconhecer? Vai sentir medo de mim? E minha irmã? Quer dizer, minhas irmãs. Recordo das coisas pouco a pouco, mas eu jamais esqueceria das pessoas que tenho pra chamar de família. O latejo da minha cabeça passa pouco a pouco, mas ninguém apareceu aqui… Não sei se os médicos deram notícias a alguém que acordei, mas eu não vou esperar pra ver. Me olho no pequeno espelho do quarto, meu rosto abatido e pálido. Passo os dedos pelo colo do meu corpo e sinto a cavidade funda, pela magreza que me encontro, irreconhecível…Meu cabelo sem vida, crespo e levemente embolados. Solto o ar fundo, sentindo minhas costas doerem, levanto a blusa fitando a enorme cicatriz em minha barriga, dedilhando de po
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