Quando abriu os olhos, Daniela estava numa cama de hospital. O recinto dava a impressão de estar rodopiando. Um cheiro acre de produtos químicos impregnou nas suas narinas. O cheiro lembrava-lhe uma experiência vivida e já esquecida. Tão remoto, e no entanto, tão familiar, aquele cheiro a fazia querer pular da cama do hospital e sair correndo.A primeira pessoa que viu foi Valentina, mas não a reconheceu.— Dani! Está tudo bem. Fica calma! — Valentina a confortava.— Quem é você? — Daniela perguntou, sem noção de nada.— Sou Valentina, sua amiga; não se lembra? Trouxeram você para cá há dois dias. Chegou inconsciente e só agora está voltando a si. O médico acha que se trata de um milagre. De acordo com os que viram o local do acidente, você devia estar morta. Quando uma turma de socorro trouxe você para cá, estava inconsciente e cheia de contusões, mas felizmente não havia fraturas. O motorista, no entanto, não teve a mesma sorte.— Motorista?— Sim, o chofer que dirigia o carro. Ele
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