Todos os capítulos do O Acordo: Capítulo 31 - Capítulo 40
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MelSabe aquele dia que você sente aquela sensação de que não deve sair da cama? Hoje é um dia desses. Pensando bem direitinho essa manhã já começou bem esquisita para mim e parece que tudo resolveu dar errado. Primeiro, sonhei com o meu ficante de acordo e literalmente caí da cama, soltando alguns gemidos doloridos no ato. Depois me esqueci que mudar a temperatura da água na hora do banho e soltei um senhor grito quando a água gelada bateu na minha pele. O meu secador resolveu não funcionar e para esconder as ondulações dos meus cabelos resolvi prende-los em um coque no topo da minha cabeça e para finalizar, o meu acompanhante de viagem resolvei me dar um bolo. Bom, mas não pense que acabou, porque não acabou, pois nesse instante tem um Ethan ofegante e parado bem na minha frente me olhando como se o mundo inteiro estivesse se acabando.— Onde está o Aiden? — Bom, eu também gostaria de saber. Ralho mentalmente.— Ah, como pode ver, ele não está aqui — digo o óbvio fazendo cara de Am
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Mel— Mãe? Pai? — falo assim que os vejo e largo a minha mala para correr ao encontro dos dois. — Ai que saudades! — sibilo em meio ao abraço.— Também estávamos cheios de saudades, filha! — Mamãe fala assim que ambos se afastam. — Como foi a viagem?— Eu dormi a maior parte do tempo. — Sério? — Ela envolve a minha cintura e o meu pai vai buscar a mala largada lá atrás.— Pensei ter dito que traria um amigo. — Ele comenta assim que nos alcança e logo seguimos para a saída do prédio.— Não deu certo. Parece que ele teve um problema. — Então, sobre a minha relação com os meus pais, ela sempre foi bem aberta. Eles não escondem nada de mim e eu não escondo nada deles... exceto o fato de Aiden ser um amigo ficante de acordos. Então sim, eles sabiam sobre a vinda do Aiden e espero que eles não queiram saber mais detalhes sobre esse “amigo” porque eu realmente não sei nada relevante sobre ele.— Que pena! Espero que ele esteja bem! — Eu também. Digo em pensamentos. O caminho para a casa dos
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MelDesde que me entendo por gente eu nunca visitei uma danceteria na minha cidade e isso por dois motivos. Primeiro eu era menor de idade e segundo os meus pais nunca me deixaram vir. E quando finalmente alcancei a maior idade estava envolvida demais com os trabalhos do meu pai, e por fim, fui para a faculdade. A minha primeira experiência com a bebida e dança foi com a Abby e a nossa turma, embora meus pais me fizeram diversos lembretes como nunca aceitar bebidas de estranhos. Acredite, eu aprendi essa lição. A casa noturna não difere muito das casas da cidade grande. As luzes néon, a fumaça de gelo, o bar movimentado. Tudo está aqui, só que de maneira mais simples. A música alta é tão contagiante quanto, porém, me sinto como um peixe fora d'água aqui. Bobagem, Melissa, eles são seus amigos assim como os outros. Ralho comigo mesma e deslizo os meus olhos pela multidão de jovens animados a procura de Larissa.— Olha só, você veio! — E aí está ela! Penso quando escuto o seu grito espa
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Mel— O nome dele é Aiden Cole. Ele estuda direito e tem toda uma vida programada. Mas é bem problemático, então...— Drogas?— Não! Quer dizer, eu não sei exatamente qual é o problema dele, mas tenho certeza de que não envolve drogas. — Ele meneia a cabeça.— Então, está apaixonada? — bufo audivelmente.— Não sei. Eu acho que... sim. Quer dizer, não tenho certeza.— Está confusa.— É.— Entendi. — Papai suspira baixinho e eu volto a fitá-lo. — Só me promete que não deixar esse sentimento te derrubar nunca, filha.— Eu não vou!— Não importa o que aconteça?— Eu prometo!— Ótimo! — Ele me abraça e beija o topo da minha cabeça.***... Que tal uma noite de cinema só com as garotas?Essa foi a primeira mensagem que eu vi assim que liguei o telefone que me obriguei a desligar pelo resto do dia e sorri. Abby está me salvando e nem sabe disso. Portanto, enviei uma confirmação de volta, prometendo levar a pipoca e corre para o banheiro. A viagem de Cape May até nova York com os meus pais fo
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MelNo dia seguinte eu entrei na faculdade de cabeça erguida ao lado dos meus verdadeiros amigos e me forcei a todo custo não o olhar, embora fosse algo impossível já que a maneira como se vestia chamava a atenção de todo mundo. Jeans preto, camisa e casaco com capuz da mesma cor e os malditos óculos escuros que escondem todas as verdades dos seus olhos. Mas era como se estivesse usando um cabresto também, porque ele mantinha o seu olhar sempre para frente. Uma coisa bem estranha, ele não estava mais enturmado e isso também era preocupante, porque estava sempre sozinho.— O que está fazendo? — Abby inquire baixo e áspero me cutucando e eu me ajeito na cadeira desviando os meus olhos para ela.— Nada! — resmungo no mesmo tom me sentindo incomodada.— Você estava olhando para ele, Melissa!— Não, eu não estava! — Quanta maturidade hein, Dona Melissa Jones! Ralho comigo mesma e bufo baixinho.— É claro que estava! — Reviro os olhos.— A aula! — advirto-a e me forço a me concentrar.Do qu
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Mel— Acontece que você não me conhece, Ethan! — ralho com desdém e ele abre um sorriso pequeno.— Não a fundo, mas o seu jeito de falar e esse seu sorriso. Você é uma garota fascinante, Melissa! Pena que só descobri isso quando se envolveu com o meu amigo! — Pressiono os lábios.— Desculpa, mas é difícil de acreditar nessa história! — rebato e continuo a minha caminhada.— Eu imaginei que não acreditaria em mim. Mas eu juro que é a mais pura verdade. No entanto, eu sei que ele também te ama. — Paro outra vez para encará-lo, só que estou furiosa.— Não, ele não me ama e deixou isso bem claro na frente de uma plateia bem animada! — rosno entre dentes. Ethan fica em silêncio e eu resolvo encerrar essa conversa absurda de uma vez. — E eu não vou me meter nas suas burradas outras vez. Nem nas suas e nem nas de ninguém!— Melissa, por favor!— Me deixa em paz, Ethan! — rosno irritada e atravesso a rua. Ele aceitou a corrida. Penso. Que merda, Aiden! O que você está fazendo?! Não é da sua c
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AidenÉ possível mensurar a raivo que guardo dentro de mim. Ela é maior do que o meu ego, bem maior do que todos os meus sonhos e principalmente, é maior do que eu. Contudo, eu tenho um pensamento comigo. Não sou a causa do seu fracasso, porém, me sinto tão fracassado quanto ele. Esvazio mais uma garrafa de cerveja e a largo de qualquer jeito no chão. A meu ver eu só tenho duas saídas para sair de vez dessa merda. Uma, tem um pacotinho de pó por onde posso viajar e me esquecer dos últimos episódios da minha vida e dois, dá cabo dela, mas sou covarde demais para fazer qualquer um dos dois. Embora não pareça tia Lina teve todo o cuidado de me proteger das drogas e ela sempre me mostrou o lado bom da vida, mas eu nunca vi esse lado de fato, apenas fingia ver para agradá-la. Respiro fundo e abro outra garrafa, bebendo a metade dela em seguida. Somente uma pessoa foi capaz me fazer sentir bem comigo mesmo e ela mora a algumas quadras daqui. Entretanto, Melissa Jones deve ser intocável para
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Aiden— Feito, Senhor Cole! — Penso em me afastar ignorando o seu gesto quando ele continua. — Fique de olho no seu e-mail, enviarei um contrato para ele em breve.— Contrato? — Franzo o cenho em confusão. Do que porra ele está falando?— Sei que é um homem de palavras, Senhor Cole, mas eu do tipo a moda antiga e prefiro confiar em assinaturas. Assim terei a certeza de que não voltará atrás do acordo em hipótese alguma. — Apenas meneio a cabeça em concordância. Mas o que Alle não faz ideia é de que ele está errado. Como ele mesmo disse, eu não tenho mais nada a perder e não pretendo retroceder a esse acordo por nada desse mundo.***O barulho de motores dos carros me diz que os rapazes já estão em casa. Contudo, permaneço quieto no meu lugar tomando a minha cerveja enquanto fito o céu de um fim de tarde, deitado no meu cantinho. Não tenho falado com eles desde o feriado e mal os tenho visto também. Sim, estou evitando ter que falar com eles e talvez até esteja fugindo da alegria porqu
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MelUm tribunal improvisado dentro de uma sala de aula onde os alunos são coadjuvantes de um cenário jurídico. A coisa parece ser bem simples, mas acredite, não é. Em uma mesa grande e escura está a Senhora Smith encenando o papel de uma juíza que será responsável pelo veredito. E pelas cenas que assisti até agora a mulher é implacável com os estudantes candidatos a única vaga oferecida em um escritório de advogados renomados. Literalmente um massacre de julgamentos simulados e eu já estou suando frio pois mesmo tendo o papel de acusação desse jogo, terei um adversário que é praticamente a minha cópia. Porque sim, eu passei para o Aiden todas as minhas estratégias e maneiras de elaborações. O pior ainda não está nessa parte e sim em ter que olhá-lo nos olhos todas as vezes que for confrontá-lo e me deixar levar pela raiva pode ser o meu ponto fraco, porque o meu caráter profissional ainda está se construindo. Respiro fundo algumas vezes e solto o ar ela boca para tentar me tranquiliza
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Mel— Melissa?! — Escuto Abby me chamar, mas agora não posso. Eu quero ficar sozinha e chorar tudo que está me sufocando por dentro. Na calçada pego o primeiro táxi que vejo e entro nele. Passo o meu endereço e procuro olhar pela janela para me acalmar. Não demora e estou entro no dormitório, fechando a porta com chave. Que merda você fez, Melissa? Essa era a sua chance de derrotá-lo de verdade, de mostrar que você é a melhor. No entanto você jogou tudo no lixo como se não fosse nada! Desolada, me deixo cair sentada no sofá e só então me lembro de que deixei o meu material na sala de aula. Reviro os olhos frustrada e encaro o teto. Pelo menos ele já sabe como me sinto e provavelmente nunca mais o verei na minha frente outra vez. É melhor assim, Melissa. Cortar o mal pela raiz é a melhor opção. No fundo você teve a pior experiência com o primeiro amor.— Hum! — Solto um gemido frustrante e me deito no sofá, livrando-me dos meus sapatos e estico as pernas em cima dele, cruzando-as em se
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