Brendan aumentou o aperto do abraço em Deirdre, controlando a voz, para não soar embargada:― Dee... Você está preocupada comigo. ―― Seu idiota! ― Os olhos de Deirdre estavam quentes de lágrimas, mas para variar, não eram de tristeza. Ela tinha que admitir, estar nos braços do magnata, a fazia se sentir tão, tão segura. Mas se o preço dessa segurança fosse o completo caos e uma tempestade de mídia negativa, preferiria não ter nada daquilo. ― Eu... eu não estou preocupada com você! Só estou preocupada comigo mesma! ―O homem sorriu, diante do perigo, e acariciou os cabelos lisos e tão negros que, sob a luz branca do hospital, pareciam levemente azulados.― Tudo bem. Não tenha medo. ― Não havia sinal de Brendan pretendia desistir de proteger sua amada.Ele simplesmente segurou Deirdre firmemente contra seu peito. Mas, sua ação foi como jogar lenha na fogueira e os jornalistas e manifestantes se revoltaram.― Que merda é essa!? Brighthall está protegendo uma criminosa, em público!?

― Estou bem, Anna. Sério ― respondeu Deirdre, sorrindo, enquanto sentia calor envolvendo seu coração. Então tomou um gole de água e se virou-se para Brendan. ―Você vai ficar bem depois... ehh.. do que aconteceu hoje? ―― Se eu vou ficar bem? Por quê? Não foi nada ― o magnata respondeu, sem dar muita atençãoDeirdre estava cética em relação à afirmação, mas simplesmente não podia insistir no assunto e decidiu extrair as informações que queria direto da fonte. Por isso, esperou que Brendan fosse para o escritório e pediu para que a governanta pesquisasse no celular.― Mas, Dee! O médico acabou de dizer que você não pode se estressar! ―Deirdre abriu um sorriso.― Não se preocupe como eu não vou ficar nervosa. Sempre fui resiliente. Estou apenas curiosa, só isso. Só quero saber como Brendan vai resolver tudo. ―Engel pesquisou na Internet por menos de um minuto e fechou o navegador.― Eh... As pessoas estão agindo como sempre ― disse vagamente. ― Estão criticando o senhor Brighthal

Assim que as palavras em tom hostil terminaram de ecoar, Brendan encerrou a ligação. A sua voz era tão áspera e rude que fez o coração de Deirdre pular. Ela esperava que as coisas evoluíssem além do ponto sem retorno, mas isso não significava que ela previa o quão além desse ponto. O dilúvio da opinião pública negativa? A guerra civil dentro da empresa? Fora a jovem quem desencadeara tudo.Os lábios de Deirdre ficaram pálidos, enquanto pressionava os dedos com tanta força que as pontas das unhas ficaram brancas. Então, a porta do escritório se abriu e o magnata a encontrou parada do lado de fora. Seus olhos se arregalaram, expressando choque.― Por que você está aqui? ―― Faz muito tempo que você entrou no escritório, pensei que deveria vir ver como você estava... ― ela explicou.― Então, você ouviu o que eu disse? ―Ela assentiu, mesmo que tivesse vontade de negar, achando que o monstro teria um acesso de raiva, mas o magnata acariciou seu cabelo, em um gesto de carinho:― Não

Subitamente, Brendan a ergueu do chão e a repentina falta de peso deixou Deirdre perplexa. Ela instintivamente agarrou seu colarinho, enquanto fazia uma careta de pânico. Ela pôde sentir que ele subia as escadas e abria uma porta, e então, silenciosamente, foi colocada sobre a maciez de sua cama.O ambiente estava muito quieto e ela podia ouvir seu coração disparado. Desamparada, gritou:― B-Brendan? B-Brendan! ―Antes de responder, o magnata plantou um beijo gentil em sua testa, então disse:― Estou aqui. ―Deirdre tinha medo de qualquer coisa que o homem quisesse fazer com ela, por isso, implorou: ― Por favor, não... ―O pavor estampado em seu rosto irritou Brendan, que respirou fundo, frustrado:― ‘Por favor, não’? Sério mesmo? ―Deirdre abriu os lábios, mas Brendan continuou, antes que ela pudesse se explicar melhor.― Eu não sou um animal, Dee. Não vou tirar vantagem de você, enquanto está traumatizada e machucada. Só estou preocupado. Assim que terminar de passar o rem

Deirdre se sentou no sofá e ligou a TV com o controle remoto. Então navegou por vários canais e, como esperado, os noticiários falavam sobre o incidente em que Brendan a tirou do hospital.Aquela gota de água havia causado um maremoto. Vários membros do conselho do Grupo Brighthall divulgavam declarações esclarecendo a distância que havia entre eles e o homem no centro da infâmia. Deirdre tinha certeza de que, se fosse buscar as notícias da internet, seria soterrada por comentários negativos. Brendan parecia ter se tornado o inimigo público número um e esse fato sugou a luz dos olhos de Deirdre.Ouvindo o barulho do televisor, Engel saiu apressada da cozinha.― Bom dia, Dee! Eu fiz torradas e uma geleia de frutas vermelhas, então venha e experimente. Se não gostar, mudo a receita... ―Como a jovem vacilou, sem querer parar de ouvir à TV, hesitante, a governanta disse:― Sugiro não ouvir todas essas bobagens, querida... ―Deirdre baixou os olhos.― Está ruim desse jeito? ―Eng

― Não, ainda não dá para saber. Minha única evidência é o que ouvi de minha mãe. Ela disse que quando uma mulher está grávida de uma menina, sua pele começa a brilhar e ficar mais lisa do que nunca. Está acontecendo com você. ―Deirdre esfregou o rosto e não sentiu nada disso.― Você está inventando. Não sinto diferença! ―― Isso é porque você não pode ver. ― Brendan brincou, sorrindo. ― Ou... talvez meus olhos estejam com o filtro de apaixonado ligado. ―Deirdre voltou a atenção para a torrada, enquanto o resto de seu corpo explodia em chamas agitadas.Foi então que Sam entrou na mansão e, vendo o casal comendo, olhou para baixo e os cumprimentou:― Bom dia, Seu Brighthall. Dona Deirdre. ―Brendan tomou um gole de café e respondeu:― Bom dia, Sam. Aconteceu alguma coisa? ―― Acabei de falar com Cormac. Aqueles velhos escrotos da sua empresa estão organizando um evento hoje à noite. Eles vão promover Desmond Griffin como CEO interino! ― Sam respondeu, cerrando os dentes.― Oh

Brendan se submetia de bom grado, para apreciar a mulher maravilhosa.― Linda, muito linda. ―A cabelereira cobriu a boca em choque. Embora não fosse a primeira vez que via tal ato, não conseguia acreditar que Brendan fazia aquilo. Afinal, aquele homem era o rei de Neve. Mesmo que estivesse um pouco enfraquecido por causa dos escândalos, ele deveria agir com frieza e superioridade, mas demonstrava amor, dedicação e carinho.Se não fosse pela privacidade de seus clientes, ela teria tirado fotos e enviado para vários contatos de seu celular.Sentindo-se inquieta, Deirdre soltou a mão.― Tem certeza? Eu não sou apenas uma ninguém. Eu também sou suspeita de um crime. Esses membros do conselho serão rudes se você me levar ao banquete. ―― Vai ser bom para mim se eles mostrarem um comportamento rude. ―Como esperado, Brendan queria que ela enfurecesse aquelas pessoas e, apesar de se sentir impotente, Deirdre não disse uma palavra e entrou no carro, junto com Brendan.Ao chegar ao est

As pessoas ficaram surpresas porque sabiam que Brendan não havia sido convidado para o banquete. Mas, tentando recuperar um pouco da classe, Desmond se aproximou do poderoso magnata e perguntou:― Brendan Brighthall! Você ainda se importa tanto com essa mulher, mesmo que isso signifique sacrificar o futuro da empresa? Por que você está aqui hoje? ―Depois que Brendan pegou o champanhe do garçom, respondeu:― Fiquei sabendo que a empresa estava realizando um banquete interno, mas não fui informado. Achei que você estava muito feliz e acabou se esquecendo de me convidar. Então, decidi dar uma passada, para parabenizá-lo. ―― Parabenizar? ― Os olhos astutos de Desmond estavam cheios de desconfiança. ― Dada a sua reputação com a opinião pública, não envergonhar a empresa é o maior parabéns que você pode oferecer. Você não é bem-vindo neste banquete! Nós lhe demos uma chance, mas você não sabe quando recuar! ―― Envergonhar a empresa? ― Sorrindo, Brendan ergueu o copo. ― Falando em ver

Brendan permaneceu em silêncio e foi Deirdre quem sorriu e respondeu:― Senhor Griffin, não sabia que você sabia tanto. Você acha que o poder pode se sobrepor à lei? Parece que você já fez muito esse tipo de coisa antes, usando seu poder para resolver certos assuntos? ―Sentindo que tinha mordido a isca, Desmond gritou:― Cale a boca! ―― Quem você está mandando calar a boca? ― retorquiu Brendan, e a amenidade em seu rosto foi substituída por uma expressão de poucos amigos.Desmond percebeu seu erro e ficou em silêncio.Deirdre enganchou o braço em volta do de Brendan e disse:― Deixa isso para lá, Bren. É compreensível que ele fique chateado por ter tido os pensamentos expostos. Não se esqueça de que estamos aqui apenas para parabenizar o CEO interino. Eu acredito que ele tem a mente aberta o suficiente para não se importar com mais dois convidados conversando, certo? ―As palavras de Deirdre colocaram Desmond em uma posição em que ele seria visto como um homem mesquinho se fi

― Você ainda está preocupada comigo? ― disse Brendan com surpresa.Deirdre corou com as palavras de Brendan e respondeu, apenas depois de um momento de silêncio:― Você realmente não tem mais nada a dizer, além de ficar surpreso com minha preocupação? Só espero que você fique em uma situação melhor. Se você continuar agindo assim, Charlene pode não querer mais você. ―― Eu não me importo com isso. Só com você. Você me quer? ― perguntou Brendan.Engasgando, Deirdre desviou o foco de Brendan e respondeu:― Se nem mesmo um lixo como Charlene vai querer você, como você pode esperar que eu te queira? ―― Ora! Sou capaz, bonito, leal e ambicioso. Tenho muitas vantagens, desde que você tenha o cuidado de descobrir ― disse Brendan.Deirdre ignorou a fanfarronice de Brendan e continuou a selecionar canapés e se servir. Ela provou alguns saborosos e não pôde deixar de querer mais.Subconscientemente, ela estendeu a mão para pegar mais torradas com patê de azeitonas pretas, mas a bandeja