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Jasmine— Deixa de marra, menina! — Marrento ralha antes que o Cicatriz chegue a fazer a pergunta. Ele segura firme no meu braço e me puxa rudemente para fora do escritório. Contudo, me livro do seu agarre com violência.— Não precisa me tocar! Eu vou sozinha — rosno ríspida. Ele pressiona o maxilar, me encara com raiva, mas logo o noto relaxar. Em silêncio, saímos do escritório e enquanto ele segue na minha frente, guiando-me para uma escada que leva a dois lados diferentes da casa, eu procuro memorizar o máximo possível de cada canto desse lugar. Logo entramos em outro corredor e pararmos no último quarto. Marrento segura um molho com pelo menos dez chaves, abre a porta e me dá passagem. Eu entro no cômodo e abraço o meu próprio corpo, olhando a sua decoração.— Jasmine, eu... — Ele começa a falar e eu paro de me mexer imediatamente. O meu corpo fica rígido, minha respiração fica pesada e eu fecho os olhos tentando me acalmar. — Me perdoe! — Sua voz soa um tanto embargada, porém, nã
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Jasmine— Está quase no fim, Jasmine.— O que está quase no fim?— Tudo isso. — Me sinto esperançosa com essas palavras.— O Mick já está em casa? — Procuro saber.— Estará assim que tudo terminar.— Você prometeu, Cicatriz — cobro. — Você disse que se eu viesse o libertaria! — Ele apaga o cigarro no cinzeiro e me encara furioso.— Eu decido como resolver as coisas por aqui, Jasmine. Eu, e não você! — rosna irritado.— Acontece que você me prometeu! — protesto irritada agora. Contudo, ele bate fortemente no tampo da mesa me fazer sobressaltar na cadeira.— Aprenda uma coisa desde já, garota. Eu não tenho que cumprir promessas para você e nem para ninguém. Eu disse que o libertaria, mas desisti. E agora tudo será como eu quero! — Ele grita e eu me levanto abruptamente, movida pela adrenalina que percorre as minhas veias.— Seu... mentiroso de merda! — grito entre dentes de volta. No mesmo instante ele se levanta, contorna a mesa feito um louco enraivecido e segura firme os meus cabelos
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JasmineHoras mais tarde...Falta pouco menos de uma hora para o inevitável encontro com Jonathan. Cautelosa, verifico se aporta do quarto está fechada e dobro o pequeno pedaço de papel, colocando-o na pulseira do meu relógio e respiro fundo tentando me acalmar. Cicatriz não é um tolo. Ele está sempre atento as minhas emoções e agora eu preciso me manter imparcial. Ele precisa saber que estou ao seu lado. Solto mais uma respiração e me forço a relaxar. Tiro o telefone do seu esconderijo. Ligo o aparelho, abro a minha agenda e procuro pelo nome de tio Luís nela. Levo o aparelho ao meu ouvido e fecho os meus olhos quando ele começa a chamar.— Alô? — Escuto a sua voz do outro lado da linha e sinto o meu coração descompassar.— Tio Luís?— Jasmine?! Meu Deus, querida, onde você está, querida? — Volto a respirar fundo. Você precisa se acalmar, Jasmine. Nada pode dar errado hoje. Digo para mim mesma e continuo.— Escute com bastante atenção o que eu vou lhe dizer — peço ignorando completam
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JonathanMomentos antes do encontro...Não é o pôr do sol e nem é de madrugada, mas ainda assim é o meu lugar favorito no mundo. O monumento está superlotado agora, a final, é verão e os turistas praticamente invadem os nossos pontos turísticos. Contudo, procuro me desligar das pessoas ao meu redor e me concentro no meu silêncio interior. Eu preciso pensar com clareza, descobrir por que ela fez aquilo. Deve haver algum motivo para ela agir assim, não é? Então, por que eu não estou vendo? Eu não posso simplesmente acreditar que Jasmine largou a sua vida, os seus ideais, o seu futuro e principalmente o nosso amor para viver uma vida que não é sua. Por quê? Por que ligou para o meu pai e não para mim? Rio sem vontade quando penso que ela nem se deu o trabalho de perguntar por mim. Olho o meu relógio. Eu preciso voltar para casa e encarar a minha realidade de frente. Pensativo, começo a descer os degraus, logo estou na moto e ganho o trânsito carioca. Não demora para entrar em casa e agua
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Jonathan— JASMINEEEEE! — grito mais alto que consigo e na sequência escuto dois disparos. Nervoso, olha na direção dos tiros no mesmo instante que Marrento cai ao chão. — O que? — indago completamente confuso. Jasmine! Lembro-me e olho na direção que ela correu. As sirenes anunciam a chegada da cavalaria e eu corro atrás dela. — Jasmine?! — Volto a chamá-la e ela para abruptamente.— Jonathan? — Ela sibila completamente ofegante e eu sorrio para ela. — Jonathan! — diz mais alto e corre para os meus braços. — Oh meu Deus, você veio! — Sua voz trêmula me faz apertá-la nos meus braços e automaticamente procuro a sua boca. Preciso dela, preciso dos seus beijos. Deus, eu preciso matar essa saudade que está acabando comigo!— Estou aqui, Bonitinha! — rosno quando o beijo acaba.— Eu tive tanto medo! — diz um tanto chorosa e eu volto a envolvê-la com os meus braços.— Você está bem? — pergunto, quando o turbilhão de emoções começa a se acalmar dentro de mim. Ela assente, abrindo o seu sorri
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Jonathan Uma semana depois... A casa dos Serrano é tanto do meu domínio quando a minha casa é do domínio do Mick. Nós conhecemos cada cantinho das mansões, pois passamos boa parte da nossa infância e adolescência aprontando todas por todos os lados e deixando os adultos que nos rodeiam de cabelos em pé. Portanto, pisar nesse lugar sempre será uma satisfação para mim. Ainda mais com a missão que carrego hoje: tirar o meu melhor amigo do seu quarto e consequentemente da sua cama para mergulhar em uma de nossas farras. Missão impossível? Nem tanto e não sou homem de levar não como resposta então, ele não tem muita escolha. A parte mais complicada já foi. Convencer a Lisa e a Cristal que a hora do descanso já acabou foi quase como torturá-las sem a menor compaixão, mas eu finalmente consegui o seu consentimento. Assim que abro a porta do seu quarto um par de olhos claros brincalhões me fitam e reparam na minha roupa. Um short de tecido folgado, uma camiseta sem mangas e chinelos de dedo
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MickNo cativeiro...Vê-la sair correndo pelo jardim livre de qualquer perigo é o que me consola. A lembrança dos seus olhos assustados e molhados de lágrimas me machucam, mas posso aguentar o que vier agora. Aguento tudo desde que ela esteja segura. Sinto o movimento do carro quando ele faz uma curva rápida quase me levando ao solo. Não sei exatamente para onde estamos indo, simplesmente não consigo ver nada por que estou encapuzado e ainda amarrado a uma cadeira. Contudo, estou apreensivo e até parece que vou enfartar a qualquer momento. Lucas, aquele filho da puta traidor! Que droga, eu fui tão legal com ele! Lhe dei apoio, ajudei a construir um ciclo social. Eu não entendo por que ele fez isso comigo... conosco. O carro finalmente para e, merda! Eu não sei dizer se isso é bom ou ruim para mim. Eles erguem a cadeira e me carregam não sei para onde. Escuto os sons de algumas vozes, mas não faço a menor ideia do que acontece ao meu redor. Isso é frustrante. Os meus pulsos ardem de ta
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Mick— Certo, chefe!— Agora saia de perto de mim! — O homem se afasta e Cicatriz se inclina um pouco para olhar nos meus olhos. — Oi! Mick, não é? — Não lhe respondo. — Olha eu estou impressionado. Os seus amigos te amam mesmo. Sério, estou admirado com o que eles são capazes de fazer só pra te ter de volta. — Continuo calado. — Eles estão mesmo disposto a fazer qualquer coisa apenas para tê-lo de volta.— Eles são mais que meus amigos.— Ah, são? Interessante isso. Sabe por um instante pensei que tudo havia se perdido, mas não. E isso é bom pra você. Garantiu a sua vida, rapaz. — Volto a engolir em seco.— Quando vou poder ir para casa? — Ouso perguntar.— Em breve, garoto — diz e se afasta. Em breve. Não acredito que isso está finalmente chegando ao fim! Logo estarei em casa com a minha família, os meus amigos e a minha namorada! Penso. — Preparem-no, nós vamos tirá-lo daqui — ordena caminhando para a saída e eu me pergunto se voltarei para casa agora.— Cicatriz? — O chamo e ele p
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MickNão é estranho não conseguir se lembrar do que aconteceu? Eu não sei onde estou ou por que estou aqui. Contudo, não me lembrar com vim parar nesse lugar é o que me apavora. Tenho ouvido alguns sussurros, porém, não consigo discernir o que dizem. Mas algo está diferente hoje. Tem uma luz no final de um túnel escuro e ela me atrai bastante. Portanto, decido arriscar e caminho cauteloso na sua direção e a cada passo que dou os sons parecem ganhar mais força e nitidez. Bip, vozes e mais vozes. Ao alcançar o final do túnel sinto a ardência nos meus olhos e resmungo, fechando-os imediatamente, forçando-os a abrir logo em seguida.— Cris? — A chamo, sentindo a minha garganta seca e levo uma mão ao meu rosto. — Cris?— Doutor, ele voltou! — Alguém fala e automaticamente olho na mesma direção. Encontro uma mulher vestida de branco sorrindo para mim. — A Cristal... onde ela está?— Bem-vindo de volta, rapaz! — Um homem com um jaleco branco fala parando do outro lado da cama.— Cristal — re
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CristalMomentos antes do resgate de Mick...— Onde a Senhorita pensa que vai? — Minha mãe pergunta assim que me vir descer as escadas com uma mochila nas costas e pronta para sair.— Para o colégio — digo o óbvio, preparada para lhe dar as costas e seguir para a saída.— Como assim? Ficou maluca? — Ela inquire segurando no meu braço e faz parar. Solto um suspiro audível. Já é de tarde e hoje seria o primeiro dia de aula do curso preparatório que a escola está proporcionando aos alunos que ainda não decidiram que carreira seguir. Não é o meu caso, mas de verdade, ficar aqui dentro sem fazer nada está me enlouquecendo. Contudo, um nó sufoca a minha garganta e a vontade chorar me acomete.— Eu não posso, mãe — sibilo me sentindo cansada. — Eu não aguento mais tudo isso. Sinto que vou explodir com toda essa agonia. Estou desesperada com essa falta de notícia e com essas ligações de merda que não definem nada. — Ana me puxa para os seus braços e eu me permito chorar. — Não aguento ter que
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