Antes do horário do almoço, preocupado com sua integridade física, o juiz de Sanmarino atravessou o portão da prisão e, após pedir para um guarda avisar Queiroz de sua chegada, permaneceu parado ao lado da mesa da secretária do delegado. Reparando no rosto suado do juiz e nas mãos inquietas, girando um envelope pardo, Tereza preocupou-se que o homem acabasse colapsando antes que Queiroz o atendesse. — Quer algo para beber? Uma água ou café? — A jovem ofereceu gentil. Girando nas mãos os papéis exigidos mais cedo, sentindo a garganta travada, recusou a oferta com a cabeça. Vindo de uma pessoa ligada ao delegado, que o ameaçou naquela de morte no dia anterior, preferia não comer e nem beber nada que ofertasse. Engoliu em seco quando Queiroz, no lugar de indicar sua passagem, saiu de seu escritório e o encarou, os olhos ameaçadores carregados de desprezo ao observa-lo de cima a baixo. Ao notar o documento em envelope pardo, com leves manchas de suor proveniente das mãos do juiz, ergue
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